Sífilis congênita: como ela é?
O que é sífilis1 congênita2?
Segundo o Ministério da Saúde3 “a sífilis1 é uma doença infecto-contagiosa4, sistêmica, de evolução crônica, com manifestações cutâneas5 temporárias, provocadas por uma espiroqueta”. Fala-se de sífilis1 congênita2 quando a infecção6 se dá da mulher gestante para o feto7, geralmente por via transplacentária8, ou também por contato direto com as lesões9, durante o parto. Daí pode-se concluir que se a mãe não for sifilítica, o feto7 também não o será.
Quais são as causas da sífilis1 congênita2?
A causa da sífilis1 é a infestação10 do feto7 pelo micro-organismo chamado Treponema pallidum, causador da doença. Em relação ao feto7, as infecções11 maternas são ditas primárias se adquiridas durante a gravidez12 e secundárias se adquiridas antes da gravidez12. As primeiras quase sempre causam infecções11 fetais, enquanto que as infecções11 maternas secundárias raramente resultam em doenças e anomalias fetais. Se a mãe estiver infectada, o Treponema pallidum pode facilmente cruzar a membrana placentária e atingir o feto7 já a partir da nona ou da décima semana de gestação, mas mais facilmente após o quinto mês. A partir daí ele ganha o sangue do cordão umbilical13 e se multiplica em diversos órgãos fetais. Excepcionalmente, pode acontecer que o contágio14 se dê através do contato direto com as lesões9 infectadas durante o parto vaginal. A transmissão mãe-feto7 é maior na primeira gestação e diminui nas gestações seguintes.
Quais são os principais sinais15 e sintomas16 da sífilis1 congênita2?
Alguns filhos de mães sifilíticas (cerca de 20%) não chegam a contrair sífilis1 congênita2. A gestante só transmite sífilis1 ao feto7 se ela foi contaminada há menos de dois anos. A gravidez12 tem o poder de diminuir ou suprimir as manifestações clínicas da sífilis1 materna e a doença pode passar despercebida pela mãe. Mesmo assim, ela pode causar o óbito17 do feto7, anomalias congênitas18 graves, abortamento19, parto prematuro, crescimento retardado, prematuridade e sífilis1 congênita2.
Chama-se sífilis1 congênita2 precoce àquela que se manifesta até os dois anos de idade (às vezes logo após o nascimento). Pode assumir diversos graus de gravidade e apresentar placas20 na pele21 e nas mucosas22; lesões9 palmo-plantares; fissuras23 próximas a orifícios do corpo (periorificiais24), condilomas25 planos anogenitais; lesões9 ósseas, no sistema nervoso central26, no aparelho respiratório27; aumento do fígado28 e do baço29; rinites sanguinolentas; pancreatite30 e nefrite31. Em suas formas mais graves pode ocorrer a sepse32 maciça com anemia33 intensa.
A sífilis1 congênita2 tardia, que se manifesta após o segundo ano de vida, caracteriza-se por lesões9 gomosas, esclerose34 delimitada de órgãos, deformidades ósseas (fronte olímpica, mandíbula35 curva, arco palatino elevado) e dos dentes, nariz em sela36 e tíbia37 em lâmina de sabre.
Como o médico diagnostica a sífilis1 congênita2?
A sífilis1 congênita2 pode ser diagnosticada correlacionando os exames sorológicos da mãe com resultados dos testes de infecção6 do líquido amniótico38, as evidências de espessamento cutâneo39, aumento da placenta, efusões40 nas cavidades serosas, entre outros sinais15 vistos na ultrassonografia41.
Como o médico trata a sífilis1 congênita2?
A sífilis1 congênita2, igualmente às outras formas de sífilis1, deve ser tratada com penicilina, em doses adequadas à idade e ao peso do bebê. O tratamento da gestante deve ser acompanhado do tratamento do seu parceiro, a fim de evitar que a gestante adquira uma nova infecção6.
Como evolui a sífilis1 congênita2?
Os fetos ou bebês42 que ainda não apresentam sintomas16 ou sequelas43 podem ser integralmente curados. Os outros também podem ser curados da sífilis1 ativa, mas permanecerão com sequelas43.
Os bebês42 que sobrevivem podem apresentar lesões9 em forma de bolhas na pele21, alterações ósseas no crânio44, na face45 ou no nariz46, comprometimento de vários gânglios47 e órgãos tais como fígado28, rins48, dentre outros.
Como prevenir a sífilis1 congênita2?
O diagnóstico49 e o tratamento precoce da gestante e do bebê são eficazes tanto na prevenção da doença como de suas consequências.
A sífilis1 congênita2 pode ser prevenida através do tratamento adequado da mãe, impedindo que o Treponema pallidum atravesse a membrana placentária. E, caso atinja o recém-nascido, pode ter suas sequelas43 evitadas quando diagnosticada e tratada precocemente e corretamente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.