Hipercapnia - o que devemos saber para reconhecê-la?
O que é capnia?
Capnia é a dosagem de dióxido de carbono (CO2) no sangue1. De um modo geral, quando uma pessoa respira, inala oxigênio e exala dióxido de carbono (CO2), mantendo um taxa sanguínea de CO2 constante. A hipercapnia2 é a presença de doses excessivas de CO2 no sangue1.
Quais são as causas da hipercapnia2?
Embora a causa principal da hipercapnia2 seja a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ela também pode ser causada por hipoventilação, overdose de estupefaciente3, dentre outras causas que podem elevar os níveis de CO2 no sangue1: convulsões, overdose de drogas, lesões4 de tronco encefálico5, fraqueza muscular esquelética, asma6 e apneia obstrutiva do sono7.
Qual é o mecanismo fisiológico8 da hipercapnia2?
O dióxido de carbono e o oxigênio são trocados em alvéolos9 dentro do pulmão10 (minúsculos sacos de ar agrupados em forma de cachos de uva, na extremidade dos brônquios11). Se os alvéolos9 são danificados ou destruídos, como acontece em pessoas com DPOC, este processo fica prejudicado, deixando menos superfície para captar oxigênio e eliminar o dióxido de carbono a partir dos pulmões12 para a corrente sanguínea. Isto resulta numa baixa de oxigênio no sangue1 (hipoxemia13) e elevados níveis de dióxido de carbono (hipercapnia2). A respiração curta e rápida ocasiona uma diminuição da eliminação do dióxido de carbono e uma alta concentração de ar retido nas vias aéreas. Um aumento na produção de dióxido de carbono, por esforço excessivo, por exemplo, pode criar uma situação em que a produção de dióxido de carbono é mais alta que o sistema respiratório14 pode eliminar, gerando hipercapnia2. Então, o centro reflexo respiratório estimula uma respiração mais rápida para tentar eliminar este excesso de dióxido de carbono.
Quais são as principais características clínicas da hipercapnia2?
Muitas vezes, a hipercapnia2 fica assintomática e as pessoas que sofrem esse problema podem não percebem que o têm. Se ocorrerem sintomas15, eles podem ser inicialmente sob a forma de dores de cabeça16, incapacidade de pensar e sensação de sonolência. Os sinais17 e sintomas15 da hipercapnia2 grave podem, eventualmente, levar à insuficiência respiratória18 e mesmo à morte e incluem pele19 corada (vermelhidão da pele19), tontura20, respiração rápida, aumento da pressão arterial21, aumento da frequência cardíaca e contrações musculares.
Como o médico diagnostica a hipercapnia2?
O diagnóstico22 da hipercapnia2 pode ser feito por meio de uma gasometria arterial. Ela pode medir a pressão parcial de gás carbônico (pCO2). Os níveis normais variam entre 35 e 45 mmHg. Se a pCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilado, e se estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilado.
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Como o médico trata a hipercapnia2?
O tratamento para a hipercapnia2 depende da gravidade do problema e começa com tratar a causa subjacente. Se for impossível tratar a causa subjacente, tratamento adicional pode ser necessário. A ventilação25 não invasiva é feita por meio de uma mistura de ar e oxigênio aplicada por meio de uma máscara facial. A intubação, com posterior ventilação25 mecânica, é feita pela inserção de um tubo especial nas vias aéreas, através da boca26. Esse tubo é então ligado a um ventilador mecânico que assume a respiração ativa para o paciente.
Veja também "Quando a ventilação25 mecânica é necessária? Como ela é? Quais são as possíveis complicações?"
Como evolui a hipercapnia2?
Em alguns casos, a hipercapnia2 se desenvolve lentamente, de modo extremamente leve e a pessoa pode não sentir quaisquer sintomas15. Mas, se não tratada, a hipercapnia2 pode levar à insuficiência respiratória18 e à morte.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.