Gostou do artigo? Compartilhe!

Inveja - O que é? Como as pessoas reagem a ela?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é inveja?

A inveja pode ser definida como o sentimento de frustração e rancor gerado perante uma vontade não realizada de possuir os atributos, qualidades ou bens de uma outra pessoa. Assim, a inveja é uma experiência de inferioridade e de desgosto diante da felicidade do outro.

Uma forma mais maligna de inveja é aquela em que a pessoa deseja igualar-se à outra, procurando fazer com que ela perca as qualidades ou posses invejadas. Assim, a pessoa invejosa não só é infeliz por sua inveja, mas também por desejar infligir desgraças aos outros. Nesse caso, a pessoa que inveja por vezes tenta destruir na outra as qualidades que inveja e não obtê-las também para si.

Além disso, adentrando-se ao campo da patologia1 psicológica, a inveja é um sintoma2 comum em certos transtornos de personalidade, como na Síndrome3 de Borderline, no Transtorno de Personalidade Passivo-Agressiva e no Transtorno de Personalidade Narcisista.

Embora a inveja seja geralmente vista como algo negativo, ela pode, por outro lado, ser uma força motriz que leva as pessoas a adquirir as qualidades positivas que invejam.

Leia mais sobre "Personalidade narcisista", "Personalidade borderline", "Neuroses" e "Testes de Personalidade".

Como cada pessoa reage à inveja?

Pode-se, pois, ter dois tipos de inveja: uma inveja maliciosa e uma inveja benigna. A inveja maliciosa é uma força doentia que arruína uma pessoa e sua mente, fazendo com que ela deseje cegamente fazer sofrer a pessoa invejada, fazendo com que ela perca suas posses, físicas ou psicológicas. Por outro lado, a inveja benigna pode ser um tipo de força motivacional positiva que faz com que a pessoa aspire a ser tão boa quanto a pessoa invejada. Portanto, a inveja benigna pode ser usada de maneira correta e positiva.

Uma teoria que ajuda a explicar a inveja e seus efeitos sobre o comportamento humano é a teoria evolucionista de Darwin, quando aplicada à sociedade. Com base nela, pode-se predizer que os seres humanos se comportam de maneira a aumentar sua sobrevivência4 individual e a reprodução5 de seus genes. Assim, esta teoria fornece uma base para a compreensão de que cada indivíduo deseja o melhor para si. Dessa forma, o comportamento social e as experiências da inveja estariam enraizadas nas tendências biológicas para a sobrevivência4 e a procriação.

Os sentimentos sociais ou individuais de inveja podem gerar ações e atitudes que de fato prejudiquem outras pessoas. Num sentido individual, algumas pessoas usam certos objetos como amuleto ou talismã para se protegerem contra a inveja e o mau olhado, entre eles, o olho6 grego, o pé de coelho, a figa, a ferradura, etc. Acredita-se que eles possam trazer sorte e proteger as pessoas de qualquer energia negativa direcionada pela inveja e mau olhado.

A Psicanálise demonstrou que a inveja inconsciente pode levar as pessoas a comprometerem suas relações com as demais e a atos delituosos e até criminais, sem que a pessoa se dê conta de suas motivações. A maneira de tratar ou minimizar a inveja e seus efeitos consiste em a pessoa se submeter ao tratamento psicanalítico, que lhe permite tomar consciência de suas reais motivações e a controlá-las.

Veja também sobre "Complexo de Édipo", "Complexo de inferioridade", "Estresse", "Histeria", "Neurose7 de angústia" e "Esgotamento mental ou síndrome3 de Burnout".

 

ABCMED, 2017. Inveja - O que é? Como as pessoas reagem a ela?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/1299468/inveja-o-que-e-como-as-pessoas-reagem-a-ela.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
2 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
3 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
4 Sobrevivência: 1. Ato ou efeito de sobreviver, de continuar a viver ou a existir. 2. Característica, condição ou virtude daquele ou daquilo que subsiste a um outro. Condição ou qualidade de quem ainda vive após a morte de outra pessoa. 3. Sequência ininterrupta de algo; o que subsiste de (alguma coisa remota no tempo); continuidade, persistência, duração.
5 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
6 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
7 Neurose: Doença psiquiátrica na qual existe consciência da doença. Caracteriza-se por ansiedade, angústia e transtornos na relação interpessoal. Apresenta diversas variantes segundo o tipo de neurose. Os tipos mais freqüentes são a neurose obsessiva, depressiva, maníaca, etc., podendo apresentar-se em combinação.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.