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Nódulos tireoidianos

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O que são nódulos tireoidianos1?

Nódulos da tireoide2 resultam em crescimentos anormais de células3 da tireoide4, que formam protuberâncias dentro da glândula5, normalmente visíveis sob a pele6 do pescoço7.

Quais são as causas dos nódulos tireoidianos1?

Não se sabe exatamente o que provoca nódulos na tireoide4, embora eles sejam extremamente comuns. Metade das pessoas de mais de 60 anos têm um nódulo8 de tireoide4, mais de 90% dos quais são benignos.

A tireoidite de Hashimoto (inflamação9 crônica da tireoide4), a causa mais comum de hipotiroidismo, pode estar associada a um risco aumentado de nódulos da tireoide2. A deficiência de iodo, atualmente muito rara, também pode causar nódulos nesta glândula5.

O câncer10 da tireoide4 é uma causa mais rara de nódulos tireoidianos1. Em geral, ele acontece abaixo dos 30 ou acima dos 60 anos, em uma pessoa que tenha história prévia de exposição à radiação na cabeça11 ou pescoço7.

Saiba mais sobre "Nódulos da tireoide2", "Tireoidite de Hashimoto" e "Hipotiroidismo".

Quais são as principais características clínicas dos nódulos tireoideanos?

Quase nunca os nódulos da tireoide2 causam sintomas12, nem produzem hormônios. Muitas vezes, eles são descobertos acidentalmente em exames de imagem, como tomografia computadorizada13 ou ultrassonografia14 do pescoço7 feito por outras razões ou, ocasionalmente, os próprios pacientes percebem um caroço em seu pescoço7. Os resultados anormais da função da tireoide4 podem ocasionalmente levar à suspeita e descoberta de nódulos na tireoide4.

Os nódulos da tireoide2 podem produzir quantidades excessivas de hormônio15 da tireoide4 (tiroxina) e causar um hipertireoidismo16. No entanto, a maioria dos nódulos da tireoide2 são não funcionantes e os exames dos hormônios tireoidianos são normais ou até baixos. Normalmente, os sintomas12 só aparecem se um nódulo8 for grande o bastante para comprimir órgãos vizinhos. É muito raro que os pacientes com nódulos da tireoide2 se queixem de dor no pescoço7, mandíbula17 ou ouvido.

Se forem muito grandes, os nódulos podem comprimir a traqueia18 e/ou esôfago19, causando falta de ar ou dificuldade em engolir. Em alguns casos, os nódulos da tireoide2 que produzem tiroxina podem causar sintomas12 de hipertiroidismo: perda de peso, intolerância ao calor, tremor, nervosismo, batimentos cardíacos rápidos ou irregulares, etc.

Leia sobre "Hipertireoidismo16" e "Doença de Graves".

Como o médico diagnostica os nódulos tireoidianos1?

Muitas vezes a pessoa nem percebe que tem um nódulo8 na sua tireoide4 até que ele seja detectado num exame de rotina ou que se torne grande o suficiente para ser visível ou causar dificuldades de engolir ou respirar. Uma vez descoberto o nódulo8, o médico deverá determinar se a tireoide4 continua saudável ou se foi afetada por hiper ou hipotireoidismo20.

Os exames laboratoriais iniciais incluem a medição no sangue21 da tiroxina ou T4 (hormônio15 da tireoide4) e do TSH (hormônio15 estimulante da tireoide4). Mesmo que esses hormônios estejam em níveis normais, ainda não é possível determinar se o nódulo8 é benigno ou maligno. Essa avaliação demanda outros exames especializados, como ultrassonografia14 da tireoide4 e biópsia22 por agulha.

A ultrassonografia14 permite obter imagens da tireoide4 e determinar o tamanho de um nódulo8 e se ele é sólido ou preenchido por líquido (cisto). Ela pode, também, ajudar a detectar nódulos ainda demasiado pequenos e para identificar nódulos suspeitos de malignidade, uma vez que algumas características deles são mais frequentes nos nódulos cancerosos que em nódulos não cancerosos. A ultrassonografia14 é usada, ainda, para orientar a agulha de punção em direção a um nódulo8 e para monitorar os nódulos que não requerem cirurgia, para determinar se eles estão crescendo ou diminuindo ao longo do tempo.

Como o médico trata os nódulos tireoideanos?

Os nódulos malignos ou suspeitos devem ser removidos cirurgicamente para que seja feita uma biópsia22. Os nódulos benignos e os muito pequenos devem ser vigiados de perto com exames de ultrassonografia14 e exame clínico a cada 6 a 12 meses. Mesmo os cânceres da tireoide4 (nódulos malignos) são curáveis e raramente apresentam uma ameaça à vida. A cirurgia pode ainda ser usada mesmo para um nódulo8 benigno, se ele continuar a crescer.

Como evoluem os nódulos tireoideanos?

Alguns nódulos tireoidianos1 podem permanecer sem crescimento e mesmo involuir. A grande maioria dos nódulos da tireoide2 não são graves e não causam sintomas12. O câncer10 de tireoide4 é responsável por apenas uma pequena porcentagem dos nódulos da tireoide2.

Quais são as complicações dos nódulos tireoidianos1?

As complicações dos nódulos tireoidianos1 incluem problemas para engolir ou respirar e hipertireoidismo16. Adicionalmente, as complicações potenciais de hipertireoidismo16 incluem fibrilação atrial, osteoporose23 e crise tireotóxica.

Veja também sobre "Crise tireotóxica", "Osteoporose23" e "Fibrilação atrial".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Mayo Clinic, do National Health Service do Reino Unido e da American Thyroid Association.

ABCMED, 2016. Nódulos tireoidianos. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/tireoide/1276733/nodulos-tireoidianos.htm>. Acesso em: 20 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Nódulos tireoidianos: Nódulos da tireoide resultam em crescimentos anormais de células da tireoide, que formam protuberâncias dentro da glândula, normalmente visíveis sob a pele do pescoço.
2 Nódulos da tireoide: Nódulos da tireoide resultam em crescimentos anormais de células da tireoide, que formam protuberâncias dentro da glândula, normalmente visíveis sob a pele do pescoço.
3 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
4 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
5 Glândula: Estrutura do organismo especializada na produção de substâncias que podem ser lançadas na corrente sangüínea (glândulas endócrinas) ou em uma superfície mucosa ou cutânea (glândulas exócrinas). A saliva, o suor, o muco, são exemplos de produtos de glândulas exócrinas. Os hormônios da tireóide, a insulina e os estrógenos são de secreção endócrina.
6 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
7 Pescoço:
8 Nódulo: Lesão de consistência sólida, maior do que 0,5cm de diâmetro, saliente na hipoderme. Em geral não produz alteração na epiderme que a recobre.
9 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
10 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
11 Cabeça:
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
14 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
15 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
16 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
17 Mandíbula: O maior (e o mais forte) osso da FACE; constitui o maxilar inferior, que sustenta os dentes inferiores. Sinônimos: Forame Mandibular; Forame Mentoniano; Sulco Miloióideo; Maxilar Inferior
18 Traqueia: Conduto músculo-membranoso com cerca de 22 centímetros no homem e de 18 centímetros na mulher. Da traqueia distingue-se uma parte que faz continuação direta à laringe (porção cervical) e uma parte que está situada no tórax (porção torácica). Possui anéis cartilaginosos em número variável de 12 a 16, unidos entre si por tecido fibroso. Destina-se à passagem do ar. A traqueia é revestida com epitélio ciliar que auxilia a filtração do ar inalado.
19 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
20 Hipotireoidismo: Distúrbio caracterizado por uma diminuição da atividade ou concentração dos hormônios tireoidianos. Manifesta-se por engrossamento da voz, aumento de peso, diminuição da atividade, depressão.
21 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
22 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
23 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
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