O que é hidradenite ou hidrosadenite?
Quais são as causas da hidradenite?
A hidradenite ou hidrosadenite era classificada como uma infecção1 bacteriana da pele2 mas, hoje em dia, é considerada um processo inflamatório das glândulas sudoríparas3 apócrinas4, decorrente de uma predisposição individual, podendo ser agravada por uma infecção1. A causa favorecedora parece ser a obstrução do folículo piloso5, o que leva à dilatação e inflamação6 deste tipo de glândulas7. A utilização de antitranspirantes e a depilação são consideradas predisponentes ou agravantes do aparecimento da afecção8.
Qual é a fisiopatologia9 da hidradenite?
Na hidradenite ocorre obstrução das glândulas sudoríparas3 apócrinas4 por tampões de queratina e dilatação dos ductos dessas glândulas7, ruptura e colonização bacteriana, com alterações inflamatórias intensas e acometimento dos tecidos adjacentes. Há fibrose10, tecido de granulação11 e, às vezes, células gigantes12 tipo corpo estranho. A obstrução dos ductos pilosos pelo uso de antiperspirantes, raspagem, depilação mecânica ou por depilatórios e roupas justas podem atuar como fatores favorecedores na gênese da obstrução. Doenças sistêmicas como diabetes mellitus13, anemia14 e obesidade15 podem ser causas predisponentes.
Quais são os principais sinais16 e sintomas17 da hidradenite?
A hidradenite acomete principalmente a região axilar, mas pode afetar também outras regiões, como a perineal, inframamária, retroauricular18 e inguinal, locais onde são principalmente encontradas as glândulas sudoríparas3 apócrinas4. As lesões19 podem ser isoladas ou múltiplas e apresentam-se como abscessos20 avermelhados dolorosos, semelhantes a um furúnculo21, ou como fístulas22 recidivantes23, que resultam em áreas fibrosadas e secreção purulenta24. Os abscessos20 podem ser pequenos ou grandes e quando se rompem eliminam pus25. A hidradenite acomete especialmente indivíduos do sexo feminino.
Como o médico diagnostica a hidradenite?
O quadro crônico26 é de fácil diagnóstico27, clinicamente, por meio da história clínica e da inspeção28 local. A hidradenite deve ser diferenciada dos abscessos20 de outras naturezas. Em certos casos, a biópsia29 pode ser necessária para confirmação do diagnóstico27.
Como o médico trata a hidradenite?
O tratamento da hidradenite pode ser realizado com antibióticos, tanto locais como sistêmicos30, mas o tratamento cirúrgico para o esvaziamento glandular é o de eleição. Como a obstrução folicular pode estar associada ao surgimento ou ao agravamento da hidradenite, deve-se evitar o uso de antitranspirantes, depilação e raspagem excessiva dos pelos com gilete. Nos grandes abscessos20, geralmente muito dolorosos, pode ser feita a drenagem31 da lesão32, diminuindo a dor e facilitando a saída da secreção. Para a cura definitiva, é indicada a depilação a laser. Quando os nódulos se tornam fibrosos e recidivam frequentemente deve-se proceder à exérese33 (remoção cirúrgica) do nódulo34. Nas formas crônicas e recidivantes23, com cicatrizes35 e fístulas22, a ressecção cirúrgica ou drenagem31 ampla, com cicatrização por segunda intenção, é indicada.
Como evolui a hidradenite?
A hidradenite pode ocorrer em um único episódio ou ser repetitiva, caso em que acaba deixando cicatrizes35 fibrosas nos locais afetados.
Como prevenir a hidradenite?
Na hidradenite deve-se evitar as causas desencadeantes, isto é, raspagem de pelos, depilação, uso de desodorantes e talcos que contribuem para a obstrução dos ductos das glândulas7.
Quais são as complicações possíveis da hidradenite?
A complicação da hidradenite aguda pode ser a infecção1 do processo inflamatório, com a formação de celulites, abscessos20 e supurações. As hidradenites crônicas costumam complicar com fístulas22 que acometem estruturas como o sacro36, cóccix37, esfíncter38, uretra39 e vasos sanguíneos40.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.