Doença da arranhadura de gato
O que é a doença da arranhadura de gato?
A doença da arranhadura do gato (DAG), também conhecida como febre1 da arranhadura do gato, linforreticulose ou doença de Teeny (linfadenite2 regional subaguda3) é uma infecção4 bacteriana que afeta os gânglios linfáticos5 que drenam os locais da arranhadura ou mordida do animal. Transmitida por gatos, é uma zoonose6, geralmente benigna, de evolução favorável. A doença tomou esse nome porque frequentemente é transmitida pelo fato dos gatos arranharem a pele7 humana, criando portas de entrada para as bactérias.
Saiba mais sobre "Bactérias".
Quais são as causas da doença da arranhadura de gato?
A doença da arranhadura do gato é causada pela bactéria8 Bartonella henselae, quando a pessoa é arranhada ou mordida por um gato hospedeiro. Entre gatos, a bactéria8 pode ser transmitida por pulgas. De gatos para humanos, ela pode ser transmitida por arranhão, mordida e lambedura, se a saliva de um gato infectado entrar em contato com uma ferida aberta no corpo ou com o branco dos olhos9 de uma pessoa (conjuntiva10).
Qual é o mecanismo fisiopatológico da doença da arranhadura do gato?
A bactéria8 Bartonella henselae infecta a parede dos vasos sanguíneos11 e deixa o local lesionado com uma bolha12 vermelha ou pústula13, podendo causar uma celulite14, que é um tipo de infecção4 subcutânea15. A bactéria8 é um bacilo16 gram negativo, pequeno, pleomórfico17, flagelado e intracelular facultativo. Os gatos infectados não demonstram sintomas18.
Quais são as principais características clínicas da doença da arranhadura do gato?
A maioria dos casos ocorre em crianças e adolescentes antes dos 18 anos, que geralmente têm maior contato com os gatos e é uma das causas mais comuns de adenopatia19 (inchaço20 dos linfonodos21) nessa faixa etária. A doença afeta 9 em cada 100.000 pessoas/ano.
Entre sete e catorze dias após a pessoa ter sofrido arranhão ou mordida do gato podem aparecer pústulas22 e bolhas vermelhas no local da lesão23, fadiga24, mal-estar, febre1 baixa, perda de apetite e de peso, dor de cabeça25, dor de garganta26, linfadenopatia na região do arranhão ou mordida. A maioria desses sintomas18 desaparece sem tratamento já na primeira semana, exceto o inchaço20, que pode levar meses para melhorar.
Em pessoas com comprometimento do sistema imunológico27, a infecção4 se manifesta por uma angiomatose28 caracterizada por lesões29 angioproliferativas30.
Como o médico diagnostica a doença da arranhadura de gato?
Se os gânglios linfáticos5 ficarem inchados após a pessoa ter sido arranhada ou mordida por um gato, deve-se levantar suspeita dessa doença. A doença pode ser diagnosticada com certeza pela detecção no sangue31 de anticorpos32 contra a bactéria8 Bartonella henselae.
Como o médico trata a doença da arranhadura de gato?
O tratamento é basicamente sintomático33, com antitérmicos34 e analgésicos35, conforme a necessidade. Pode ser aplicada uma bolsa de água quente sobre os nódulos linfáticos inchados. A aspiração dos linfonodos21 é indicada para o alívio da dor em pacientes com nódulos muito sensíveis.
Antibióticos como Amoxicilina, Ceftriaxona, Clindamicina, etc. podem ser usados na tentativa de eliminar as bactérias. Depois da primeira infecção4, a doença da arranhadura do gato costuma gerar uma imunidade36 que dura por toda a vida.
Como prevenir a doença da arranhadura de gato?
As pessoas que possuem gatos como animais de estimação devem ter cuidado com a saúde37 do animal, pois o gato não demonstra qualquer sinal38 da doença. No entanto, a doença pode ser evitada sem que seja preciso se desvencilhar do animal. Para isso, a pessoa deve lavar as mãos39 depois de brincar com um gato, manter o animal dentro de casa e tratá-lo contra as pulgas, além de levá-lo regularmente ao veterinário.
Quais são as complicações possíveis da doença da arranhadura do gato?
Num pequeno número de casos (2 a 10% dos pacientes imunodeprimidos não tratados) desenvolve-se alguma complicação, como confusão mental, neurorretinite (problemas de visão40), convulsões, encefalites41, pneumonia42 atípica, entre outras. Mesmo esses pacientes se recuperam sem sequelas43 e a mortalidade44 é próxima a zero.
Outros assuntos relacionados: "Picada de aranha", "Picada de cobra", "Ferroadas de abelhas" e "Picada de escorpião".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.