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Xantelasma: o que é? Quais são as causas? E os sintomas? Como o médico diagnostica e trata? Existem complicações? Como prevenir?

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O que é xantelasma?

Xantelasma (ou xanteloma) é uma doença dermatológica caracterizada pelo aparecimento de bolsas amareladas ligeiramente salientes, situadas nas pálpebras1. O xantelasma não é propriamente uma doença em si, mas a manifestação de um distúrbio no metabolismo2.

Quais são as causas do xantelasma?

As bolsas que aparecem nas pálpebras1 são constituídas por depósitos de colesterol3 e lipídeos e podem estar ligadas a alterações dos lipídeos sanguíneos ou a alterações locais do metabolismo2 de gorduras, propiciados pelo diabetes4, cirrose5, doenças do metabolismo2 e alguns tipos de câncer6. Sabe-se que os níveis elevados de colesterol3 levam os macrófagos7 a agir, acumulando gorduras em seu interior. Curiosamente em até dois terços dos pacientes os valores de colesterol3 sanguíneo podem estar normais. Os macrófagos7 literalmente engolem a gordura8 excedente nos tecidos e não conseguem eliminá-la e se transformam em células9 cheias de gordura8, que se acumulam na superfície da pele10.

Quais são os principais sinais11 e sintomas12 do xantelasma?

Os principais sinais11 e sintomas12 do xantelasma são lesões13 planas ou ligeiramente salientes, amareladas, de até 7,5 cm de diâmetro, de consistência mais firme que a pele10 normal. São caracteristicamente macias à palpação14 e possuem coloração amarela ou castanha e bordas bem definidas. Essas lesões13 não geram sintomas12, causando um incômodo apenas estético ou em decorrência de sua localização como, por exemplo, atrapalhando a visão15. Embora as lesões13 possam aparecer em qualquer região do corpo, depois das pálpebras1 elas são mais frequentes nos cotovelos, articulações16, tendões17, joelhos, mãos18, pés e nádegas19.

Como o médico diagnostica o xantelasma?

O diagnóstico20 do xantelasma é eminentemente21 clínico, baseado na inspeção22 das lesões13. É importante observar o histórico médico do paciente, em busca de algum distúrbio subjacente. Se a pessoa já tem história de alguma das doenças de base que provocam xantelasmas, o diagnóstico20 pode ser feito pela inspeção22 e pela palpação14 da lesão23. Se os nódulos são novos, devem ser feitos testes laboratoriais de sangue24 para dosar os níveis sanguíneos de glicose25, de lipídios e de substâncias relacionadas com o funcionamento do fígado26. O diagnóstico20 de confirmação pode ser realizado com uma biópsia27, a qual irá revelar a presença de depósito de gordura8.

Como o médico trata o xantelasma?

O tratamento do xantelasma tem por objetivo destruir ou fazer a ressecção das lesões13 e pode ser feito por cauterização28 química, eletrocoagulação, laser ou retirada cirúrgica. A escolha do dermatologista quanto ao tipo de tratamento a ser empregado vai depender da extensão das lesões13 e das características de cada caso particular. Ao mesmo tempo, devem ser empreendidos os tratamentos das doenças de base.

Como prevenir o xantelasma?

O controle das taxas sanguíneas de lipídeos no sangue24 (como o colesterol3 e os triglicérides29) e das demais enfermidades de base (diabetes4, hiperlipidemia30, cirrose5 etc.) ajuda a reduzir o surgimento de xantelasmas.

Quais são as complicações possíveis do xantelasma?

As alterações metabólicas que resultam no depósito de gordura8 no organismo podem constituir um importante fator de risco31 para as doenças cardiovasculares32.

O xantelasma é um indicador importante de insuficiência hepática33, por desregulação do metabolismo2 lipídico.

ABCMED, 2014. Xantelasma: o que é? Quais são as causas? E os sintomas? Como o médico diagnostica e trata? Existem complicações? Como prevenir?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/pele-saudavel/529379/xantelasma-o-que-e-quais-sao-as-causas-e-os-sintomas-como-o-medico-diagnostica-e-trata-existem-complicacoes-como-prevenir.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pálpebras:
2 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
3 Colesterol: Tipo de gordura produzida pelo fígado e encontrada no sangue, músculos, fígado e outros tecidos. O colesterol é usado pelo corpo para a produção de hormônios esteróides (testosterona, estrógeno, cortisol e progesterona). O excesso de colesterol pode causar depósito de gordura nos vasos sangüíneos. Seus componentes são: HDL-Colesterol: tem efeito protetor para as artérias, é considerado o bom colesterol. LDL-Colesterol: relacionado às doenças cardiovasculares, é o mau colesterol. VLDL-Colesterol: representa os triglicérides (um quinto destes).
4 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
5 Cirrose: Substituição do tecido normal de um órgão (freqüentemente do fígado) por um tecido cicatricial fibroso. Deve-se a uma agressão persistente, infecciosa, tóxica ou metabólica, que produz perda progressiva das células funcionalmente ativas. Leva progressivamente à perda funcional do órgão.
6 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
7 Macrófagos: É uma célula grande, derivada do monócito do sangue. Ela tem a função de englobar e destruir, por fagocitose, corpos estranhos e volumosos.
8 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
9 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
10 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
11 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
14 Palpação: Ato ou efeito de palpar. Toque, sensação ou percepção pelo tato. Em medicina, é o exame feito com os dedos ou com a mão inteira para explorar clinicamente os órgãos e determinar certas características, como temperatura, resistência, tamanho etc.
15 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
16 Articulações:
17 Tendões: Tecidos fibrosos pelos quais um músculo se prende a um osso.
18 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
19 Nádegas:
20 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
21 Eminentemente: De modo eminente; em alto grau; acima de tudo.
22 Inspeção: 1. Ato ou efeito de inspecionar; exame, vistoria, inspecionamento. 2. Ato ou efeito de fiscalizar; fiscalização, supervisão, observação. 3. Exame feito por inspetor (es).
23 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
24 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
25 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
26 Fígado: Órgão que transforma alimento em energia, remove álcool e toxinas do sangue e fabrica bile. A bile, produzida pelo fígado, é importante na digestão, especialmente das gorduras. Após secretada pelas células hepáticas ela é recolhida por canalículos progressivamente maiores que a levam para dois canais que se juntam na saída do fígado e a conduzem intermitentemente até o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado. Com esse canal biliar comum, chamado ducto hepático, comunica-se a vesícula biliar através de um canal sinuoso, chamado ducto cístico. Quando recebe esse canal de drenagem da vesícula biliar, o canal hepático comum muda de nome para colédoco. Este, ao entrar na parede do duodeno, tem um músculo circular, designado esfíncter de Oddi, que controla o seu esvaziamento para o intestino.
27 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
28 Cauterização: Queima ou coagulação de tecidos de diferentes órgãos para deter uma hemorragia ou eliminar um tecido de crescimento anormal.
29 Triglicérides: A principal maneira de armazenar os lipídeos no tecido adiposo é sob a forma de triglicérides. São também os tipos de lipídeos mais abundantes na alimentação. Podem ser definidos como compostos formados pela união de três ácidos graxos com glicerol. Os triglicérides sólidos em temperatura ambiente são conhecidos como gorduras, enquanto os líquidos são os óleos. As gorduras geralmente possuem uma alta proporção de ácidos graxos saturados de cadeia longa, já os óleos normalmente contêm mais ácidos graxos insaturados de cadeia curta.
30 Hiperlipidemia: Condição em que os níveis de gorduras e colesterol estão mais altos que o normal.
31 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
32 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
33 Insuficiência hepática: Deterioração grave da função hepática. Pode ser decorrente de hepatite viral, cirrose e hepatopatia alcoólica (lesão hepática devido ao consumo de álcool) ou medicamentosa (causada por medicamentos como, por exemplo, o acetaminofeno). Para que uma insuficiência hepática ocorra, deve haver uma lesão de grande porção do fígado.

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