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Bartolinite: conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção

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O que é bartolinite1?

Bartolinite1 é a inflamação2 de uma ou ambas as glândulas de Bartholin3, inclusive com a formação de cistos ou abscessos4.

O que são glândulas de Bartholin3?

As glândulas de Bartholin3 são duas glândulas5 que se localizam na vulva6, na entrada da vagina7, uma de cada lado, que têm como função produzir um fluido lubrificante da genitália feminina8. Elas se exteriorizam para o interior da vagina7 através de um ducto, para lubrificá-la principalmente durante o ato sexual.

Quais são as causas da bartolinite1?

A abertura de uma ou de ambas as glândulas5 pode ficar obstruída, fazendo com que o líquido produzido por elas volte para dentro delas, resultando num cisto indolor ou num abscesso9, quando este cisto sofre uma invasão bacteriana com formação de pus10. Não se sabe ao certo a verdadeira causa dessa obstrução, mas conjectura-se que ela possa se dar por bactérias da flora intestinal ou em virtude de doenças transmitidas sexualmente.

Qual é a fisiopatologia11 da bartolinite1?

Numa primeira fase da doença, o escoamento da glândula12 é bloqueado, resultando no acúmulo de fluidos no interior da própria glândula12, formando um “caroço” que logo se torna palpável. Essa obstrução torna-se altamente susceptível ao desenvolvimento de infecção13, o que constituirá, então, a bartolinite1.

Quais são as principais características clínicas da bartolinite1?

Os principais sintomas14 da bartolinite1 em sua forma aguda são a rápida eliminação de pus10 e sinais15 de inflamação2 (vermelhidão, calor, dor e inchaço16), semelhante a um furúnculo17. Em casos mais avançados, a paciente pode perceber um nódulo18 próximo à abertura da vagina7. Algumas pacientes sentem a sensação de uma "bola" ou "caroço" na vagina7 e desconforto ao caminhar ou sentar, dor durante a relação sexual e febre19. À palpação20, a glândula12 pode emitir uma pequena quantidade de pus10. Em estágios mais avançados, pode haver uma forte dor na região dos grandes lábios; uma rejeição para andar, sentar e evacuar; aumento da temperatura corporal até 39°C; fraqueza; calafrios21; inchaço16 dos grandes lábios; vermelhidão da pele22; dor à palpação20 dos grandes lábios. Se houver um abscesso9, ocorrerá deterioração do estado geral da paciente, temperatura de até 40°C e aumento da intensidade dos sintomas14 de intoxicação. Às vezes, o abscesso9 se abre por conta própria e logo melhora o mal-estar da paciente, a temperatura cai, diminui o inchaço16 e a dor desaparece. Outras vezes, o médico tem que drená-lo ativamente. No que diz respeito à bartolinite1 crônica, os sintomas14 têm menor intensidade e ela é caracterizada por períodos de exacerbação e melhora. Na maioria das vezes, a patologia23 é unilateral, mas pode também ser bilateral. A bartolinite1 é bastante frequente no período gestacional.

Como o médico diagnostica a bartolinite1?

O diagnóstico24 da bartolinite1 a partir da história clínica da paciente não causa qualquer dificuldade a um ginecologista experiente. Para maior precisão no diagnóstico24, podem ser necessários também a inspeção25 local e testes para a detecção de outras doenças sexualmente transmissíveis. Podem ser feitos também um esfregaço em lâmina, uma cultura bacteriana que vise identificar o germe26 patogênico27 e uma análise da urina28.

Como o médico trata a bartolinite1?

O tratamento da bartolinite1 pode ser feito por meio de antibióticos, banhos de assento, drenagem29 cirúrgica e, por fim, bartolinectomia (remoção cirúrgica da glândula de Bartholin30).

Como prevenir a bartolinite1?

A bartolinite1 pode ser prevenida através do uso de preservativo nas relações sexuais e boas práticas de higiene. No entanto, não existe uma maneira de evitar definitivamente um cisto de Bartholin. Além disso, deve-se evitar:

  • Microtraumas locais.
  • Presença no corpo de focos de infecções31 crônicas.
  • Múltiplos parceiros sexuais.
  • Uso de roupas muito apertadas.
  • Declínio da imunidade32.

Quais são as complicações possíveis da bartolinite1?

A complicação mais comum da bartolinite1 crônica não tratada é o surgimento de um grande cisto da glândula12.

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e do International Federation of Gynecologiy and Obstetrics.

ABCMED, 2016. Bartolinite: conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/829379/bartolinite-conceito-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-e-prevencao.htm>. Acesso em: 19 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Bartolinite: Inflamação das glândulas de Bartolin, que são glândulas acessórias dos genitais externos femininos. Causa dor e abaulamento da região e pode requerer drenagem cirúrgica.
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Glândulas de Bartholin: Glândulas secretoras de muco, situadas nas faces (posterior e lateral) do vestíbulo da vagina.
4 Abscessos: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
5 Glândulas: Grupo de células que secreta substâncias. As glândulas endócrinas secretam hormônios e as glândulas exócrinas secretam saliva, enzimas e água.
6 Vulva: Genitália externa da mulher, compreendendo o CLITÓRIS, os lábios, o vestíbulo e suas glândulas.
7 Vagina: Canal genital, na mulher, que se estende do ÚTERO à VULVA. (Tradução livre do original
8 Genitália Feminina: Órgãos reprodutores femininos. Os órgãos externos icluem a VULVA, as GLÂNDULAS VESTIBULARES MAIORES e o CLITÓRIS. Os internos incluem a VAGINA, o ÚTERO, os OVÁRIOS e as TUBAS UTERINAS. Sinônimos: Genitais Femininos; Órgãos Genitais Femininos; Órgãos Sexuais Femininos Acessórios; Órgãos Sexuais Acessórios Femininos; Sistema Genital Feminino
9 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
10 Pus: Secreção amarelada, freqüentemente mal cheirosa, produzida como conseqüência de uma infecção bacteriana e formada por leucócitos em processo de degeneração, plasma, bactérias, proteínas, etc.
11 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
12 Glândula: Estrutura do organismo especializada na produção de substâncias que podem ser lançadas na corrente sangüínea (glândulas endócrinas) ou em uma superfície mucosa ou cutânea (glândulas exócrinas). A saliva, o suor, o muco, são exemplos de produtos de glândulas exócrinas. Os hormônios da tireóide, a insulina e os estrógenos são de secreção endócrina.
13 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
14 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
15 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
16 Inchaço: Inchação, edema.
17 Furúnculo: Infecção de folículo piloso da pele, caracterizada pelo acúmulo de pus no interior do mesmo com abaulamento da superfície cutânea adjacente e eritema. Após a sua maturação pode haver drenagem espontânea, eliminando material necrótico-purulento. A drenagem pode também ser realizada através de incisão cirúrgica.
18 Nódulo: Lesão de consistência sólida, maior do que 0,5cm de diâmetro, saliente na hipoderme. Em geral não produz alteração na epiderme que a recobre.
19 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
20 Palpação: Ato ou efeito de palpar. Toque, sensação ou percepção pelo tato. Em medicina, é o exame feito com os dedos ou com a mão inteira para explorar clinicamente os órgãos e determinar certas características, como temperatura, resistência, tamanho etc.
21 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
22 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
23 Patologia: 1. Especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo. 2. Qualquer desvio anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou caracterize determinada doença. 3. Por extensão de sentido, é o desvio em relação ao que é próprio ou adequado ou em relação ao que é considerado como o estado normal de uma coisa inanimada ou imaterial.
24 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
25 Inspeção: 1. Ato ou efeito de inspecionar; exame, vistoria, inspecionamento. 2. Ato ou efeito de fiscalizar; fiscalização, supervisão, observação. 3. Exame feito por inspetor (es).
26 Germe: Organismo microscópico (vírus, bactérias, parasitas unicelulares, fungos) capaz de produzir doenças no homem e outros animais.
27 Patogênico: 1. Relativo a patogenia, patogênese ou patogenesia. 2. Que provoca ou pode provocar, direta ou indiretamente, uma doença.
28 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
29 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
30 Glândula de Bartholin: Glândulas secretoras de muco, situadas nas faces (posterior e lateral) do vestíbulo da vagina.
31 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
32 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).

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