EVRA: um novo conceito em anticoncepcionais
O que é EVRA?
O EVRA é um anticonceptivo hormonal que funciona semelhantemente ao anticoncepcional oral. No entanto, é mais cômodo porque a anticoncepção é feita através de adesivos dérmicos (aderidos à pele1), que precisam ser aplicados apenas uma vez por semana. O adesivo, com uma área de superfície de 20 cm² é composto por três camadas: a exterior é constituída de material resistente à água; a do meio contém a medicação; a interna, que é um revestimento protetor, deve ser destacada antes da aplicação do adesivo.
Como se deve usar e como funciona o EVRA?
O adesivo deve ser aplicado à pele1 no primeiro dia da menstruação2 e substituído por um novo, a cada sete dias, no mesmo dia da semana seguinte. Esse processo precisa ser repetido por três semanas e deve-se fazer uma pausa na quarta semana. Geralmente, nessa semana de pausa, ocorre a menstruação2. Após sete dias de pausa, um novo adesivo deve ser colocado, iniciando-se um novo ciclo, mesmo que menstruação2 ainda esteja presente. O EVRA funciona da mesma maneira que a pílula anticoncepcional, inibindo a ovulação3, e tem sobre ela a vantagem de não ser necessário que a mulher tome comprimidos todos os dias. Ele é basicamente igual à pílula anticoncepcional, mas com administração transdérmica. Por essa via, também se administra os hormônios estrogênio e progesterona, como a pílula o faz por via oral. A taxa de eficácia (cerca de 99,7%), o mecanismo de ação, os efeitos colaterais4 e as contraindicações são semelhantes em ambos, desde que o adesivo seja usado corretamente. O adesivo deve ser aplicado em qualquer área do corpo em que a pele1 esteja limpa, seca e não haja muitos pelos e pode ser usado durante o exercício, banho, natação, sauna ou praia. A aderência do adesivo é muito grande e não é comum que ele saia espontaneamente, mas a mulher deve colocá-lo preferentemente num local bem visível para que um eventual descolamento possa ser detectado de forma rápida.
Quais são os problemas que podem ocorrer com o uso do EVRA?
A eficácia do adesivo é mais baixa nas mulheres obesas, principalmente naquelas que pesam mais de noventa quilos, as quais devem escolher outro método contraceptivo. Nos primeiros meses de uso do adesivo contraceptivo pode ocorrer alteração menstrual, que pode ser desde aumento no volume da menstruação2 a pequenos sangramentos, alterações que diminuem com a passagem do tempo. Outros efeitos colaterais4 podem ser mamas5 doloridas, dor de cabeça6, reação alérgica7 no local do adesivo, náuseas8 e cólicas9 menstruais. O adesivo contraceptivo não provoca ganho de peso, não costuma interferir na libido10 e, como é de uso dérmico, vômitos11 e diarreia12 não interferem na sua absorção. Por ser equivalente à pílula anticoncepcional, o adesivo contraceptivo possui basicamente os mesmos riscos que ela: raros eventos trombóticos13 ou cardiovasculares, como infarto14 e acidente vascular cerebral15. Os anticoncepcionais hormonais habitualmente não são recomendados para mulheres com diabetes mellitus16, obesidade17, hipertensão arterial18, tabagismo, etc., incluindo o adesivo anticoncepcional. O antibiótico rifampicina pode interferir negativamente nos efeitos do EVRA. Todos os outros antibióticos podem ser administrados sem preocupações.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.