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Diarreia intensa? Pode ser salmonelose.

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O que é salmonelose?

A salmonelose é uma infecção1 alimentar causada por uma bactéria2 que produz uma enterotoxina, responsável pelos sintomas3. A bactéria2 causal invade localmente a mucosa4 do intestino delgado5, mas só raramente se espalha para outros órgãos, como acontece com a salmonela do tifo, sua aparentada. Afeta mais frequentemente as crianças pequenas e as pessoas idosas. A salmonela (bactéria2 causal) coloniza quase todos os animais domésticos, especialmente as aves, sem provocar sintomas3 neles, e daí é transmitida aos homens.

Quais são as causas da salmonelose?

A salmonelose é causada pela Salmonella enterica quando ingerida juntamente com a comida (inclusive folhagens, verduras e frutas mal lavadas) ou água contaminada com fezes de animais como bois e galinhas ou por meio de ovos ou carnes de aves mal cozidos. A sua existência fora do corpo é facilitada quando há temperaturas mais altas, como ocorre nas regiões subtropicais e tropicais que, por isso, são as mais afetadas.

Quais são os principais sinais6 e sintomas3 da salmonelose?

Na maioria das vezes a Salmonella enterica fica restrita ao intestino e causa aí os seus sintomas3 principais: diarreia7 intensa, às vezes com sangue8, cólicas9 e outros sintomas3 abdominais. Além da diarreia7 podem surgir, abruptamente, sintomas3 como fortes náuseas10, intensos vômitos11, febre12 alta, calafrios13, dores de cabeça14 e mal estar. Se houver complicações e a bactéria2 atingir outros órgãos, podem aparecer novos sintomas3, como dor nas articulações15, dificuldade de urinar e inflamação16 nos olhos17.

Embora raramente, pode ocorrer septicemia18 (disseminação da bactéria2 pelo sangue8), que é uma situação grave e que pode levar à osteomielite19, artrite20 ou endocardite21.

Como o médico diagnostica a salmonelose?

O diagnóstico22 de suspeita deve ser clínico, baseado principalmente no histórico alimentar do paciente, mas o diagnóstico22 de certeza é feito por cultura de amostras de fezes em meio específico e análises microscópica e bioquímica. Conforme o caso requeira, podem ser também colhidas amostras de sangue8 ou líquor23.

O diagnóstico22 diferencial deve ser feito com outras doenças assemelhadas, como colite24 ulcerativa, gastroenterite25 viral ou disenteria amebiana.

Como o médico trata a salmonelose?

O tratamento básico é o de suporte do paciente, com ênfase especial na rehidratação. Podem ser usadas medicações sintomáticas (antieméticos26, antitérmicos27, analgésicos28, etc.). A salmonelose tende a resolver-se espontaneamente no prazo médio de uma semana. Nos casos mais graves pode ser necessário usar antibióticos.

Como prevenir a salmonelose?

  • Só consumir leite de procedência confiável ou que tenha sido previamente fervido ou pasteurizado.
  • Dê preferência aos alimentos que tenham sido submetidos ao calor. Quanto aos outros, lave-os bem antes de comê-los.
  • Em bares ou restaurantes, evite saladas, maioneses e outros alimentos crus.

Como evolui a salmonelose?

Geralmente a resolução da salmonelose é completa dentro de sete a dez dias.

Em crianças muito pequenas, pessoas idosas ou imunodeprimidas, se a enfermidade é muito intensa, pode ser necessária a internação, o uso de remédios específicos e a rehidratação parenteral.

Em casos raros, a infecção1 pode se disseminar e atingir outros órgãos além dos intestinos29.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e da Harvard Health Publishing (Harvard Medical School).

ABCMED, 2013. Diarreia intensa? Pode ser salmonelose.. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/350239/diarreia-intensa-pode-ser-salmonelose.htm>. Acesso em: 24 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
2 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
5 Intestino delgado: O intestino delgado é constituído por três partes: duodeno, jejuno e íleo. A partir do intestino delgado, o bolo alimentar é transformado em um líquido pastoso chamado quimo. Com os movimentos desta porção do intestino e com a ação dos sucos pancreático e intestinal, o quimo é transformado em quilo, que é o produto final da digestão. Depois do alimento estar transformado em quilo, os produtos úteis para o nosso organismo são absorvidos pelas vilosidades intestinais, passando para os vasos sanguíneos.
6 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
7 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
8 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
9 Cólicas: Dor aguda, produzida pela dilatação ou contração de uma víscera oca (intestino, vesícula biliar, ureter, etc.). Pode ser de início súbito, com exacerbações e períodos de melhora parcial ou total, nos quais o paciente pode estar sentindo-se bem ou apresentar dor leve.
10 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
11 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
12 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
13 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
14 Cabeça:
15 Articulações:
16 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
17 Olhos:
18 Septicemia: Septicemia ou sepse é uma infecção generalizada grave que ocorre devido à presença de micro-organismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea. Geralmente ela ocorre a partir de outra infecção já existente.
19 Osteomielite: Infecção crônica do osso. Pode afetar qualquer osso da anatomia e produzir-se por uma porta de entrada local (fratura exposta, infecção de partes moles) ou por bactérias que circulam através do sangue (brucelose, tuberculose, etc.).
20 Artrite: Inflamação de uma articulação, caracterizada por dor, aumento da temperatura, dificuldade de movimentação, inchaço e vermelhidão da área afetada.
21 Endocardite: Inflamação aguda ou crônica do endocárdio. Ela pode estar preferencialmente localizada nas válvulas cardíacas (endocardite valvular) ou nas paredes cardíacas (endocardite parietal). Pode ter causa infecciosa ou não infecciosa.
22 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
23 Líquor: Líquido cefalorraquidiano (LCR), também conhecido como líquor ou fluido cérebro espinhal, é definido como um fluido corporal estéril, incolor, encontrado no espaço subaracnoideo no cérebro e na medula espinhal (entre as meninges aracnoide e pia-máter). Caracteriza-se por ser uma solução salina pura, com baixo teor de proteínas e células, atuando como um amortecedor para o córtex cerebral e a medula espinhal. Possui também a função de fornecer nutrientes para o tecido nervoso e remover resíduos metabólicos do mesmo. É sintetizado pelos plexos coroidais, epitélio ventricular e espaço subaracnoideo em uma taxa de aproximadamente 20 mL/hora. Em recém-nascidos, este líquido é encontrado em um volume que varia entre 10 a 60 mL, enquanto que no adulto fica entre 100 a 150 mL.
24 Colite: Inflamação da porção terminal do cólon (intestino grosso). Pode ser devido a infecções intestinais (a causa mais freqüente), ou a processos inflamatórios diversos (colite ulcerativa, colite isquêmica, colite por radiação, etc.).
25 Gastroenterite: Inflamação do estômago e intestino delgado caracterizada por náuseas, vômitos, diarréia e dores abdominais. É produzida pela ingestão de vírus, bactérias ou suas toxinas, ou agressão da mucosa intestinal por diversos mecanismos.
26 Antieméticos: Substância que evita o vômito.
27 Antitérmicos: Medicamentos que combatem a febre. Também pode ser chamado de febrífugo, antifebril e antipirético.
28 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
29 Intestinos: Seção do canal alimentar que vai do ESTÔMAGO até o CANAL ANAL. Inclui o INTESTINO GROSSO e o INTESTINO DELGADO.
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