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Remédios que engordam - por que certos remédios engordam?

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Algum tempo depois de iniciar o uso de certas medicações, muitas pessoas alegam estar ganhando peso. Em geral, isso acontece com quem faz uso prolongado de corticoides, anticoncepcionais, antidepressivos tricíclicos, anti-histamínicos, antipsicóticos, alguns anti-hipertensivos, alguns antidiabéticos, estabilizadores do humor e ansiolíticos.

Na maioria das vezes, envelhecer e ganhar peso parecem andar de mãos1 dadas, embora possa até ocorrer o contrário com o avanço da idade. O ganho de peso geralmente acontece porque, com o evoluir da idade, há um metabolismo2 mais lento, há um menor consumo de energia pelo corpo e frequentemente a pessoa de maior idade pode estar tomando remédios que tenham o ganho de peso como efeito colateral3.

Até mesmo o tratamento do câncer4 pode ocasionar ganho de peso. Ocorre um aumento ligeiro durante o tratamento e isso não é problemático. No entanto, um grande ganho de peso pode prejudicar o tratamento pois pode se relacionar a um pior prognóstico5, sobretudo quando já existe obesidade6 antes do início do tratamento.

Leia sobre "Atitudes para perder peso e manter o peso alcançado", "O perigo dos remédios para emagrecer"e "Cálcule do IMC7".

Por que certos remédios engordam?

Embora não se saiba com certeza todos os efeitos dos remédios que levam algumas pessoas a aumentar o seu peso corporal, acredita-se que na maior parte dos casos o ganho de peso provocado por medicamentos pode ser devido a três fatores:

  1. Retenção de líquido
  2. Lentificação do metabolismo2
  3. Aumento no apetite

Para controlar ou combater esse efeito é preciso entender como cada medicamento age no organismo. Em alguns casos, é fácil perder os quilos adquiridos, principalmente no caso dos remédios que causam retenção hídrica. Tão logo a medicação deixe de ser tomada, o líquido será eliminado e o peso anterior será restabelecido. Em outros casos, não será tão fácil perder o peso adquirido, como com os medicamentos que causam aumento do apetite ou lentificam o metabolismo2 porque, nesses casos, o ganho de peso se deu sob forma de massa de gordura8.

Nos tratamentos para o câncer4, por exemplo, alguns quimioterápicos podem, ao mesmo tempo, reter líquidos e causar uma diminuição da atividade física, em função da fadiga9. Alguns deles podem também aumentar a fome e provocar uma diminuição no metabolismo2, causando ganho de peso. Além disso, a quimioterapia10 pode provocar menopausa11 precoce em algumas mulheres, o que está associado com alterações no metabolismo2 e com a probabilidade de ganho de peso.

Como combater o ganho de peso ocasionado por certos medicamentos?

A chave mestra da questão seria reduzir a dose ou pedir ao médico que, se possível, o substitua por um similar que não tenha esse mesmo efeito, já que seria um contrassenso prescrever uma medicação que aumente o apetite e pedir ao paciente que faça uma dieta restritiva. Se o uso do medicamento for inevitável, a dieta deve ser adaptada qualitativamente. Afinal, uma salada de legumes faz efeito metabólico muito diferente do efeito de um prato de macarrão.

Além disso, nesses casos, fazer exercício físico é de fundamental importância.

Veja também sobre "Caminhada", "Prevenção do câncer4", "Os perigos da automedicação12" e "Uso d bebida alcóolica tomando remédio"

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do Instituto Oncoguia e da BBC.

ABCMED, 2020. Remédios que engordam - por que certos remédios engordam?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/vida-saudavel/1366818/remedios-que-engordam-por-que-certos-remedios-engordam.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
2 Metabolismo: É o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. São essas reações que permitem a uma célula ou um sistema transformar os alimentos em energia, que será ultilizada pelas células para que as mesmas se multipliquem, cresçam e movimentem-se. O metabolismo divide-se em duas etapas: catabolismo e anabolismo.
3 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
4 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
5 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
6 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
7 IMC: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
8 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
9 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
10 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
11 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
12 Automedicação: Automedicação é a prática de tomar remédios sem a prescrição, orientação e supervisão médicas.
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