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Mindfulness - como é a prática? Quais são os benefícios?

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O que é mindfulness?

A palavra mindfulness em inglês é a união de dois termos: mind, que significa mente e fulness, derivado de full, que pode ser traduzido por cheio, completo. Numa tradução livre, a palavra poderia ser equivalente a “atenção plena” ou “consciência plena”, ou seja, é a presença total da mente naquilo que a pessoa está fazendo no momento e nas sensações que estão sendo experienciadas naquele instante. Em outras palavras, “viver o momento presente”. Corresponde à capacidade humana básica de estar totalmente presente num determinado local e momento e não ser excessivamente sobrecarregado com ideias relativas ao passado ou ao futuro.

Normalmente, a mente é cheia de distrações, e focar a atenção não é apenas uma tarefa, mas um desafio. A prática consiste em se concentrar no momento presente, mantendo uma constante consciência do que está se passando agora: ações, sentimentos, emoções, etc. Mais do que isso, é o exercício de prestar atenção nos acontecimentos sem julgamentos de qualquer espécie.

Leia sobre "Meditação", "Maneiras de lidar com o estresse", "Massagem terapêutica1 e massagem relaxante" e "Saúde2 mental".

Por que praticar mindfulness?

De acordo com um estudo recente da Universidade de Harvard, a mente está dispersa durante 47% do tempo. Ou seja, é como se metade da vida de uma pessoa estivesse se passando no passado ou no futuro, esquecida do presente.

O objetivo da prática de mindfulness é sair do estado de falta de consciência e viver uma vida consciente do momento presente. A capacidade de se estar integralmente “presente” é bastante subestimada, porém é muito valiosa. Uma pessoa pode atingir esse estado quando a mente está atenta ao que está acontecendo, ao que ela está fazendo, ao espaço no qual está inserida. Isso pode parecer trivial, mas essa habilidade não é banal e sem importância. Na maior parte do tempo, uma pessoa pode estar agindo de maneira reflexa e como autômato, sem prestar atenção à sua experiência atual. Muitas vezes pode estar realizando uma tarefa, mas pensando em coisas distantes, do passado ou do futuro, e nem sequer registrar o que acaba de fazer. Por exemplo, pode chegar ao final da leitura de uma página sem saber dizer o que acabou de ler.

Atualmente, a presença massiva dos celulares faz com que a pessoa execute automaticamente uma tarefa enquanto mexe no celular, sem prestar atenção com consciência a nenhuma das duas coisas que está fazendo, sem ter atenção plena, portanto, não usufruindo do momento.

A prática de mindfulness permite uma sensação agradável de estar “plenamente presente” num determinado momento e lugar e leva a pessoa a cometer menos erros em suas ações. Também ajuda a combater o estresse que decorre do fato de poluir a mente com várias ideias ao mesmo tempo. Ademais, assim como o apressado pode levar um tempo maior para fazer as coisas do que aquele que as faz com calma, pois comete mais erros que o fazem repetir ações, da mesma forma a prática de mindfulness contribui para que a pessoa faça as coisas com mais eficiência e em menor tempo. Além disso, permite uma melhor memorização das experiências, melhora o sistema imunológico3, aumenta o poder de resiliência e otimiza a performance cerebral.

Por fim, quanto mais decisões conscientes uma pessoa tiver que tomar, menos energia mental ela vai gastar e, consequentemente, terá mais conforto em sua mente.

Como se realiza a prática de mindfulness?

Mindfulness consiste em um conjunto de técnicas práticas que ajudam a pessoa a focar no momento presente, conectando corpo e mente. Práticas análogas a mindfulness são muito antigas e podem ser encontradas em quase todas as culturas, mas a concepção4 mais sólida que chegou ao Ocidente foi a prática advinda do Budismo.

A prática de mindfulness consiste em se concentrar no momento presente, mantendo uma constante consciência do agora, e afastando os demais pensamentos concorrentes. Mais do que isso, é o exercício de prestar atenção, porém não julgar os acontecimentos. Uma maneira prática de realizar isso é não fazer ou não pensar duas coisas ao mesmo tempo. Cada coisa de uma vez!

Mindfulness pode ser confundido com meditação, mas é muito diferente dela. Enquanto essa prática mais clássica consiste em assentar num lugar calmo, fechar os olhos5 e focar na atenção plena para perceber estados interiores, mindfulness é algo que deve ser praticado nas atividades do dia-a-dia.

Desde há muito tempo, o uso de técnicas semelhantes a midfulness para fins medicinais e psicoterapêuticos é registrado, pelo menos desde o século VIII, quando os monges budistas descreveram a prática, voltada à saúde2 física e mental e completamente isenta de objetivos religiosos. Ela só teve uma maior divulgação entre nós na década de 60 do séc. XX.

Nos últimos anos, muitos pesquisadores, entre eles o médico americano Jon Kabat-Zinn, o principal deles, vêm se dedicando ao trabalho de oferecer um referencial teórico científico, possibilitando um uso terapêutico independentemente de qualquer conceituação religiosa.

As terapias baseadas na atenção plena podem ser bem sucedidas no tratamento de dores crônicas, em sintomas6 de ansiedade, depressão, estresse e comportamento suicida recorrente.

Saiba mais sobre "Por que as pessoas são mais ansiosas hoje em dia do que antigamente", "Diferenças entre depressões típica e atípica" e "Transtorno de ansiedade generalizada".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic, da Oficina de Psicologia e do Núcleo de Mifdfulness.

ABCMED, 2020. Mindfulness - como é a prática? Quais são os benefícios?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1372798/mindfulness-como-e-a-pratica-quais-sao-os-beneficios.htm>. Acesso em: 24 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
2 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
4 Concepção: O início da gravidez.
5 Olhos:
6 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
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