Rim flutuante ou Ptose renal
O que é ptose1 renal2?
A ptose1 renal2, também conhecida como nefroptose ou rim3 flutuante, é uma condição adquirida em que um ou ambos os rins4 se deslocam caudalmente pelo menos dois corpos vertebrais (ou mais de 5 centímetros) durante a mudança de posição, de deitado para ereto5. Essa mudança de posição do rim3 altera a disposição das estruturas anatômicas envolvidas com consequentes alterações em seu funcionamento.
O rim3 móvel foi descrito pela primeira vez por Franciscus de Pedemontanus no século XIII. Em 1864, Józef Dietl caracterizou os sintomas6 da nefroptose aguda. O termo nefroptose foi cunhado primeiramente por Glenard em 1885.
Quais são as causas da ptose1 renal2?
A causa da ptose1 renal2 é relativamente desconhecida, mas teoriza-se que a falta de gordura7 perirrenal e de suporte fascial pode levar ao deslocamento descendente do rim3. A maioria dos casos típicos de ptose1 renal2 envolve mulheres brancas magras. Além disso, os pacientes com nefroptose frequentemente apresentam um pedículo8 vascular9 renal2 mais longo do que o normal, o que permite uma incursão renal2 maior que a normal. Acredita-se também que a ptose1 renal2 possa resultar da deficiência de apoio da fáscia10 perirrenal.
A dor da nefroptose é atribuível: (1) à hidronefrose11 aguda causada pela dobra do ureter12 e consequente retenção de urina13, (2) ao estreitamento do lúmen14 dos vasos sanguíneos15 renais, devido ao alongamento desses vasos e isquemia16 renal2 transitória e (3) à estimulação do nervo visceral devido à sua tração no hilo17 renal2.
Quais são as consequências funcionais da ptose1 renal2?
Normalmente, os ureteres18 experimentam dobras ou torções que dificultam a circulação19 da urina13 filtrada e os vasos sanguíneos15 que alimentam o rim3 sofrem estiramentos ou estreitamentos que prejudicam o fluxo sanguíneo, gerando isquemia16 renal2 e elevação da pressão arterial20.
Saiba mais sobre "Hidronefrose11" e "Hipertensão arterial21".
Quais são as principais características clínicas da ptose1 renal2?
Muitas ptoses renais são assintomáticas. As sintomáticas são mais comuns em mulheres, numa proporção de 5 a 10:1 em relação aos homens e são mais comuns no lado direito que no esquerdo (70% dos casos). Tipicamente, envolvem mulheres jovens, com idade entre 20 e 40 anos, que apresentam dor abdominal e costovertebral, de flanco22 ou de quadrante inferior do abdômen que se acentua na posição ereta e alivia quando a(o) paciente se deita, porque o rim3 volta para a fossa renal2. Em muitos casos, uma massa correspondente ao rim3 pode ser palpada na porção lateral inferior do abdômen, do lado do rim3 ptosado.
Os fatores de risco para o desenvolvimento de ptose1 renal2 sintomática23 incluem rápida perda de peso e atividade física excessiva. Outras manifestações podem ser náuseas24, vômitos25, calafrios26, taquicardia27, oligúria28 e hematúria29 transitória ou proteinúria30 por obstrução. Chama-se ectopia renal2 a um deslocamento congênito31 permanente do rim3 para uma posição anômala. Normalmente, os pacientes com esta condição têm ureteres18 mais curtos e um fornecimento de sangue32 arterial renal2 também ectópico33.
Leia sobre "Sangue32 na urina13", "Oligúria28", "Proteinúria30" e "Ectopia renal2".
Como o médico diagnostica a ptose1 renal2?
O diagnóstico34 inicial da ptose1 renal2 sintomática23 deve se basear nos sintomas6 do doente e ser confirmado pela urografia35 intravenosa, através da obtenção de imagens com os indivíduos eretos e supinos. Também a ultrassonografia36 pode fornecer imagens valiosas. Muitas vezes, a ptose1 renal2 é um achado ocasional quando do exame de imagens do abdômen feito por outro motivo.
Como o médico trata a ptose1 renal2?
A condição muitas vezes é tratada com nefropexia, um procedimento cirúrgico que protege o rim3 flutuante com o retroperitônio. As suturas37 para fixar o rim3 ptótico ao retroperitônio ainda estão em uso hoje em dia. Desde 1993, a nefropexia tem sido feita também por via laparoscópica.
A reparação cirúrgica é benéfica em certos doentes sintomáticos com obstrução do sistema de coleta da urina13 ou fluxo sanguíneo renal2, documentadamente alterados por causa de ptose1 renal2.
Os diagnósticos diferenciais a serem feitos incluem cólica renal2, colecistite38 (lado direito), obstrução intestinal, doença espástica do intestino, pielonefrite39, doença cística ovariana, ruptura de cisto ovariano e apendicite40 ou diverticulite41 crônica.
Saiba mais sobre "Cálculo42 renal2", "Colecistite38", "Infecção43 urinária", "Cistos ovarianos", "Apendicite40" e "Diverticulite41".
Quais são as complicações possíveis da ptose1 renal2?
A progressão da nefroptose pode levar a complicações graves, como pielonefrite39, hidronefrose11 e hipertensão arterial21 secundária. A pielonefrite39 deve-se à estagnação da urina13 dentro do rim3, criando um ambiente favorável para a reprodução44 de organismos patogênicos. A hidronefrose11 se desenvolve como resultado do impedimento da saída de urina13 do ureter12 por inflexão ou torção45 do mesmo. A hipertensão arterial21 ocorre devido às alterações no fluxo sanguíneo da artéria renal46.
Veja também sobre "Nefrite47", "Gomerulonefrites" e "Problemas urinários".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Mayo Clinic, National Kidney Foundation e National Health Service (NHS) do Reino Unido.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.