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Cromoterapia - como funciona? Quais os significados e usos terapêuticos das cores?

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O que é cromoterapia?

A cromoterapia é uma prática pseudocientífica, chamada holística, que muitas vezes atua ao lado da Medicina científica e que várias pessoas supõem ajudar na recuperação dos pacientes e mesmo tratar alguns males funcionais.

A cromoterapia julga contribuir a partir do uso da luz de diferentes cores no tratamento de doenças. Os cromoterapeutas alegam que este método é capaz de equilibrar as "energias" do corpo humano1, trazendo melhorias para a depressão e a ansiedade, o humor e o sono, além de aumentar a energia e ter propriedades antienvelhecimento. Dessa maneira, as cores podem alterar os estados de ânimo dos pacientes, contribuindo com o tratamento oficial. É possível que ela tenha um efeito curativo em estados depressivos leves e distúrbios funcionais ligeiros.

A cromoterapia, como outras práticas do mesmo gênero, se baseia em algumas observações empíricas e é eivada de concepções místicas, não comprovadas ao modo das ciências, o que não as torna inteiramente inválidas.

Deve-se lembrar que a luz é uma radiação eletromagnética de diferentes comprimentos de onda e as cores visíveis correspondem apenas a uma faixa desse espectro. A ação física de luzes, por seus determinados comprimentos de onda, tem sido usada pela Medicina no tratamento de algumas doenças. Os “banhos de luz”, baseados no comprimento de onda da luz emitida têm, pois, um racional diferente e mais objetivo: “quebram” as moléculas em compostos mais simples e mais facilmente manejáveis pelo organismo. Por isso, eles são usados para tratar, por exemplo, a icterícia2 pós-natal e uma série de situações dermatológicas e de outra doenças. As terapias de luz não são, pois, a mesma coisa que a cromoterapia.

Como funciona a cromoterapia?

Segundo seus adeptos, a cromoterapia tem aplicações variadas e incluem banhos de luz em câmaras especiais, uso de bastões luminosos, cores do ambiente e até das roupas.

A cromoterapia é baseada nas sete cores visíveis do arco-íris3 (amarelo, azul, laranja, índigo, verde, violeta ou lilás e vermelho), além do rosa. Supostamente, o efeito das cores não depende apenas das repercussões visuais delas, mas cada uma emite uma “energia” distinta que atua em células4 específicas do corpo, melhorando o equilíbrio entre o corpo e a mente.

De fato, além do efeito postulado como terapêutico, as cores dos ambientes influenciam as pessoas em seus estados de ânimo, em sua fisiologia5 e em seus comportamentos. Um ambiente em vermelho estimula as pessoas a saírem mais rapidamente e outro pintado de verde ou azul as convida a ficarem mais tempo. O laranja nos torna mais animados e radiantes e o cinza nos faz mais tristes, etc.

O marketing comercial mais sofisticado sabe disso e usa esse conhecimento para seus propósitos. E isso não só devido aos efeitos naturais das luzes, como em virtude do sentido social conferido a elas. Assim, entre nós o preto é um sinal6 de luto, o branco evoca paz e o verde, esperança, mas esses simbolismos, embora muito expandidos, não são universais. Um exemplo de divergências é o próprio luto, que é geralmente representado pelo preto, mas também pode o ser pelo branco, como na Índia, China e Japão, ou pelo amarelo, como no Egito, e até mesmo pelo vermelho, como em alguns lugares da África.

Veja também sobre "Maneiras de lidar com o estresse", "Por que as pessoas são mais ansiosas hoje em dia do que antigamente" e "Meditação".

O significado e o uso terapêutico das cores

As cores têm um efetivo papel no comportamento humano, desde o ponto de vista físico até o psicológico. As sinalizações do trânsito escolhem as cores de maior contraste para facilitar a visualização; ambientes que demandam excitação e agitação são pintados de vermelho ou amarelo e outros que sugerem paz e repouso são pintados de azul claro ou de verde; um ambiente pintado em branco sugere ser maior do que se pintado em preto; frutas com cor saturada são mais apetitosas que aquelas de cores que indicam amadurecimento excessivo; o oceano azul profundo inspira calma; quando o sol está se pondo com tons vermelhos e laranjas, as pessoas se sentem energizadas.

Mas, a cromoterapia se vale de outras implicações das cores. Através da “energia” das cores, procura ajudar a trazer algumas qualidades importantes para a vida da pessoa. Seus adeptos postulam que:

  1. O vermelho é uma cor intensa e estimulante; talvez, a mais poderosa de todas as cores. É a cor das paixões, das conquistas e da sexualidade. É indicada para afastar a depressão e o desânimo. Se aplicada próximo ao dormir pode tirar o sono e deixar a pessoa agitada.
  2. O amarelo é uma cor viva e estimulante. Age sobre a mente, ajudando a raciocinar. É a cor da inteligência, do estudo e da criatividade. Se combinado com o vermelho, aumenta a fome (já observou que as grandes cadeias de lanchonetes são pintadas de vermelho e amarelo?). Na cromoterapia, esta cor contribui para melhorar a criatividade e o humor, reduzindo a depressão, melancolia, letargia7, tristeza, desânimo, sonolência, mau-humor, etc. Indicado também para problemas de digestão8 e do aparelho digestivo9. Além disso, essa cor pode também ser usada por pessoas quietas e introvertidas que queiram ter um bom relacionamento interpessoal.
  3. O laranja é o resultado da combinação do vermelho e amarelo, e possui um pouco das características de cada uma dessas duas cores. É a cor restauradora e regeneradora, ajudando na recuperação emocional. É a cor da coragem e da reconstrução. Desbloqueia sentimentos, ajuda a tratar doenças nos órgãos de reprodução10, problemas na bexiga11 e infecções12. O laranja ativa a capacidade criativa e de comunicação. Aguça a curiosidade, o otimismo e estimula, também, a criação de novas ideias. Ou seja, é interessante usá-lo em espaços de trabalhos, criações, etc. A cor laranja também aumenta a vitalidade do sistema nervoso13, acelera o metabolismo14 ósseo, auxilia nas doenças renais e da bexiga11, e na constipação15. Mas, se usada de forma incorreta, pode causar rebeldia e inquietação.
  4. O verde é calmante e traz equilíbrio. Na cromoterapia, o verde possui uma ação refrescante e calmante, ajudando a promover o bem-estar físico e mental. Ajuda na cura de dores em geral e problemas de respiração diversos. Tranquiliza o paciente perturbado e melhora seu equilíbrio. Além disso, essa cor estimula a imunidade16, sendo indicada para ajudar a combater doenças infecciosas. Se usada em demasia, traz preguiça, indolência, etc. É a única cor que não possui nenhuma contraindicação.
  5. O azul traz paciência e serenidade e ajuda a tranquilizar o corpo e a mente. É indicada nos casos de insônia, dor de cabeça17 e estresse, pois ajuda a melhorar a qualidade do sono.
  6. O índigo ajuda a equilibrar as energias e melhora a intuição, além de contribuir para a limpeza e purificação dos ambientes.
  7. O violeta ou lilás é uma cor muito espiritual e mística, ajudando quem está desequilibrado emocionalmente e descrente. Contribui no tratamento de cansaços em geral, medos e traumas.
  8. O rosa sugere afeto, amor e união. Ajuda particularmente no equilíbrio dos relacionamentos pessoais e profissionais e no tratamento de problemas cardíacos e bloqueios emocionais.
Leia sobre "Medicina alternativa", "Homeopatia" e "Musicoterapia".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do periódico Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine e do The Center for Health Design.

ABCMED, 2020. Cromoterapia - como funciona? Quais os significados e usos terapêuticos das cores?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1383633/cromoterapia-como-funciona-quais-os-significados-e-usos-terapeuticos-das-cores.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Corpo humano: O corpo humano é a substância física ou estrutura total e material de cada homem. Ele divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A anatomia humana estuda as grandes estruturas e sistemas do corpo humano.
2 Icterícia: Coloração amarelada da pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Existem dois tipos de icterícia que têm etiologias e sintomas distintos: icterícia por acumulação de bilirrubina conjugada ou direta e icterícia por acumulação de bilirrubina não conjugada ou indireta.
3 Íris: Membrana arredondada, retrátil, diversamente pigmentada, com um orifício central, a pupila, que se situa na parte anterior do olho, por trás da córnea e à frente do cristalino. A íris é a estrutura que dá a cor ao olho. Ela controla a abertura da pupila, regulando a quantidade de luz que entra no olho.
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 Fisiologia: Estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
6 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
7 Letargia: Em psicopatologia, é o estado de profunda e prolongada inconsciência, semelhante ao sono profundo, do qual a pessoa pode ser despertada, mas ao qual retorna logo a seguir. Por extensão de sentido, é a incapacidade de reagir e de expressar emoções; apatia, inércia e/ou desinteresse.
8 Digestão: Dá-se este nome a todo o conjunto de processos enzimáticos, motores e de transporte através dos quais os alimentos são degradados a compostos mais simples para permitir sua melhor absorção.
9 Aparelho digestivo: O aparelho digestivo ou digestório realiza a digestão, processo que transforma os alimentos em substâncias passíveis de serem absorvidas pelo organismo. Os materiais não absorvidos são eliminados por este sistema. Ele é composto pelo tubo digestivo e por glândulas anexas.
10 Reprodução: 1. Função pela qual se perpetua a espécie dos seres vivos. 2. Ato ou efeito de reproduzir (-se). 3. Imitação de quadro, fotografia, gravura, etc.
11 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
12 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
13 Sistema nervoso: O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal e a porção periférica está constituída pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas.
14 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
15 Constipação: Retardo ou dificuldade nas defecações, suficiente para causar desconforto significativo para a pessoa. Pode significar que as fezes são duras, difíceis de serem expelidas ou infreqüentes (evacuações inferiores a três vezes por semana), ou ainda a sensação de esvaziamento retal incompleto, após as defecações.
16 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
17 Cabeça:
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