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O que é condromalácia ou joelho de corredor?

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O que é a condromalácia?

Condromalácia, também conhecida como condromalácia da patela1 ou "joelho de corredor", é uma condição em que a cartilagem2 na superfície inferior da patela1 (também chamada de rótula3) se deteriora e afina. Esta condição é comum entre atletas, mas também pode ocorrer em adultos mais velhos que têm artrite4 ou outras condições anormais do joelho.

Quais são as causas da condromalácia?

A condromalácia patelar é uma espécie de “amolecimento” da cartilagem2 de causa ainda não inteiramente conhecida, cuja etiologia5 pode estar relacionada com fatores anatômicos, histológicos6 e/ou fisiológicos. O fator que mais comumente desencadeia a condromalácia é o traumatismo7 crônico8 causado por fricções entre a patela1 e o sulco correspondente do fêmur9. Ela também pode ser o resultado de uma lesão10 aguda da cartilagem2 femoropatelar.

Vários fatores de risco favorecem o aparecimento da condromalácia. Em adolescentes e jovens, o alto risco para essa condição deve-se a que durante o crescimento os músculos11 e os ossos se desenvolvem rapidamente, o que pode causar um desequilíbrio muscular. As mulheres são mais propensas do que os homens para desenvolver o “joelho de corredor”, porque normalmente elas possuem uma massa muscular menor que a dos homens e isso pode fazer com que o joelho se posicione de modo anormal. As pessoas com pé chato podem colocar maior pressão nos joelhos e assim favorecer a condromalácia.

Se houve uma lesão10 anterior da rótula3, como uma luxação12, por exemplo, isso também pode aumentar o risco de desenvolver joelho do corredor. Também se encontram em maiores riscos as pessoas com alto nível de atividade, como os atletas, por exemplo, e as que sofrem de artrite4.

Qual é a fisiopatologia13 da condromalácia?

A rótula3 normalmente situa-se anteriormente sobre a articulação do joelho14. Quando se dobra o joelho, ela desliza sobre o mesmo, especificamente sobre a extremidade distal15 do fêmur9 (osso da coxa16). Tendões17 e ligamentos18 ligam a rótula3 com a tíbia19 e o músculo da coxa16 ao joelho. Quando qualquer um desses componentes do movimento não está muito correto, a patela1 pode atritar-se contra o osso do joelho e esta fricção pode levar à sua deterioração e ao “joelho de corredor”.

Um movimento inadequado da rótula3 pode ser o resultado de mau alinhamento devido a uma condição congênita20, a músculos11 isquiotibiais e quadríceps fracos (músculos11 da parte de trás e da frente das coxas21), desequilíbrio muscular entre os adutores e abdutores (músculos11 na parte externa e no interior das coxas21), estresse repetido das articulações22 do joelho, como nas corridas, no esqui ou no saltar ou um golpe direto ou trauma da rótula3.

Quais são as principais características clínicas da condromalácia?

Os sintomas23 do joelho de corredor são dor no joelho e sensações de movimentos em catraca de moagem. Os principais sinais24 e sintomas23 da patologia25 são inchaço26 por baixo da rótula3, dor constante no meio do joelho, dor em “pontada” durante uma corrida ou ao descer ou subir escadas e ao ficar muito tempo sentado.

Como o médico diagnostica a condromalácia?

O médico se baseará na história clínica e nos achados físicos constituídos, sobretudo, por áreas de inchaço26 ou em sintomas23 como dor no joelho, por exemplo. Ele também pode ver como a rótula3 se alinha com o osso da coxa16. Um desalinhamento ósseo pode ser um indicador de condromalácia. Depois disso, o médico pode solicitar qualquer um dos seguintes testes para ajudar no diagnóstico27: radiografia, ressonância magnética28 e artroscopia29. A condromalácia pode ser classificada em quatro graus, de um a quatro, conforme a gravidade do problema, sendo o grau 4 o mais severo.

Como o médico trata a condromalácia?

O tratamento deve visar reduzir a pressão sobre a rótula3. A condromalácia muitas vezes é consequência de uma lesão10 de esforço no esporte e, às vezes, alguns dias de repouso podem produzir bons resultados. Em outros casos, a causa é o alinhamento não correto do joelho e, nesse caso, simplesmente descansar não proporciona alívio.

O médico pode prescrever medicação anti-inflamatória, como o ibuprofeno, por exemplo, para reduzir a inflamação30 ao redor da articulação31. O médico pode indicar fisioterapia32, com foco no fortalecimento dos músculos11 quadríceps, isquiotibiais, adutores e abdutores ou recomendar exercícios como nadar. Além disso, exercícios isométricos que envolvam apertos e liberações dos músculos11 podem ajudar a manter a massa muscular.

A cirurgia artroscópica pode ser necessária para examinar o conjunto, determinar se há ou não desalinhamento do joelho e para tratar o problema. Outras opções cirúrgicas podem ainda serem utilizadas conforme as peculiaridades de cada caso.

Como prevenir a condromalácia?

Para evitar o estresse repetido dos joelhos, a pessoa deve usar joelheiras durante a prática de esportes, criar um adequado equilíbrio muscular, usar palmilhas que corrijam pés chatos e perder peso, porque isso pode diminuir a pressão exercida sobre os joelhos e realinhar a rótula3.

 

ABCMED, 2016. O que é condromalácia ou joelho de corredor?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/821164/o-que-e-condromalacia-ou-joelho-de-corredor.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Patela: 1. Osso sesamoide situado na parte anterior do joelho, ela era anteriormente denominada rótula. 2. Na anatomia zoológica, nos arácnidos, é o segmento entre a tíbia e o fêmur.
2 Cartilagem: Tecido resistente e flexível, de cor branca ou cinzenta, formado de grandes células inclusas em substância que apresenta tendência à calcificação e à ossificação.
3 Rótula: 1. Em ortopedia, é o osso sesamoide situado na parte anterior do joelho; atualmente recebeu a nova denominação de patela. 2. Na anatomia zoológica, nos arácnidos, é o segmento entre a tíbia e o fêmur.
4 Artrite: Inflamação de uma articulação, caracterizada por dor, aumento da temperatura, dificuldade de movimentação, inchaço e vermelhidão da área afetada.
5 Etiologia: 1. Ramo do conhecimento cujo objeto é a pesquisa e a determinação das causas e origens de um determinado fenômeno. 2. Estudo das causas das doenças.
6 Histológicos: Relativo à histologia, ou seja, relativo à disciplina biomédica que estuda a estrutura microscópica, composição e função dos tecidos vivos.
7 Traumatismo: Lesão produzida pela ação de um agente vulnerante físico, químico ou biológico e etc. sobre uma ou várias partes do organismo.
8 Crônico: Descreve algo que existe por longo período de tempo. O oposto de agudo.
9 Fêmur: O mais longo e o maior osso do esqueleto; está situado entre o quadril e o joelho. Sinônimos: Trocanter
10 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
11 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
12 Luxação: É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na articulação.
13 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
14 Articulação do joelho:
15 Distal: 1. Que se localiza longe do centro, do ponto de origem ou do ponto de união. 2. Espacialmente distante; remoto. 3. Em anatomia geral, é o mais afastado do tronco (diz-se de membro) ou do ponto de origem (diz-se de vasos ou nervos). Ou também o que é voltado para a direção oposta à cabeça. 4. Em odontologia, é o mais distante do ponto médio do arco dental.
16 Coxa: É a região situada abaixo da virilha e acima do joelho, onde está localizado o maior osso do corpo humano, o fêmur.
17 Tendões: Tecidos fibrosos pelos quais um músculo se prende a um osso.
18 Ligamentos: 1. Ato ou efeito de ligar(-se). Tudo o que serve para ligar ou unir. 2. Junção ou relação entre coisas ou pessoas; ligação, conexão, união, vínculo. 3. Na anatomia geral, é um feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas posições. É uma expansão fibrosa ou aponeurótica de aparência ligamentosa. Ou também uma prega de peritônio que serve de apoio a qualquer das vísceras abdominais. 4. Vestígio de artéria fetal ou outra estrutura que perdeu sua luz original.
19 Tíbia: Osso localizado no lado ântero-medial da perna. Ela apresenta duas epífises e uma diáfise e articula-se proximalmente com o fêmur e a fíbula e distalmente com o tálus e a fíbula.
20 Congênita: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
21 Coxas: É a região situada abaixo da virilha e acima do joelho, onde está localizado o maior osso do corpo humano, o fêmur.
22 Articulações:
23 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
24 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
25 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
26 Inchaço: Inchação, edema.
27 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
28 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
29 Artroscopia: Procedimento invasivo que permite examinar o interior de uma articulação utilizando um dispositivo especialmente projetado para tal, que utiliza uma fonte de luz externa e fibra óptica para transmitir as imagens produzidas (artroscópio). Através deste podem também ser realizados diferentes tratamentos cirúrgicos.
30 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
31 Articulação: 1. Ponto de contato, de junção de duas partes do corpo ou de dois ou mais ossos. 2. Ponto de conexão entre dois órgãos ou segmentos de um mesmo órgão ou estrutura, que geralmente dá flexibilidade e facilita a separação das partes. 3. Ato ou efeito de articular-se. 4. Conjunto dos movimentos dos órgãos fonadores (articuladores) para a produção dos sons da linguagem.
32 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
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