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Sonda vesical - quem precisa usar? Quais os tipos disponíveis? Quais cuidados evitam complicações?

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O que é sonda vesical1?

Sonda urinária ou cateter urinário é um tubo de látex, poliuretano ou silicone que pode ser inserido na bexiga2 do paciente através da uretra3 ou por um pertuito4 artificial no abdômen, para que a urina5 drene livremente ou para injetar líquidos usados para tratamento ou para diagnóstico6 das condições da bexiga2.

A sonda pode ser permanente (sonda de demora) ou intermitente7, removida após cada operação. Existem sondas reutilizáveis e outras que são de uso em uma única vez.

Quais são os tipos de sondas vesicais?

Sondas urinárias intermitentes8

As sondas urinárias intermitentes8 são recomendadas na maioria dos casos. Essas sondas são inseridas e retiradas várias vezes ao dia, apenas o suficiente para drenar a bexiga2. Nesse caso, o paciente deve aprender a inserir a sonda sozinho. A sonda estéril deve ser pré-lubrificada para reduzir o risco de desconforto ao ser inserida. Uma extremidade dela é deixada em aberto para permitir a drenagem9 em um vaso sanitário ou anexada a uma bolsa para coletar a urina5. A outra extremidade é guiada pela uretra3 até entrar na bexiga2 e a urina5 começar a fluir. Quando o fluxo de urina5 é interrompido, a sonda pode ser removida. Uma sonda nova deve ser usada a cada vez.

Sondas urinárias de demora

Uma sonda urinária de demora (cateter de Foley) é inserida da mesma forma que uma sonda intermitente7, mas ela é mantida na bexiga2 por meio de um balão cheio de água, que impede a sua saída. A urina5 é drenada através de um tubo conectado a uma bolsa de coleta, que pode ser amarrada na parte interna da perna. As sondas de demora são às vezes equipadas com uma válvula que pode ser aberta para permitir que a urina5 seja drenada para um vaso sanitário e fechada para permitir que a bexiga2 se encha, até que a drenagem9 seja conveniente. A maioria das sondas de demora precisa ser trocada pelo menos a cada três meses.

Sondas suprapúbicas

Uma sonda suprapúbica é um tipo de sonda permanente. Em vez de ser inserida através da uretra3, a sonda é inserida através de um orifício feito no abdômen e, em seguida, diretamente na bexiga2. Este procedimento pode ser realizado sob anestesia10 geral, anestesia10 peridural11 ou anestesia10 local. Geralmente, uma sonda suprapúbica é usada quando a uretra3 é danificada ou bloqueada ou quando alguém é incapaz de usar uma sonda intermitente7. A sonda pode ser presa ao lado do corpo e presa a uma bolsa colocada na perna. Também nesse caso, uma válvula pode ser colocada para se abrir, permitindo que a urina5 seja drenada para um vaso sanitário, ou se fechar, permitindo que a bexiga2 se encha, até que a drenagem9 seja conveniente. Esse tipo de sonda é trocada a cada seis a oito semanas.

Por que motivos usar a sonda vesical1?

A sonda vesical1 é utilizada naquelas situações em que o fluxo da urina5 é interrompido, visando permitir que ele flua normalmente ou para injetar medicações diretamente na bexiga2. Além disso, a sondagem também pode coletar material para análise diagnóstica e ajuda na mensuração do volume diário de urina5. As razões pelas quais o paciente pode não conseguir urinar espontaneamente podem incluir obstrução do fluxo de urina5 devido a cálculos nos rins12 ou na bexiga2, coágulos sanguíneos na urina5, aumento grave do volume da próstata13, cirurgia de próstata13, qualquer outra cirurgia na área genital, histerectomia14 nas mulheres, lesão15 nos nervos da bexiga2, lesão15 da medula espinhal16, medicamentos e espinha bífida17.

Saiba mais sobre "Obstrução das vias urinárias", "Cálculo18 renal19", "Hiperplasia20 benigna da próstata13" e "Espinha bífida17".

Como é feita a passagem da sonda vesical1?

Nos homens, a sonda é inserida na uretra3 através do pênis21, até a bexiga2. Há também uma sonda tipo preservativo que se encaixa ao redor da ponta do pênis21, em vez de ser inserida. Nas mulheres, a sonda é inserida pelo meato uretral22, através da uretra3, até a bexiga2. Nelas, o procedimento pode ser algo mais complicado que nos homens, devido a diferentes disposições da genitália23, idade, obesidade24, corte genital feminino, parto ou outros fatores.

Antes da introdução da sonda, deve ser feita uma limpeza rigorosa da área ao redor do meato uretral22 masculino ou feminino, com solução de cloreto de sódio a 0,9%. Uma vez aplicada a sonda, deve-se ter o cuidado de verificar periodicamente sua permeabilidade25 porque ela pode ser bloqueada por sangue26, sedimento espesso, torção27 na tubulação de drenagem9 ou espasmos28 da bexiga2, próstata13 ou pênis21. Tais espasmos28 podem ser controlados com medicação, embora a maioria dos pacientes se ajuste à irritação e os espasmos28 desapareçam.

Indicações comuns para passar sonda em um paciente incluem retenção urinária aguda29 ou crônica, procedimentos ortopédicos que podem limitar a movimentação do paciente, necessidade de monitoramento preciso da entrada e saída de líquidos, hiperplasia20 benigna da próstata13, incontinência urinária30 e efeitos de várias intervenções cirúrgicas envolvendo a bexiga2 e a próstata13.

Em alguns pacientes, a inserção e remoção de uma sonda pode causar dor, por isso, um anestésico tópico31 deve ser usado. O cateterismo32 deve ser um procedimento estéril e realizado por pessoal treinado e qualificado, usando equipamentos projetados para este fim. No caso do autocateterismo intermitente7, os pacientes devem ser instruídos e treinados a realizar corretamente as manobras por conta própria. Pacientes com retenção urinária33 por lesões34 na medula espinhal16 e disfunção neurogênica da bexiga2 devem fazer o cateterismo32 intermitente7 para esvaziamento da bexiga2 de 4 a 6 vezes ao dia.

Quais são as complicações possíveis da sonda vesical1?

A técnica incorreta pode causar traumas na uretra3 ou na próstata13 (masculina), infecção35 do trato urinário36 ou parafimose no homem não circuncidado. Além dessas, podem ocorrer outras complicações, como reação alérgica37 ao material utilizado no cateter, pedras na bexiga2, sangue26 na urina5, lesão15 na uretra3 e septicemia38.

Leia sobre "Infecção35 urinária", "Cistite39", "Incontinência urinária30", "Sangue26 na urina5" e "Distúrbios urinários".

 

ABCMED, 2018. Sonda vesical - quem precisa usar? Quais os tipos disponíveis? Quais cuidados evitam complicações?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1319818/sonda-vesical-quem-precisa-usar-quais-os-tipos-disponiveis-quais-cuidados-evitam-complicacoes.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Vesical: Relativo à ou próprio da bexiga.
2 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
3 Uretra: É um órgão túbulo-muscular que serve para eliminação da urina.
4 Pertuito: Passagem estreita, orifício, furo.
5 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
6 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
7 Intermitente: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
8 Intermitentes: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
9 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
10 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
11 Peridural: Mesmo que epidural. Localizado entre a dura-máter e a vértebra (diz-se do espaço do canal raquidiano). Na anatomia geral e na anestesiologia, é o que se localiza ou que se faz em torno da dura-máter.
12 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
13 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
14 Histerectomia: Cirurgia através da qual se extrai o útero. Pode ser realizada mediante a presença de tumores ou hemorragias incontroláveis por outras formas. Quando se acrescenta à retirada dos ovários e trompas de Falópio (tubas uterinas) a esta cirurgia, denomina-se anexo-histerectomia.
15 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
16 Medula Espinhal:
17 Espinha bífida: Também conhecida como mielomeningocele, a espinha bífida trata-se de um problema congênito. Ela é caracterizada pela má formação no tubo neural do feto, a qual ocorre nas três primeiras semanas de gravidez, quando a mulher ainda não sabe que está grávida. Esta malformação pode comprometer as funções de locomoção, controle urinário e intestinal, dentre outras.
18 Cálculo: Formação sólida, produto da precipitação de diferentes substâncias dissolvidas nos líquidos corporais, podendo variar em sua composição segundo diferentes condições biológicas. Podem ser produzidos no sistema biliar (cálculos biliares) e nos rins (cálculos renais) e serem formados de colesterol, ácido úrico, oxalato de cálcio, pigmentos biliares, etc.
19 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
20 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
21 Pênis: Órgão reprodutor externo masculino. É composto por uma massa de tecido erétil encerrada em três compartimentos cilíndricos fibrosos. Dois destes compartimentos, os corpos cavernosos, ficam lado a lado ao longo da parte superior do órgão. O terceiro compartimento (na parte inferior), o corpo esponjoso, abriga a uretra.
22 Uretral: Relativo ou pertencente à uretra.
23 Genitália: Órgãos externos e internos relacionados com a reprodução. Sinônimos: Órgãos Sexuais Acessórios; Órgãos Genitais; Órgãos Acessórios Sexuais
24 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
25 Permeabilidade: Qualidade dos corpos que deixam passar através de seus poros outros corpos (fluidos, líquidos, gases, etc.).
26 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
27 Torção: 1. Ato ou efeito de torcer. 2. Na geometria diferencial, é a medida da derivada do vetor binormal em relação ao comprimento de arco. 3. Em física, é a deformação de um sólido em que os planos vizinhos, transversais a um eixo comum, sofrem, cada um deles, um deslocamento angular relativo aos outros planos. 4. Em medicina, é o mesmo que entorse. 5. Na patologia, é o movimento de rotação de um órgão sobre si mesmo. 6. Em veterinária, é a cólica de alguns animais, especialmente a do cavalo.
28 Espasmos: 1. Contrações involuntárias, não ritmadas, de um ou vários músculos, podendo ocorrer isolada ou continuamente, sendo dolorosas ou não. 2. Qualquer contração muscular anormal. 3. Sentido figurado: arrebatamento, exaltação, espanto.
29 Retenção urinária aguda: É a súbita inabilidade de urinar, que produz dor e desconforto. Pode ser causada por obstrução do sistema urinário, por estresse ou por problemas neurológicos.
30 Incontinência urinária: Perda do controle da bexiga que provoca a passagem involuntária de urina através da uretra. Existem diversas causas e tipos de incontinência e muitas opções terapêuticas. Estas vão desde simples exercícios de fisioterapia até complicadas cirurgias. As mulheres são mais freqüentemente acometidas por este problema.
31 Tópico: Referente a uma área delimitada. De ação limitada à mesma. Diz-se dos medicamentos de uso local, como pomadas, loções, pós, soluções, etc.
32 Cateterismo: Exame invasivo de artérias ou estruturas tubulares (uretra, ureteres, etc.), utilizando um dispositivo interno, capaz de injetar substâncias de contraste ou realizar procedimentos corretivos.
33 Retenção urinária: É um problema de esvaziamento da bexiga causado por diferentes condições. Normalmente, o ato miccional pode ser iniciado voluntariamente e a bexiga se esvazia por completo. Retenção urinária é a retenção anormal de urina na bexiga.
34 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
35 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
36 Trato Urinário:
37 Reação alérgica: Sensibilidade a uma substância específica, chamada de alérgeno, com a qual se entra em contato por meio da pele, pulmões, deglutição ou injeções.
38 Septicemia: Septicemia ou sepse é uma infecção generalizada grave que ocorre devido à presença de micro-organismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea. Geralmente ela ocorre a partir de outra infecção já existente.
39 Cistite: Inflamação ou infecção da bexiga. É uma das infecções mais freqüentes em mulheres, e manifesta-se por ardor ao urinar, urina escura ou com traços de sangue, aumento na freqüência miccional, etc.

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