Estenose do canal vertebral: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção e evolução
O que é estenose1 do canal vertebral2?
A coluna vertebral3 é constituída quase sempre por 33 (às vezes 32 ou 34) vértebras superpostas, intercaladas por discos intervertebrais gelatinosos e mantidas unidas entre si por meio de poderosos ligamentos4. Esse conjunto de estruturas forma um canal, chamado canal vertebral2 ou canal medular, no interior do qual se dispõe a medula espinhal5. Entre as vértebras há forames (orifícios) por onde emergem as raízes dos nervos que vão inervar os órgãos periféricos do organismo. Estenose1 é o estreitamento desse canal, comprimindo as estruturas nervosas em seu interior, medula6 e nervos.
Quais são as causas da estenose1 do canal vertebral2?
A estenose1 do canal vertebral2 pode ser congênita7 ou adquirida. Dentre essa última, as causas mais comuns são as degenerações causadas pelo envelhecimento e os traumatismos da coluna vertebral3 (às vezes pequenos traumatismos repetidos ao longo da vida). Pode haver também um crescimento excessivo do ligamento amarelo8 que sustenta a coluna ou o deslizamento do disco para o interior da coluna, formando a hérnia de disco9.
Quais são os principais sinais10 e sintomas11 da estenose1 do canal vertebral2?
Os sintomas11 da estenose1 do canal vertebral2 dependem da região da coluna que é afetada, mas o principal e mais geral dos sintomas11 é a dor. Na maioria das vezes, a dor progride à medida que aumenta a compressão do canal vertebral2 e pode chegar a ser tão intensa que impede a pessoa de realizar suas atividades normais. Quando o estreitamento ocorre na região cervical, a dor pode ser em um dos braços ou nos dois. À medida que a doença avança pode haver comprometimento das pernas e do andar. Se o estreitamento é na região lombar12, o paciente pode sentir dor lombar, com irradiação para uma ou ambas as pernas. Com a progressão da doença, depois de caminhar certa distância, o paciente sente enrijecimento das panturrilhas13 e partes posteriores das pernas, precisando às vezes parar de andar e assentar-se por algum tempo. Normalmente a dor se faz acompanhar de dormência14, queimação e/ou fraqueza e cede com o repouso de cinco a dez minutos, permitindo nova caminhada pela mesma distância, após o que os sintomas11 se repetem (claudicação15 neurogênica). É comum haver também alterações da sensibilidade, perda de força nas pernas e o tronco encurvado anteriormente ao ficar em pé, porque essa postura alivia a dor e melhora os outros sintomas11. Mais raramente alguns pacientes podem desenvolver a chamada “cauda equina”, caracterizada por sintomas11 urológicos16 e/ou proctológicos17 e mesmo paralisia18 geral das pernas, requerendo tratamento cirúrgico de urgência19, para desobstrução do canal.
Como o médico diagnostica a estenose1 do canal vertebral2?
A primeira aproximação diagnóstica da estenose1 do canal vertebral2 pode ser feita com bastante precisão por meio de uma história clínica bem colhida e de um exame físico minucioso, mas o diagnóstico20 definitivo depende de exames de imagens, sobretudo tomografia computadorizada21 e ressonância magnética22 da coluna. Uma radiografia inicial pode avaliar o alinhamento da coluna e seu comportamento dinâmico.
Como o médico trata a estenose1 do canal vertebral2?
O tratamento da estenose1 do canal vertebral2 pode ser conservador ou cirúrgico, conforme o caso. O tratamento conservador deve ser feito por meio de modificações das atividades diárias costumeiras, envolvendo postura e movimentações corretas, inclusive para dormir (colchão firme, posição “de lado”, semifletida, colocação de travesseiro entre os joelhos), analgésicos23 e anti-inflamatórios para dor. Passada a fase aguda, o paciente deve fazer exercícios não vigorosos, como caminhadas e hidroginástica. Um colar cervical pode ser útil quando o problema se localiza nessa região da coluna. Quando não há melhoras com esse tratamento conservador, a cirurgia para alargamento do canal está indicada. Trata-se de procedimento que tem diversas variações à escolha do neurocirurgião, todas tecnicamente muito simples e capazes de devolver o paciente à normalidade. Conforme o caso, a cirurgia será feita na região cervical ou lombar e o tempo de internação não ultrapassará um ou dois dias.
Como evolui a estenose1 do canal cervical?
Normalmente, a estenose1 do canal vertebral2 pode estabilizar-se ou mesmo regredir com o tratamento conservador, mas pode também evoluir e necessitar de tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico é simples e em geral devolve o indivíduo à normalidade.
Como prevenir a estenose1 do canal vertebral2?
Não há como prevenir a estenose1 do canal vertebral2, sobretudo a causada pelo envelhecimento, mas há como minorar seus efeitos: evitar desde cedo o sedentarismo24, a obesidade25 e o tabagismo e tudo o que possa causar traumatismos sobre a coluna.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.