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Retinopatia do bebê prematuro

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O que é retinopatia do bebê prematuro?

A retinopatia do bebê prematuro é aquela que afeta os bebês1 que nascem prematuramente. Ela é tanto mais comum quanto mais acentuada a prematuridade, porque a formação dos vasos da retina2 só se dá poucas semanas antes do nascimento. Assim, a vascularização da retina2 nos bebês1 que nascem prematuramente se encontra incompletamente desenvolvida. A formação desses vasos fora do ambiente uterino pode dar-se de maneira anômala, gerando a retinopatia do bebê prematuro, que é uma das principais causas mundiais de cegueira infantil. Entre as causas de cegueira tratáveis, fica em segundo lugar depois das cataratas.

Quais são as causas da retinopatia do bebê prematuro?

Não se conhecem todos os fatores que levam à retinopatia do bebê prematuro, mas entre eles certamente está a imaturidade de formação dos vasos sanguíneos3 retinianos. Quanto mais prematuro e doente for o bebê, maior o risco dessa retinopatia. Os bebês1 nascidos com menos de 31 semanas de gestação e/ou com peso inferior a 1.250 gramas e os que sofrem de qualquer moléstia estão em maior risco de terem retinopatia do bebê prematuro.

Qual é a fisiopatologia4 da retinopatia do bebê prematuro?

Os vasos sanguíneos3 da retina2 crescem durante o desenvolvimento intrauterino, mas esse processo não consegue ser inteiramente completado nos bebês1 prematuros. Essa vascularização começa em torno do quarto mês de gestação e é muito sensível ao aporte de oxigênio, seja ele suprido natural ou artificialmente. Os vasos anormais podem crescer para fora da retina2 e podem causar hemorragias5 dentro do olho6, as quais, quando reabsorvidas, podem deixar cicatrizes7 e causar descolamento da retina2 e, eventualmente, cegueira. Os pacientes com retinopatia do bebê prematuro têm também um risco maior de desenvolver estrabismo8, glaucoma9, catarata10 e miopia11.

Quais são os principais sinais12 e sintomas13 da retinopatia do bebê prematuro?

Não há sintomas13 que possam ser notados da retinopatia do bebê prematuro, por isso ele deve ter seu fundo de olho14 cuidadosamente monitorado pelo oftalmologista15 nas suas primeiras semanas de vida.

Como o médico diagnostica a retinopatia do bebê prematuro?

O diagnóstico16 da retinopatia do bebê prematuro pode ser feito pelo exame de fundo de olho14. O diagnóstico16 diferencial deve ser feito com duas outras condições similares: a vitreorretinopatia exsudativa17 familiar e a síndrome18 de vascularização fetal persistente.

Como o médico trata a retinopatia do bebê prematuro?

O tratamento da retinopatia do bebê prematuro depende do estágio de crescimento dos vasos sanguíneos3. Os estágios iniciais habitualmente não demandam tratamento e podem revolver-se por si mesmos. Os estágios mais avançados podem exigir tratamentos para paralisar o surgimento e o crescimento de novos vasos anormais. O tratamento consiste em selar a extremidade dos vasos sanguíneos3 retinianos para certificar que continuem crescendo. Esse procedimento deve ser conduzido pelo especialista treinado nesse tipo de tratamento.

Como prevenir a retinopatia do bebê prematuro?

A melhor maneira de prevenir a retinopatia do bebê prematuro é evitar o nascimento prematuro, fazendo um bom pré-natal. Outra medida é monitorar a correta administração de oxigênio ao bebê prematuro, uma vez que tanto a escassez como o excesso desse gás é desfavorável ao bebê.

Como evolui a retinopatia do bebê prematuro?

O diagnóstico16 e tratamento precoces da retinopatia do bebê prematuro diminuem as chances de cegueira, mas nem sempre a previnem. O exame que acompanha o crescimento dos vasos sanguíneos3 retinianos pode ser feito a partir da quarta semana de vida e deve ser realizado regularmente até que eles atinjam o crescimento, alcançando as margens da retina2. Os estágios mais brandos não levam à cegueira, mas os estágios mais severos podem levar ao descolamento de retina2. Considera-se obrigatória a vigilância oftalmológica de todas as crianças que nasçam com menos de 32 semanas de gestação e/ou com menos de 1.500 gramas.

Quais são as complicações possíveis da retinopatia do bebê prematuro?

A complicação mais temível da retinopatia do bebê prematuro é o descolamento da retina2, que pode levar à cegueira.

ABCMED, 2015. Retinopatia do bebê prematuro. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/753852/retinopatia-do-bebe-prematuro.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
2 Retina: Parte do olho responsável pela formação de imagens. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. Possui duas partes: a retina periférica e a mácula.
3 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
4 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
5 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
6 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
7 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
8 Estrabismo: Desvio da posição de um ou ambos os globos oculares, secundária a uma alteração no sistema de músculos, tendões e nervos encarregados de dar aos olhos o movimento normal.
9 Glaucoma: É quando há aumento da pressão intra-ocular e danos ao nervo óptico decorrentes desse aumento de pressão. Esses danos se expressam no exame de fundo de olho e por alterações no campo de visão.
10 Catarata: Opacificação das lentes dos olhos (opacificação do cristalino).
11 Miopia: Incapacidade para ver de forma clara objetos que se encontram distantes do olho.Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais, e mais recentemente com o uso de cirurgia a laser.
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Fundo de olho: Fundoscopia, oftalmoscopia ou exame de fundo de olho é o exame em que se visualizam as estruturas do segmento posterior do olho (cabeça do nervo óptico, retina, vasos retinianos e coroide), dando atenção especialmente a região central da retina, denominada mácula. O principal aparelho utilizado pelo clínico para realização do exame de fundo de olho é o oftalmoscópio direto. O oftalmologista usa o oftalmoscópio indireto e a lâmpada de fenda.
15 Oftalmologista: Médico especializado em diagnosticar e tratar as doenças que acometem os olhos. Podem prescrever óculos de grau e lentes de contato.
16 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
17 Exsudativa: 1. Inerente ou pertencente à exsudação. Ação de exsudar, suar, transpirar. 2. Líquido que, saindo pelos poros da superfície de um vegetal ou de um animal, torna-se espesso ou viscoso nessa superfície.
18 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
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