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Maca peruana - O que é? Quais são os efeitos no organismo?

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O que é maca peruana?

A maca peruana, ou simplesmente Maca (Lepidium meyenii), é uma raiz comestível nativa da região dos Andes peruanos, um tubérculo1 da família do nabo, do repolho e do agrião, semelhante ao rabanete, em aparência. Essa planta é cultivada a 4.000 metros de altura e em temperaturas muito frias, que podem chegar a -25°C. Embora oriunda principalmente do Peru, onde é cultivada há mais de 2.000 anos, ela existe também em regiões da Bolívia, Chile, Colômbia e Argentina. Mais recentemente, ela tem se espalhado por vários países do mundo, já tendo chegado à China.

A maca peruana é tida como um superalimento por ser rica em fibras e gorduras essenciais, nutrindo o corpo e contribuindo para o aumento da energia e do vigor físico. Possui importantes propriedades medicinais, sendo utilizada tradicionalmente para aumentar a vitalidade e a libido2. Devido a essa sua propriedade, recebeu o apelido de “viagra dos incas”, mas ela também é uma fonte rica em vitaminas, minerais, proteínas3 e nutrientes que podem ajudar em diversas outras áreas e funções do corpo.

Os primeiros relatos dos efeitos favoráveis da maca peruana foram feitos em 1843, pelo botânico alemão Wilhelm Gerhardt Walpers.

Veja também “Fitoterápicos”, “Ômega-3”, “Termogênicos” e “As vantagens dos alimentos orgânicos”.

Como utilizar a maca peruana?

Antes de tudo, a maca peruana é muito nutritiva e fonte de várias vitaminas e minerais importantes. Por isso ela ganhou popularidade como suplemento nutricional, tendo efeitos importantes no metabolismo4 do corpo humano5. Ela é rica em nutrientes como vitaminas, sais minerais, fibras e até mesmo proteínas3 e, dessa forma, aumenta a vitalidade, combate o estresse e o cansaço, promove a libido2, aumenta a fertilidade, o desempenho sexual, auxilia em dietas de emagrecimento e combate a osteoporose6 e a anemia7.

A maca peruana pode ser consumida nos formatos de farinha, cápsulas, bebidas, geleias, extratos, entre outros. Uma porção de 28 gramas (uma onça) de pó (farinha) de raiz de maca contém 91 calorias8, 20 gramas de carboidratos, 4 gramas de proteína, 2 gramas de fibra, 1 grama9 de gordura10, vitamina11 C, cobre, ferro, potássio. vitamina11 B6 e manganês. Além disso, contém também vários compostos vegetais, incluindo glucosinolatos e polifenóis.

No Brasil, a maca peruana é mais comum em duas apresentações: em pó e em cápsulas. Em cápsulas, pode ser consumida em qualquer horário do dia, desde que acompanhada com água. A versão em pó (farinha) pode ser usada em chás, sucos, vitaminas, bolos, pães, biscoitos, tortas e sopas. A dose recomendada fica entre 400 a 1000 miligramas por dia, podendo chegar a 3000 miligramas diários. É possível ainda consumi-la in natura, mas esse não é o modo mais comum e não é muito fácil encontrá-la.

Quais são as características da maca peruana?

Como acontece a quase todos os fitoterápicos, são empiricamente atribuídos à maca, pela população, vários e diversificados efeitos: assim, além dos efeitos já citados, a ela é atribuído estimular a produção de hormônios, fortificar o sistema endócrino12, melhorar o desempenho cognitivo13, com efeito benéfico sobre o processo de ensino-aprendizagem e ter uma alta atividade antioxidante. Outra propriedade alegada é o controle do diabetes14, já que se acredita que ela é capaz de reduzir a glicemia15, aumentar os níveis de insulina16, melhorar o perfil lipídico17 e a tolerância à glicose18. Por fim, casos de desnutrição19, descalcificação, depressão e ansiedade também se beneficiam com a maca peruana. Nas mulheres, ajuda a controlar os ciclos menstruais e alivia os sintomas20 de TPM. Nos homens, aumenta a espermatogênese e a fertilidade.

Os estudos científicos empreendidos sobre a maca peruana são poucos, envolveram poucas pessoas e se tornaram inconclusivos. A maca é comercializada por seus efeitos tradicionalmente supostos, embora não haja evidências científicas seguras de que ela tenha algum efeito sobre a saúde21 humana. Os efeitos comumente alegados, embora possam conter alguma realidade, são genéricos e obedecem a uma visão22 popular das condições clínicas, mais que a uma visão22 médica. Assim, dizer que ela tem efeitos benéficos nas anemias é altamente impreciso, porque existem diversos tipos de anemias, cada uma delas requerendo tratamentos diferentes. Em meio a esses efeitos supostos, sobressaem como principais o ganho de massa muscular; aumento do desejo sexual e elevação da testosterona. Por isso, ela é muito usada também por fisioculturistas, em substituição ou associação com anabolizantes esteroides. Mesmo sem uma comprovação científica definitiva, ela conta com uma aprovação bastante geral e significativa. Assim, no início dos anos 1990, até a NASA incluiu a Maca Peruana em seus menus espaciais avançados.

A Maca peruana tem se mostrado segura e isenta de quaisquer efeitos colaterais23. No entanto, como qualquer remédio, deve-se evitar o consumo em excesso. Mulheres grávidas ou amamentando não devem consumi-la, não porque haja qualquer demonstração de que ela tenha efeitos negativos nessas situações, mas porque não há estudos sérios a respeito. Ela também não deve ser indicada para pessoas com hipertireoidismo24, uma vez que estimula a produção de alguns hormônios.

Links relacionados: “Impotência25 sexual”, “Infertilidade26 feminina” e “Infertilidade26 masculina”.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Universidade Federal do Paraná – Faculdade de Medicina e da Healtline.

ABCMED, 2021. Maca peruana - O que é? Quais são os efeitos no organismo?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1387920/maca-peruana-o-que-e-quais-sao-os-efeitos-no-organismo.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Tubérculo: Lesão dermatológica de consistência sólida, circunscrita, de menor tamanho e mais superficial do que um nódulo. Não apresenta resolução espontânea.
2 Libido: Desejo. Procura instintiva do prazer sexual.
3 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
4 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
5 Corpo humano: O corpo humano é a substância física ou estrutura total e material de cada homem. Ele divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A anatomia humana estuda as grandes estruturas e sistemas do corpo humano.
6 Osteoporose: Doença óssea caracterizada pela diminuição da formação de matriz óssea que predispõe a pessoa a sofrer fraturas com traumatismos mínimos ou mesmo na ausência deles. É influenciada por hormônios, sendo comum nas mulheres pós-menopausa. A terapia de reposição hormonal, que administra estrógenos a mulheres que não mais o produzem, tem como um dos seus objetivos minimizar esta doença.
7 Anemia: Condição na qual o número de células vermelhas do sangue está abaixo do considerado normal para a idade, resultando em menor oxigenação para as células do organismo.
8 Calorias: Dizemos que um alimento tem “x“ calorias, para nos referirmos à quantidade de energia que ele pode fornecer ao organismo, ou seja, à energia que será utilizada para o corpo realizar suas funções de respiração, digestão, prática de atividades físicas, etc.
9 Grama: 1. Designação comum a diversas ervas da família das gramíneas que formam forrações espontâneas ou que são cultivadas para criar gramados em jardins e parques ou como forrageiras, em pastagens; relva. 2. Unidade de medida de massa no sistema c.g.s., equivalente a 0,001 kg . Símbolo: g.
10 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
11 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
12 Sistema Endócrino: Sistema de glândulas que liberam sua secreção (hormônios) diretamente no sistema circulatório. Em adição às GLÂNDULAS ENDÓCRINAS, o SISTEMA CROMAFIM e os SISTEMAS NEUROSSECRETORES estão inclusos.
13 Desempenho cognitivo: Desempenho dos processos de aprendizagem e de aquisição de conhecimento através da percepção.
14 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
15 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
16 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
17 Perfil lipídico: Exame laboratorial que mede colesterol total, triglicérides, HDL. O LDL é calculado por estes resultados. O perfil lipídico é uma das medidas de risco para as doenças cardiovasculares.
18 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
19 Desnutrição: Estado carencial produzido por ingestão insuficiente de calorias, proteínas ou ambos. Manifesta-se por distúrbios do desenvolvimento (na infância), atrofia de tecidos músculo-esqueléticos e caquexia.
20 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
21 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
22 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
23 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
24 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
25 Impotência: Incapacidade para ter ou manter a ereção para atividades sexuais. Também chamada de disfunção erétil.
26 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
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