Enurese noturna infantil: o que os pais devem saber e podem fazer?
O que é enurese1 noturna infantil?
Enurese1 noturna infantil é a falta de controle da micção2 noturna em idade em que isto já deveria ter ocorrido, ou seja, por volta dos cinco ou seis anos. Até essa idade, o fato de uma criança, sem querer, molhar a cama no máximo uma vez por semana é aceitável, já que o mecanismo urinário da criança ainda está em amadurecimento. O importante é que não tenham outros sintomas3 associados; tais como, dor ou urgência4 para urinar, febre5, perdas involuntárias de urina6 durante o dia, sangue7 na urina6, etc. Após essa idade já se pode falar de uma condição chamada enurese1 noturna infantil.
Teoricamente, a enurese1 noturna primária monossintomática pode ser definida como “ato involuntário de molhar a cama duas ou mais vezes por semana, em crianças saudáveis, após os cinco ou seis anos de idade.”
A incidência8 da enurese1 noturna é maior no sexo masculino, na proporção de 2:1. Aos cinco anos de idade ocorre em 15% das crianças; aos 10 anos, em 3% delas e em 1% dos adultos acima de 20 anos. Há crianças que já haviam conseguido o controle da bexiga9 e que o perdem, posteriormente, tornando-se enuréticas.
Também existe uma enurese1 diurna, mas ela é mais rara. Normalmente ocorre quando a criança segura o xixi para continuar brincando ou tem alguma alteração na bexiga9.
Quais são as causas da enurese1 noturna infantil?
A enurese1 noturna infantil tem uma incidência8 familiar. As chances de um filho ser enurético são de 40% se um dos pais também o foi e de 75-80% se ambos os pais o foram.
Outros fatores que podem colaborar são:
- O atraso da maturidade vesical10.
- A produção inadequada de hormônio11 antidiurético durante a noite.
- O sono muito profundo.
- Infecções12 do trato urinário13.
- Lesões14 obstrutivas do trato urinário13.
- Problemas da espinha dorsal.
- Problemas emocionais.
As crianças diabéticas ou aquelas com anemia perniciosa15 produzem maiores quantidades de urina6 e por isso têm mais tendência a fazer xixi na cama à noite. Uma sensibilidade aumentada a certos alimentos também pode causar enurese1.
Dentre as causas emocionais encontram-se, por exemplo, a mudança de casa, o nascimento de um irmão, a separação dos pais, coisas que podem fazer com que a criança regrida a um padrão anterior de comportamento. Essa enurese1 geralmente é temporária.
Outra condição necessária para controlar a micção2 é o desenvolvimento neuromuscular da bexiga9.
Todas essas situações devem ser pesquisadas pelo pediatra do seu filho, para que seja feito um diagnóstico16 correto e a criança possa ser tratada adequadamente. Sempre que necessário, o pediatra encaminhará a criança para ser avaliada por um especialista (nefrologista17 pediátrico, urologista18 pediátrico ou cirurgião pediátrico).
Quais são os sinais19 e sintomas3 da enurese1 noturna infantil?
O principal sintoma20 da enurese1 noturna se caracteriza pela emissão noturna e involuntária21 de urina6 na cama, de forma inconsciente, embora durante o dia a criança não tenha problema em reter a urina6 e ir ao banheiro de maneira apropriada. Muitas crianças que sofrem de enurese1 noturna possuem um sono muito profundo e têm dificuldade para acordar enquanto fazem xixi na cama.
Como o médico diagnostica a enurese1 noturna infantil?
O diagnóstico16 mais importante aqui é quanto às causas da enurese1 noturna. Ele deve ser feito por meio de um exame clínico detalhado, que assegure tratar-se de uma verdadeira enurese1 noturna e não de outra afecção22 do sistema urinário23.
Como é o tratamento da enurese1 noturna infantil?
A enurese1 noturna não é, propriamente falando, uma doença. Melhor seria falar-se em “solução” ao invés de tratamento. Nenhum recurso soluciona 100% dos casos. Há vários tipos deles, com sucesso de 60 a 80% dos casos, tais como terapias medicamentosas e terapias psicológicas.
Há remédios que podem ser úteis. O acetato de desmopressina é usado sob a forma de spray nasal para aumentar a produção do hormônio11 antidiurético e ajudar o organismo a reabsorver água. A imipramina também é utilizada, mas não é recomendada para crianças com menos de seis anos e não há nenhuma garantia de que a criança se livrará da enurese1 depois que parar de tomá-la.
A modificação comportamental compreende uma série de técnicas diferentes e cabe ao profissional definir qual a mais conveniente em cada caso.
O que pode ser feito para diminuir a enurese1 noturna infantil?
- Evitar a consumo de bebidas e água à noite.
- Esvaziar a bexiga9 antes de deitar.
- Lavar as mãos24 em água fria, antes de deitar-se, porque isso estimula o ato de urinar.
- Fazer um calendário para assinalar as noites “secas” e “molhadas” da criança. As noites “secas” devem ser elogiadas.
- Evitar dramatizar a situação. As brigas e castigos muitas vezes pioram a situação. A criança não faz xixi na cama por querer, trata-se de um ato involuntário, não devendo ser punida por isso.
- Fazer uso regular de algum remédio que tenha sido receitado.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.