Sinéquia dos pequenos lábios ou vagina fechada: você sabe o que é isso?
O que são sinéquias dos pequenos lábios vaginais?
Sinéquia é a aderência de tecidos uns aos outros. A sinéquia dos pequenos lábios é resultado da fusão dos bordos internos dos pequenos lábios entre si, situação que pode ocorrer em crianças do sexo feminino antes da puberdade (sobretudo entre os três meses e os seis anos).
Quais são as causas da sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
As causas da sinéquia dos pequenos lábios vaginais ainda não são totalmente conhecidas, mas parecem estar ligadas aos baixos níveis de estrogênios, próprios da idade infantil, a inflamações1 locais ou a contatos com substâncias irritantes.
Qual é a fisiopatologia2 da sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
A extensão da sinéquia dos pequenos lábios vaginais pode variar muito, desde uma fusão quase integral deles até outras, em que apenas se verifica fusão de 30 a 50%. Em todo caso, permanece sempre um pequeno orifício que permite a passagem da urina3. A inflamação4 ou a má higiene local contribui para uma perda do epitélio5 superficial da mucosa6 e, durante o processo de nova epitelização7, ocorre a formação de aderências fibrosas na linha média que “colam” os pequenos lábios.
Quais são os principais sinais8 e sintomas9 da sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
A situação geralmente é assintomática e quase sempre só é detectada por uma observação de rotina durante uma consulta com o médico ou durante a higiene da criança, pelos próprios pais. Raramente podem ocorrer infecções10 urinárias, irritação local ou perda de urina3, mas não tem qualquer implicação na vida futura das meninas, não afetando o desenvolvimento sexual ou a fertilidade. A sinéquia dos pequenos lábios vaginais facilita a ocorrência de vulvovaginites.
Como o médico diagnostica a sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
O diagnóstico11 da sinéquia dos pequenos lábios vaginais depende do relato dos pais da criança e do exame físico. Ao exame físico direto a sinéquia dos pequenos lábios vaginais apresenta-se como uma membrana fina e semitransparente ou espessa e fibrosa entre os pequenos lábios, obstruindo a entrada da vagina12. Na maioria das vezes esta membrana estende-se desde a comissura13 posterior da vulva14 até junto do clitóris, deixando livre apenas um pequeno orifício para a passagem da urina3. Num número menor de casos ela é parcial, obstruindo apenas em parte o introito vaginal.
Como o médico trata a sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
Não há um consenso quanto à unanimidade na abordagem terapêutica15. Alguns autores chegam mesmo a desaconselhar qualquer tratamento ou a manter apenas um tratamento conservador, com a aplicação de cremes locais, uma vez que o problema habitualmente se resolve espontaneamente durante a puberdade. Se houver inflamação4 local da mucosa6 e/ou da pele16 da vulva14, tem sido proposta a aplicação tópica de corticoides. Após a abertura da sinéquia pode ser usada vaselina líquida no local, durante alguns dias, para evitar uma nova aderência dos pequenos lábios.
Como prevenir a sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
Para consolidar o tratamento e evitar as recorrências17 deve-se manter uma boa higiene genital, com remoção de substâncias irritantes, evitar uso de roupas apertadas e utilizar roupas íntimas de algodão.
Como evolui a sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
A separação mecânica dos pequenos lábios vaginais pode ser dolorosa e reaparecer várias vezes até a idade da primeira menstruação18. Mesmo após tratamentos adequados podem ocorrer reincidências.
Quais são as complicações possíveis da sinéquia dos pequenos lábios vaginais?
Raramente a sinéquia dos pequenos lábios vaginais provoca complicações. Alguns poucos casos foram referidos de obstrução à saída de urina3 e secreções vaginais com consequentes infecções10.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.