Diferenças entre síndrome e doença
Quais são as diferenças entre síndrome1 e doença?
Os termos síndrome1 (síndroma ou síndromo) e doença podem ser confusos para o leigo, no entanto, significam coisas muito diferentes. Síndrome1 (do grego: syndromé = reunião) em medicina descreve um estado mórbido caracterizado por um conjunto determinado de sinais2 e sintomas3 clínicos que podem ter causas diversas mas, em geral, não conhecida e não é, pois, uma doença.
Sinal4 é qualquer manifestação visível ou mensurável de uma alteração orgânica (uma mancha, edema5, febre6 ou um colesterol7 elevado, por exemplo) que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do paciente. Já o sintoma8 é uma alteração da percepção de uma sensação, que pode ou não constituir-se no início de uma doença (por exemplo: sede, fome, dor, perda de apetite, fraqueza, tontura9, vertigem10, delírio11, esquecimento, desânimo, alucinação12) que somente o paciente consegue perceber.
Saiba mais sobre "Edema5", "Febre6", "Colesterol7 alto", "Tontura9", "Delírio11" e "Alucinações13".
Doença (do latim: dolentia = padecimento), por sua vez, significa um distúrbio das funções de um determinado órgão, da psique ou do organismo como um todo, que está relacionado a causas e sintomas3 específicos. As doenças se diferenciam das síndromes em que têm (1) etiologia14 conhecida; (2) uma fisiopatologia15 específica; (3) um conjunto característico de sinais2 e sintomas3; (4) alterações anatômicas e/ou funcionais consistentes e (5) tratamento específico.
Em geral, a razão de ser de uma síndrome1 não é conhecida. Por outro lado, a síndrome1 define as manifestações clínicas semelhantes de uma ou várias doenças, independentemente das suas causas. Também se chama de síndrome1 certas situações em que a doença ainda não está bem esclarecida com todos os seus sintomas3 e sinais2. Exemplo: uma síndrome1 febril, em que há aumento da temperatura corporal, aumento dos batimentos cardíacos, taquipneia16 (ritmo respiratório acelerado), sudorese17, secura na boca18, etc. de causa não determinada.
Em contraste, a causa por trás de uma doença pode ser elucidada facilmente. Muitas vezes, certas doenças podem desencadear uma síndrome1, o que complica ainda mais o assunto, embora uma síndrome1 não indique obrigatoriamente a presença de uma doença conhecida. Uma síndrome1 costuma ser chamada pelo nome do cientista que primeiro a descreveu (como síndrome de Down19, por exemplo). Outras vezes recebe o nome em referência à geografia ou história: síndrome1 de Estocolmo, por exemplo, em referência a um assalto que ocorreu em Estocolmo em agosto de 1973. Ou são mantidas com suas denominações originais por razões históricas, como acontece com a Síndrome1 da Imunodeficiência20 Adquirida (AIDS) que ainda é assim chamada porque o conjunto de sinais2 e sintomas3 foi descrito antes de se conhecer a natureza completa da enfermidade. Outro exemplo é a fibromialgia21 que era anteriormente chamada síndrome1 da polimialgia idiopática22 difusa, já que o conjunto de sinais2 e sintomas3 foi descrito antes de se conhecer a etiologia14 (causa) e a fisiopatologia15 da condição.
Leia os artigos sobre "Síndrome de Down19" e "AIDS".
Na psicologia ou psiquiatria prefere-se falar mais em transtornos que em doença. Transtorno significa o ato ou efeito de transtornar. Um transtorno é um problema que causa incômodo em alguém. O termo transtorno mental é usado em psicologia e psiquiatria para descrever qualquer anormalidade, sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica e/ou mental como, por exemplo, transtorno de humor, transtorno de ansiedade, transtorno alimentar, etc. Poucos quadros clínicos mentais apresentam todas as características de uma doença no sentido tradicional do termo, ou seja, o conhecimento exato dos mecanismos envolvidos e suas causas explícitas.
Veja também: "Transtorno bipolar", "Transtorno de ansiedade generalizada" e "Compulsão alimentar".
Quais são os fatores causais das síndromes ou das doenças?
A etiologia14 das síndromes ou das doenças pode residir em fatores externos, como é o caso de infecções23 e traumas, por exemplo, ou internas, como disfunções ou malformações24, como é o caso das doenças autoimunes25.
Entenda as "Doenças autoimunes25".
Quais são as diferenças entre as abordagens terapêuticas de uma síndrome1 ou de uma doença?
Nas síndromes faz-se um uso temporário de fármacos que auxiliem no controle dos sintomas3. Já no caso de uma doença, não é estabelecido um procedimento padronizado para todas as condições e cada uma delas deve ser tratada por meios específicos que na maioria das vezes atuam em suas causas. As medicações mais usualmente utilizadas nas síndromes são analgésicos26, antipiréticos27, anti-inflamatórios, etc, enquanto nas doenças se usa cirurgia, antibióticos, hormônio28 de reposição, dentre outros.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.