Displasia broncopulmonar: conceito, causas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é a displasia broncopulmonar1?
Chama-se displasia broncopulmonar1 ao surgimento de anomalias nos brônquios2, bronquíolos3 e alvéolos pulmonares4. Ela deve ser considerada em qualquer neonato5 que permanece dependente de oxigênio em concentrações acima de 21% por um período maior ou igual a 28 dias e quando houver necessidade de suplementação6 de oxigênio em prematuros que não apresentem outras condições que necessitem da administração de O2.
Estes recém-nascidos devem ser periodicamente submetidos à reavaliação diagnóstica e à determinação da gravidade da doença.
Quais são as causas da displasia broncopulmonar1?
Os bebês7 recém-nascidos prematuros quase sempre têm que receber oxigênio pressurizado. As máquinas utilizadas para isso quase sempre danificam as ainda frágeis estruturas dos pulmões8. A displasia broncopulmonar1 resulta de agressões pulmonares causadas pelo tratamento de recém-nascidos prematuros (tipicamente por ventilação9 prolongada) ou são devidas a doenças pulmonares como infecções10, acúmulo de líquido nos pulmões8, malformações11 pulmonares, etc.
Saiba mais sobre "Prematuridade e cuidados necessários" e "Ventilação9 mecânica".
Como acontece a displasia broncopulmonar1?
Os pulmões8 ainda não estão completamente formados no momento do nascimento, de tal modo que o número de alvéolos12 aumenta muito nos primeiros dois anos de vida. Quando o recém-nascido prematuro precisa de ventilação9 mecânica para sua sobrevivência13, essa resulta numa inflamação14 pulmonar, que produz cicatrizes15 nos pulmões8 e interfere com o desenvolvimento deste órgão, afetando também as trocas de gases nos alvéolos12. Disso resultam alterações morfológicas das estruturas pulmonares ainda imaturas.
Quais são as principais características clínicas da displasia broncopulmonar1?
As crianças com displasia broncopulmonar1 têm dificuldade para respirar, respiração acelerada e dependência de oxigênio, além de chiado no peito16 e tosse. Devido à carência do oxigênio, a pele17 das extremidades e as mucosas18 podem assumir uma coloração azulada. Todos estes sintomas19 tendem a melhorar com o desenvolvimento pulmonar, desde que a criança receba tratamento adequado.
Como o médico diagnostica a displasia broncopulmonar1?
Os médicos normalmente diagnosticam a displasia broncopulmonar1 quando os sintomas19 da síndrome20 de desconforto respiratório duram mais tempo que o normal. Costuma ser usada uma idade específica (28 dias de vida) como marcador. Os médicos também podem diagnosticar a displasia broncopulmonar1 se os problemas respiratórios continuarem após a data em que o bebê prematuro deveria ter nascido.
A radiografia do tórax21 pode revelar que os pulmões8 do bebê pareçam esponjosos. Uma amostra de sangue22 do bebê para exame pode ser usada para a verificação do nível de oxigênio no sangue22.
Como o médico trata a displasia broncopulmonar1?
O tratamento da displasia23 pulmonar implica em (1) questões alimentares, (2) uso de oxigênio, (3) medicamentos e (4) prevenção de infecções10. O ganho de peso e o crescimento pulmonar são cruciais para a melhora dos sintomas19 de cansaço e da dependência de oxigênio. Frequentemente é necessário o uso de suplementos nutricionais para aumentar o valor calórico dos alimentos, como fortificantes do leite materno e preparados a base de gorduras, como triglicérides24 de cadeia média.
O uso de oxigênio representa um dos aspectos mais importantes no tratamento da displasia broncopulmonar1. O oxigênio deve ser administrado preferencialmente sob a forma de cânulas nasais, pois desta forma continua sendo oferecido durante os períodos de sono e alimentação.
Quanto aos medicamentos, habitualmente são utilizados diuréticos25, que ajudam o organismo a expelir mais água do organismo, broncodilatadores26, que ajudam a melhorar a passagem do ar para os pulmões8 e corticosteroides, que agem para diminuir a inflamação14 e para tratar a doença do refluxo gastroesofágico27, presente em boa parte destas crianças.
Leia sobre "Cianose28", "Gasometria arterial", "Oxigenioterapia", "Corticoides" e "Refluxo gastroesofágico27".
Como evolui a displasia broncopulmonar1?
A melhora dos sintomas19 da displasia broncopulmonar1 é lenta, gradual e depende da ausência de infecções10 respiratórias. A dependência de oxigênio também desaparece lentamente e raramente ultrapassa o primeiro ano de vida. Embora a maioria das crianças supere a displasia broncopulmonar1, muitas podem continuar apresentando alguns sintomas19 ao longo da vida. Em casos raros, a doença pode mesmo ser fatal.
Quais são as complicações possíveis da displasia broncopulmonar1?
As complicações mais graves, mais temidas e mais comuns no primeiro ano de vida são as infecções10 respiratórias.
Veja também sobre "Síndrome20 da dificuldade respiratória dos recém-nascidos ou Doença da Membrana Hialina", "Bronquiolite em bebês7 e crianças pequenas", "Teste de Apgar" e "Teste do Pezinho ou Triagem Neonatal".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.