Malformações fetais - causas, tipos, diagnóstico, tratamento e prevenção
O que são malformações1 fetais?
Malformações1 fetais são defeitos na formação de um órgão, parte de um órgão ou de uma região maior do corpo durante a gestação e já presentes por ocasião do nascimento. Quase invariavelmente, toda mulher grávida durante o pré-natal preocupa-se com uma possível malformação2 do feto3, embora isso só ocorra em menos de 1% dos partos e, na maioria das vezes, por alterações insignificantes, sem muita ou sem nenhuma significação clínica.
Saiba mais sobre a "Gestação semana a semana" e o "Pré-natal".
Quais são as causas das malformações1 fetais?
Cerca de 50% das causas das malformações1 congênitas4 permanecem desconhecidas. Das restantes, aproximadamente 25% se devem a defeitos cromossomiais com base genética e menos de 10% são devidas a fatores ambientais, físicos ou químicos. Em resumo, as malformações1 podem ser devidas a fatores genéticos, herdados ou não, fatores extrínsecos, drogas e outras substâncias químicas, infecções5 viróticas ou outros defeitos congênitos6.
Quais são os principais tipos de malformações1 fetais?
As malformações1 fetais podem ser (1) estruturais, quando há alterações anatômicas; (2) funcionais, se há alterações de funcionamento sem alterações anatômicas; (3) metabólicas e (4) comportamentais. Elas afetam, sobretudo, o sistema cardíaco, a medula espinhal7 ou problemas relacionados com a cabeça8, o sistema urinário9, o sistema digestivo10 e as estruturas musculoesqueléticas.
Leia o artigo sobre "Cardiopatias congênitas4".
Quais são as principais características clínicas das malformações1 fetais?
Cerca de 1% dos bebês11 tem algum tipo de defeito congênito12 de pequena monta. Grande parte das malformações1 maiores pode ser identificada (e às vezes solucionada) ainda durante a gestação. Entre elas, as alterações no coração13 são as mais comuns. Uma mãe que tenha, ela própria, uma anomalia congênita14 ou que já teve uma criança com algum tipo desta anomalia tem grandes chances de ter um bebê com algum problema cardíaco.
Como o médico diagnostica as malformações1 fetais?
A ultrassonografia15 continua a ser o grande instrumento de diagnóstico16 das anomalias fetais, capaz de detectar a hidropisia fetal, anomalia do septo cardíaco17, problemas com a saída do fluxo, hidrocefalia18, obstruções do trato urinário19, cistos renais, obstrução intestinal, anomalias na parede abdominal20 e hérnia21 diafragmática.
No caso de lábio leporino22 ou fenda palatina, uma das anomalias congênitas4 mais comuns, é feita uma ultrassonografia15 especializada no segundo trimestre da gestação. Em alguns casos, a ultrassonografia15 deve ser complementada por uma tomografia computadorizada23 e medição da circunferência craniana. Para detectar alguma falha no desenvolvimento do cérebro24 e da medula espinhal7 deve ser feito também o teste da alfafetoproteína materna na 16ª semana da gestação.
Veja também: "Hidrocefalia18", "Cistos renais", "Obstrução intestinal", "Hérnia21 diafragmática", "Lábio leporino22", "Ultrassonagrafia na gravidez25" e "Tomografia computadorizada23".
Além da ultrassonografia15, o médico também poderá pedir exames como ecocardiograma26 fetal, tomografia fetal e exames que identifiquem alterações genéticas como o cariótipo fetal com punção do cordão umbilical27. O Doppler é utilizado para avaliar fluxos sanguíneos das artérias28 uterinas, umbilicais e outras.
O ultrassom comum calcula as medidas do feto3, para saber se ele cresce adequadamente, verifica a placenta e o líquido amniótico29. O primeiro deles deve ser feito por volta da 12ª semana, o segundo por volta da 22ª semana e o terceiro no final da gravidez25. Realizar mais ultrassonografias do que o recomendado normalmente não provoca danos à saúde30 da mãe ou do bebê, mas só deve ser feito em casos especiais de gestações complicadas.
Modernamente, há exames de líquido amniótico29 para verificar riscos de anomalias do bebê, como Síndrome de Down31 e malformações1 do tubo neural32.
Saiba mais sobre "Líquido amniótico29", "Síndrome de Down31" e "Espinha bífida33".
Como o médico trata as malformações1 fetais?
Quase sempre as malformações1 fetais demandam cirurgia. Algumas são insolúveis.
Como prevenir as malformações1 fetais?
Embora não seja possível prevenir a maioria das malformações1 fetais, pode-se prevenir ou minimizar muitas das consequências delas. Por isso, é importante que a mãe faça os exames pré-natais de rotina.
Muitas drogas consideradas “simples” podem ter efeito teratogênico34. Teratógeno35 é qualquer substância que, estando presente no organismo materno durante a gestação, produz alterações de estrutura ou função no feto3. Por isso, o ideal é que a gestante não utilize nenhuma droga durante a gestação ou só o faça com expressa autorização médica. Há casos em que a grávida não pode abster-se de medicações durante a gestação, como medicações para epilepsia36 e diabetes37, por exemplo, mas esses casos devem ser acompanhados de perto pelo ginecologista/obstetra.
É importante também abster-se totalmente de álcool e de fumo. A gestante deve evitar todas as situações que a exponham às toxinas38 ambientais, evitar as infecções5 virais, vacinar-se antes de engravidar e tomar as doses recomendadas de ácido fólico.
Leia também os artigos sobre "Gastrosquise" e "Aconselhamento genético".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.