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Síndrome do comer noturno

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O que é a síndrome1 do comer noturno?

A síndrome1 do comer noturno é uma alteração mista entre transtorno do sono e transtorno do humor. Tipicamente, os pacientes comem à noite mais da metade das calorias2 totais que usam ingerir nas 24 horas, mas mesmo pacientes que comem normalmente durante o dia podem ter o transtorno. Às vezes, eles comem à noite numa espécie de estado sonambúlico3, durante o qual “atacam a geladeira” e depois de acordados não se lembram do que fizeram. Depois de comerem, podem pegar no sono novamente e voltar a acordar uma ou mais vezes durante a noite, só conseguindo voltar a dormir se comerem novamente. Pela manhã, perdem o apetite e alimentam-se pouco, o que pode gerar um estado de fraqueza, mudança de humor e ansiedade ao longo do dia.

A tríade sintomática4 característica desta síndrome1 foi inicialmente descrita como:

  1. Hiperfagia5.
  2. Insônia.
  3. Inapetência6 durante o dia.

Quais são as causas da síndrome1 do comer noturno?

Não há uma causa específica estabelecida. Ao contrário de muitas condições psicológicas, aqui não há uma tendência genética para o aparecimento desta condição. A síndrome1 do comer noturno envolve alterações da química cerebral, do hormônio7 melatonina (hormônio7 que regula o sono) e da leptina8 (proteína que suprime o apetite), entre outros.

Quais são os sinais9 e sintomas10 da síndrome1 do comer noturno?

A síndrome1 do comer noturno é caracterizada por excessos alimentares que geralmente ocorrem pela madrugada, longe da censura das demais pessoas, acompanhados de perda do controle e de sentimentos posteriores de culpa.

Como o médico diagnostica a síndrome1 do comer noturno?

Os pacientes com síndrome1 do comer noturno em geral ingerem à noite uma quantidade de alimento maior do que durante o dia, com preferência por alimentos gordurosos e ricos em carboidratos. Apresentam também uma piora de humor à noite.

Como o médico trata a síndrome1 do comer noturno?

Não existe um tratamento específico para a síndrome1 do comer noturno. Indica-se psicoterapia cognitivo11-comportamental e medicações para corrigir a insônia e melhorar o humor. Enquanto o transtorno não seja corrigido, uma providência pode ser deixar à mão12, durante a noite, opções alimentares leves, como gelatina diet, por exemplo.

Como prevenir a síndrome1 do comer noturno?

  • Alimente-se adequadamente durante o dia.
  • Faça atividades físicas regulares e tenha hábitos de vida saudáveis.
  • Cuidado com as dietas restritivas, porque elas podem aumentar a fome noturna.

Como evolui a síndrome1 do comer noturno?

A síndrome1 do comer noturno pode levar à obesidade13 e ao diabetes tipo 214 e às suas possíveis complicações.

ABCMED, 2012. Síndrome do comer noturno. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/321225/sindrome-do-comer-noturno.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
2 Calorias: Dizemos que um alimento tem “x“ calorias, para nos referirmos à quantidade de energia que ele pode fornecer ao organismo, ou seja, à energia que será utilizada para o corpo realizar suas funções de respiração, digestão, prática de atividades físicas, etc.
3 Sonambúlico: Relativo a ou próprio de sonâmbulo. O sonâmbulo é aquele que, durante o sono, levanta-se, anda e fala; noctâmbulo, é o que ou aquele que sofre de sonambulismo.
4 Sintomática: 1. Relativo a ou que constitui sintoma. 2. Que é efeito de alguma doença. 3. Por extensão de sentido, é o que indica um particular estado de coisas, de espírito; revelador, significativo.
5 Hiperfagia: Aumento anormal do apetite ou ingestão excessiva de alimentos, geralmente associada a lesão do hipotálamo.
6 Inapetência: Ausência de apetite, de vontade de comer; anorexia. Por extensão de sentido, é a falta de desejo ou de vontade.
7 Hormônio: Substância química produzida por uma parte do corpo e liberada no sangue para desencadear ou regular funções particulares do organismo. Por exemplo, a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas que diz a outras células quando usar a glicose para energia. Hormônios sintéticos, usados como medicamentos, podem ser semelhantes ou diferentes daqueles produzidos pelo organismo.
8 Leptina: Proteína secretada por adipócitos que age no sistema nervoso central promovendo menor ingestão alimentar e incrementando o metabolismo energético, além de afetar o eixo hipotalâmico-hipofisário e regular mecanismos neuroendócrinos. Do grego leptos = magro.
9 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
10 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
11 Cognitivo: 1. Relativo ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
12 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
13 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
14 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
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