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Transtorno do Pânico. O que é?

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O que é o transtorno do pânico?

Para entendermos o que é o transtorno do pânico, imaginemos o aparelho psíquico como uma casa com um sistema de alarme contra ladrões que dispara sem motivo aparente. Aos episódios de alarme psíquico (intensa angústia acompanhada de correlatos fisiológicos que ocorrem de maneira inesperada e sem razão aparente), damos o nome de transtornos do pânico. Eles parecem, pois, acontecer quando o mecanismo de alerta do organismo é despertado inadequadamente. Atualmente, todos vivemos uma espécie de pânico latente com as guerras, a violência, o terrorismo, as catástrofes naturais etc. e nossos sistemas de alarme estão cada vez mais de prontidão. Se antigamente um estrondo nos fazia pensar, por exemplo, num pneu que furou ou num objeto que caiu, hoje em dia pensamos, em primeiro lugar, num tiro ou numa bomba.  

Quais os sintomas1 do transtorno do pânico?

Os sintomas1 dos transtornos do pânico variam de uma pessoa para outra, mas habitualmente se manifestam de modo súbito e inesperado, e incluem dores no peito2, palpitações3, desorientações, dores de cabeça4, tonteiras, mal-estar gástrico, dificuldades de respirar, tremores, soluços, perdas da realidade e medo de estar ficando louco ou morrendo.

Os ataques, habitualmente de curta duração, ocorrem de forma inopinada e imprevisível. Aquelas pessoas que já os experimentaram consideram-nos devastadores, algo que só quem viveu sabe o que seja”. Em sua forma aguda eles duram apenas alguns minutos (cerca de 10 minutos) e constituem uma experiência muito difícil de ser suportada. O resíduo dos sintomas1 desaparece dentro de uma hora. Os ataques podem ocorrer quando tudo está azul” e geralmente sobrevêm quando a pessoa encontra-se realizando uma atividade rotineira como dirigindo um carro, fazendo compras numa loja, rezando numa igreja ou mesmo dormindo. Repentinamente, a pessoa começa a experimentar os sintomas1, que frequentemente começam por um sentimento de irrealidade e temor de perda de controle. Eles também podem ocorrer no curso de uma sobrecarga de estresse físico ou mental, excesso de trabalho, perda de alguém amado, cirurgia, enfermidade, acidente grave, parto etc. Em geral, numa primeira vez o indivíduo procura ajuda num serviço de emergência5 porque pensa estar tendo uma crise cardíaca, ou coisa semelhante, que o está levando à morte. Outros continuam frequentando as emergências a cada nova ocorrência, convencidos de que alguma causa orgânica deixou de ser detectada nas vezes anteriores. Os médicos desavisados podem incidir nas mesmas crenças, levando os pacientes a exames custosos e desnecessários e aumentando, assim, a angústia deles.

Após o ataque, algumas pessoas desenvolvem um medo de ter medo e passam a não querer voltar aos sítios ou situações onde ele ocorreu ou de ir a lugares de onde não possam escapar facilmente. Pode permanecer também nelas um temor a saírem à rua, às multidões, a filas, a grandes lojas, a viagens etc.

Quais as causas dos transtornos do pânico?

Embora não se conheça com precisão a causa específica dos transtornos do pânico, uma constelação de fatores é considerada de importância, como a disposição (inata ou precocemente adquirida), um terreno psíquico ansioso, vivências traumatizantes, estados especiais de insegurança etc., bem como fatores orgânicos como distúrbios da serotonina cerebral e a ingestão de algumas substâncias excitantes, como cafeína, cocaína etc.

Quais são as pessoas mais susceptíveis aos transtornos de pânico?

A maioria delas é constituída de mulheres jovens, mas eles podem também ocorrer em outras pessoas. O transtorno do pânico não é uma neurose6, mas guarda relações estreitas com a neurose6 fóbica e parece estar mais relacionado com ela que com qualquer outra. As pessoas de tipo psicológico fóbico parecem ser mais propensas a esse transtorno.

Algumas características psicológicas são mais comuns nas pessoas que sofrem transtorno do pânico: são extremamente produtivas, costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres, são exigentes consigo mesmas, são perfeccionistas, têm necessidade de estar no controle de tudo, tendem a se preocupar demais com os problemas, possuem alto nível de criatividade e expectativas extremamente altas, têm uma grande tendência a não perceber suas necessidades físicas.

Como se trata os distúrbios do pânico?

Os tratamentos do pânico são cada vez mais eficazes, tanto os medicamentosos como os psicoterápicos, e devem sempre ser conduzidos por um profissional especializado. Atualmente existem medicamentos inócuos, que agem no sistema nervoso central7 regularizando o funcionamento das áreas cerebrais comprometidas. Geralmente são usados os ansiolíticos e/ou os antidepressivos. O tratamento medicamentoso deve sempre ser seguido pela psicoterapia, analítica ou não.

Mas não é qualquer tipo de terapia que funciona com o pânico. Quando a psicoterapia cognitiva8 é corretamente desenvolvida, em conjunto com a medicação adequada, consegue-se melhora acentuada ou ausência total dos sintomas1 na quase totalidade das pessoas, num prazo bastante rápido. Em sequência, a psicoterapia analítica pode ajudar a dissolver os conflitos inconscientes que estejam mantendo a ansiedade.

ABCMED, 2011. Transtorno do Pânico. O que é?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/221875/transtorno-do-panico-o-que-e.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
2 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
3 Palpitações: Designa a sensação de consciência do batimento do coração, que habitualmente não se sente. As palpitações são detectadas usualmente após um exercício violento, em situações de tensão ou depois de um grande susto, quando o coração bate com mais força e/ou mais rapidez que o normal.
4 Cabeça:
5 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
6 Neurose: Doença psiquiátrica na qual existe consciência da doença. Caracteriza-se por ansiedade, angústia e transtornos na relação interpessoal. Apresenta diversas variantes segundo o tipo de neurose. Os tipos mais freqüentes são a neurose obsessiva, depressiva, maníaca, etc., podendo apresentar-se em combinação.
7 Sistema Nervoso Central: Principais órgãos processadores de informação do sistema nervoso, compreendendo cérebro, medula espinhal e meninges.
8 Cognitiva: 1. Relativa ao conhecimento, à cognição. 2. Relativa ao processo mental de percepção, memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
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Comentários

02/05/2013 - Comentário feito por manu
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Consegui esclarecer com os sintomas o que aconteceu comigo, depois que assisti a um vídeo forte que andou circulando na internet, entrei em panico total algumas horas de pois é uma situação muito terrivel, achei que ia ficar louca, fiquei fora da realidade,não conseguia controlar o que estava sentindo, e todas as vezes lembro da situação tenho medo de entrar em meu quarto e muitas coisas mais.

07/04/2013 - Comentário feito por pablo
qual origem do panico?
ola achei muito interessantissimo a materia mostrando a realidade de cada ser humano e alem disso mostrando que a cura e possivel mesmo com tanta dificuldade acho tambem importante a ciencia estudar cada comportamento do ser humano e avaliar seguramente os efeitos psicologicos e a sua raiz .

27/07/2011 - Comentário feito por Renata
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Acho muito importante esclarecer certos pontos deste distúrbio pois, nem sempre as pessoas entendem o comportamento e, acima de tudo, os sintomas que causam "o pânico".
Ainda não se sabe ao certo o que leva a desenvolve-lo porém, quem sofre deste transtorno bem lá no fundo sabe como tudo começou.
O importante é aceitarmos que precisamos de ajuda e nada de preconceitos...sim, precisamos de um psiquiatra o que nos deixa, em certos momentos, com receio. Nada disto, pura ignorância.
Saber aceitar o que nos acontece e acima de tudo, admitir que precisamos de ajuda é o primeiro passo.
Não é agradável para ninguém se ver "refém" de medicamentos que agem no SNC e, muito menos, saber que poderemos ficar dependentes deles por um longo tempo.
Eu sou mais uma que sofri de Transtorno do Pânico e estou aqui para dizer a todas as pessoas que estão passando por este momento difícil que: -podemos superar sim...basta aceitarmos o distúrbio, aceitarmos ajuda de quem for e acima de tudo de um especialista, tentarmos resolver primeiros nossos problemas interiores, depois os exteriores e caminharmos para felicidade.
O meu, o seu problema não é maior do que o de ninguém. Ele é o "maior de todos" só para nós mesmo.
Nós nascemos para sermos felizes! Viver cada dia como se fosse o último, é uma boa dica ;0)

25/07/2011 - Comentário feito por silvia
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Adorei a materia tenho a sindrome do panico a 7anos me trato com pisquiatra tomo RIVOTRIL2MG E ANAFRANIL25MGno inicio tinha miutas crises de tonturas não conseguia parar de pé fiquei 5meses afastada do trabalho pensei que era o local por ter muitas pessoas era um supermercado pedi para me me mandar embora e vi que não eraisso tentei trabalhar em varios lugares mas não consigo quando a crise vem o meu portoseguro é tomar um cp de rivotril não consigo dirigir e nem dar continuidade nas coisas que faço isso é muitofrustante.

04/07/2011 - Comentário feito por Déh
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Muito bom poder compartilhar este assunto, tbm pq através daqui podemos nos ajudar, utilizar deste meio uma auto-ajuda.
Compartilho com vcs, que há 20 anos tenho este transtorno, e hj me sinto muito bem com as benção de DEUS.
Se alguém quiser falar sobre este assunto comigo é só me mandar um email que passo a vcs meu aprendizado de como liar com esta tarefa tão complexa.
Abraço a todos,
Déh - debby.2112@hotmail.com

04/07/2011 - Comentário feito por Michele
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Eu tive e tenho que me controlar pra não ter mais, queria me sentir segura de que nunca mais vou ter isso, mas como....

03/07/2011 - Comentário feito por m.aux.
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
ESTE ASSUNTO É BEM COMPLEXO, POIS, ALÉM DE SERMOS PASSADOS POR MUITOS MÉDICOS, EXAMES DESNECESSÁRIOS, SOFREMOS MUITO MAIS ATÉ QUE ALGUM MÉDICO IDENTIFIQUE E NOS ORIENTE QUAL PROFISSIONAL PROCURAR.NÃO SABEMOS O QUE FAZER QUANDO ENTRAMOS EM CRISE, AS PESSOAS QUE ESTÃO PRÓXIMAS, INSISTEM EM DIZER QUE ISSO É FRESCURA! FALAM QUE É SÓ POR NA CABEÇA QUE NÃO VAI MORRER, QUE RESPIRA, E TUDO ACABA... QUEM ME DERA FOSSE ASSIM!!! ESTOU EM TRATAMENTO HÁ MAIS DE 1 ANO, SINTO-ME MELHOR, PORÉM EVITO CERTAS SITUAÇÕES, POR MEDO DE NÃO SEGURAR O MEDO QUE SINTO AINDA EM CERTAS SITUAÇÕES. JÁ DEIXEI O ÔNIBUS PASSAR E ESPEREI UM MENOS CHEIO, ANDO ATÉ ALGUNS PONTOS ATRÁS PARA PEGÁ-LO VAZIO. ELEVADOR, JÁ CONSIGO ENTRAR DESDE QUE EU SEJA A ÚLTIMA E FICO PREGADA NA PORTA COM TAQUICARDIA, MÃOS SUADAS E PERNAS AINDA BAMBAS...E AINDA SE ME MANDAM PASSAR PARA TRÁS PREFIRO DESCER. É IMPORTANTE QUE SEJA ,MAIS DIVULGADO E EXPLICADO ESSE TRANSTORNO. POIS PESSOAS QUE NÃO PASARAM POR ISSO ACHAM, FALA, QUE ISSO É FALTA DO QUE FAZER. UM ABSURDO O TAMANHO DA IGNORANCIA DELAS COM RELAÇÃO ÀS PESSOAS QUE PASSAM POR ISSO!
TENHO UMA PERGUNTA:
CONSEGUIREI FICAR LIVRE DESSE TRANSTORNO ALGUM DIA? OU TEREI SEMPRE ESSE FANTASMA ME RONDANDO?!SERÁ QUE PRECISAREI TOMAR REMÉDIO MUITO TEMPO? E PSICOTERAPIA TAMBÉM?

02/07/2011 - Comentário feito por wanderley
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Essa materia li por varias vezes, fiz muitas pesquizas na internet mas mesmo assim não acreditava que era essa doença horrivél. Por não acreditar no que lia sobre as coisas que eu sentia, fui a varios psiquiatras, médicos de varias especialidades e nada era detectado. Tinha medo de tomar remédios pois os medicamenos que me receitavam mesmo para a sindrome do Pânico, acreditava eu que só me fazia piorar. Até que me identifiqei com um Psiquiatra muito esclarecedor e me colocou acima de tudo a aprender a ter confiança, alem de acertar na medicamentação correta ele quem "me salou a vida" pois ter pânico, não sei nem com expor as coisas por que passei prefito não falar sobre o assunto , esqueci e nem quero me lembrar mais dessa desastroza doença psiquica. Fiz um tratamento de dois anos, hj estou bem mas as vezes tenho algumas residivas, mas nada igual ao que passei nos seis meses do ano de 2006.

02/07/2011 - Comentário feito por Lília
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Adorei o artigo, realmente me identifiquei com perfil das pessoas que adquirem este mal. Mas estou aprendendo a me observar mais e a me cuidar mais. Meus sintomas praticamente desaparesceram em dois meses de um tratamento multidisciplinar, com remédios, terapia, yoga, acupuntura e muita paciência dos familiares. Estou muito otimista e acredito que vou ficar curada.

30/06/2011 - Comentário feito por vila
Re: Transtorno do Pânico. O que é?
Gostei muito do email que recebi.Realmente é tudo isso que acontece quando se tem uma crise de pânico.Tenho este tipo de problema e já me causou muitas perdas na vida.Hoje vivo tomando remédios para manter um pouco de qualidade de vida.Tem dias que estou bem,mas, outros dias não posso nem
sair sózinho,pois fico muito assustado e com medo de morrer só.Tentei me aposentar mas o inss não está nem ai para este tipo de problema.Só quem tem esta doença terrível pode falar como é ter uma
crise de pânico.Não quero isso nem para meus inimigos,se é que tenho algum.Vivo dependendo sempre de alguém para estar comigo.Hoje me sinto uma pessoa presa em sua casa.Faço tratamento medicamentoso há 20 anos e continuo tendo pânico.Vivo porque amo minha família e porque minha esposa e filha sabem que realmente eu tenho este problema.É uma barra viver diáriamente e ser prisioneiro de si mesmo.Perdi empregos por ter pânico.Peço a Deus que todos possam viver uma vida
sem pânico,pois não é facil conviver com este fantasma.
att.
Villas...

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