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O que é neurose? Como saber se uma pessoa é neurótica?

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O que é neurose1?

Neuroses são transtornos da afetividade que levam as pessoas a experimentar sentimentos e reações motoras incomuns e/ou incontroláveis, com perfeita conservação do juízo de realidade. Assim, um neurótico fóbico pode sentir intenso medo ante uma situação ou um objeto que ele saiba não representar nenhum perigo. Isto quer dizer que os neuróticos percebem e julgam a realidade como todo mundo, mas reagem a ela de forma diferente. Essa característica os distinguem dos psicóticos, que exibem uma alteração do juízo de realidade. Em termos clínicos isso significa que os psicóticos em geral apresentam delírios e os neuróticos não.

O termo neurose1 foi cunhado pelo médico escocês William Cullen (1712-1790) para descrever uma série de afecções2 nervosas inespecíficas, que ele julgava serem orgânicas, mas se popularizou com as teorias de Sigmund Freud e C. G. Jung, para descrever quadros psicológicos. O reconhecimento dessas síndromes, no entanto, é muito mais antigo.

O que até a década de 80 do século passado se tratava como neurose1 acha-se hoje diluído em várias outras denominações. O DSM III (Diagnostic and Statistic Manual) da Associação Psiquiátrica Americana, de 1980, e o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) da Organização Mundial de Saúde3 (OMS), de 1993, aboliram, embora parcialmente, o termo “neuroses” e o substituíram por “transtornos”: transtorno fóbico-ansioso, transtorno obsessivo-compulsivo (que passou a ser conhecido como TOC), transtorno dissociativo (de conversão), transtorno somatoforme4, distimia e determinados tipos de depressão, e neurastenia. O DSM IV aboliu o termo "neurose1" completamente. Com isso, o que aconteceu não foi apenas uma mudança terminológica, mas a passagem de um enfoque realmente nosológico5 para outro meramente descritivo. O termo neurose1, no entanto, ainda está firmemente arraigado na consciência das pessoas e só com o tempo poderá ser desprezado no uso comum.

Em todas as neuroses devem-se distinguir os sintomas6, que são formações psíquicas esdrúxulas, irrazoáveis e incontroláveis, do caráter neurótico, que é o feitio assumido pela personalidade e ao qual costuma-se nomear de maneira concordante com os sintomas6: caráter fóbico, histérico, obsessivo etc.

Quais são as causas das neuroses?

Não há um fator único que possa ser apontado como causa das neuroses. O que se tem por estabelecido é que elas são distúrbios do desenvolvimento da personalidade que se iniciam ainda na infância muito precoce, embora só possam ser detectados mais tarde. Possivelmente haja também a participação de fatores hereditários, embora seja difícil determiná-los. Parecem ser de grande importância os modelos de identificação a que a criança tenha sido exposta durante a vida e os conflitos psicológicos, conscientes e inconscientes, que tenha enfrentado.

Quais os sintomas6 das neuroses?

Os sintomas6 das neuroses são extremamente variados e vão desde alterações ligeiras do estado de ânimo até sintomas6 orgânicos severos, como paralisias e contraturas, passando por fobias7 e obsessões.

Quais os tipos de neuroses que existem?

Classicamente, fala-se de quatro tipos de neuroses:

  • Neurose1 de angústia, em que o sintoma8 predominante é a angústia.
  • Neurose1 fóbica, na qual preponderam as fobias7. Atualmente grande parte do que era a neurose1 fóbica acha-se incluída nos transtornos fóbico-ansiosos.
  • Neurose1 histérica, caracterizada pela conversão de conflitos psicológicos em sintomas6 orgânicos e dissociações da consciência, atualmente chamada de transtornos dissociativos (de conversão).
  • Neurose1 obsessiva, em que dominam as compulsões e obsessões, atualmente compreendida, em grande parte, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Qual o tratamento das neuroses?

Nesses quadros clínicos, mais que em quaisquer outros, as psicoterapias são o tratamento principal. Os tratamentos medicamentosos incluem tranquilizantes e antidepressivos.

ABCMED, 2011. O que é neurose? Como saber se uma pessoa é neurótica?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-psiquiatria/220200/o-que-e-neurose-como-saber-se-uma-pessoa-e-neurotica.htm>. Acesso em: 11 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Neurose: Doença psiquiátrica na qual existe consciência da doença. Caracteriza-se por ansiedade, angústia e transtornos na relação interpessoal. Apresenta diversas variantes segundo o tipo de neurose. Os tipos mais freqüentes são a neurose obsessiva, depressiva, maníaca, etc., podendo apresentar-se em combinação.
2 Afecções: Quaisquer alterações patológicas do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
3 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
4 Somatoforme: Classificação médica para doenças que persistem apesar dos transtornos físicos presentes não explicarem nem a natureza e extensão dos sintomas, nem o sofrimento e as preocupações do sujeito. Transtornos somatoformes estão associados à busca persistente de assistência médica e de familiares e amigos.
5 Nosológico: Referente à classificação das doenças.
6 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
7 Fobias: Medo exagerado, falta de tolerância, aversão.
8 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
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Comentários

04/03/2015 - Comentário feito por Quiteria
Bastante elucidativo. A linguage clara e object...
Bastante elucidativo. A linguage clara e objectiva ajuda a compreender o tema com bastante facilidade sem retirar o valor cientifico/academico do texto.

Parabens!

03/10/2014 - Comentário feito por M.
Gostei muito! Claro, objetivo, de fácil...
Gostei muito! Claro, objetivo, de fácil compreensaâo

26/12/2013 - Comentário feito por Givaldo
Re: Neuroses. O que saber basicamente sobre elas?
Excelente definição. Mas gostaria de saber se os sintomas são parecidos com a síndrome de Sao Vito.

18/08/2013 - Comentário feito por josetino
Re: Neuroses. O que saber basicamente sobre elas?
ola... mas uma vez meus parabens a todos vcs realmente sao assuntos muitos bons.para quem todos os dias tem que lhes-dar com pessoas diferentes a toda horas.

11/08/2013 - Comentário feito por Rodrigo
Re: Neuroses. O que saber basicamente sobre elas?
Olá:
Oportuno esta reportagem! Aliás... Sites que abordem PROBLEMAS PSÍQUICOS são de extrema utilidade. Num mundo difícil onde vivemos_ler sobre auto ajuda/coisas do tipo ajudam e como. Costumo dizer que a MENTE HUMANA é a parte mais DESCONHECIDA do ser humano; inclusive doenças temíveis tipo CANCER, ENTRE OUTRAS até são mais fáceis de resolver (e também EVITAR). Essas perturbações mentais são incômodas mesmo... Impossível alguém não ter alguma! E a melhor maneira de se conviver seria VIVER UMA VIDA DIGNA/NÃO SE ENVOLVER EM COISAS ERRADAS_o mundo já não é fácil - aderir a tais vícios; piora bastante. Outra coisa é ter CONSCIÊNCIA (ou simplesmente PLANEJAR/FAZER REFLEXÕES). A Filosofia contribui para melhoras (sem falar que o TEMPO pode não resolver...só que diminui sofrimentos!).
Espero ter ajudado.
Valeu,
Rodrigo

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