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Fístula anal: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, complicações

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O que é fístula1 anal?

A fístula1 anal é um trajeto anormal (um “túnel”) que se estabelece entre a pele2 do períneo3, externamente, e o canal anal4, internamente. É a esse trajeto que se chama de fístula1 anal.

Quais são as causas da fístula1 anal?

As fístulas5 anais surgem em sequência a um abscesso6 perianal, formando um trajeto entre o canal anal4 (orifício interno) e a região perianal (orifício externo). Este abscesso6 tem origem em uma infecção7 no canal anal4 e a partir daí se desenvolve em direção ao entorno do ânus8. No momento em que ele é drenado, deixa um caminho que une o ponto inicial da infecção7 à pele2 perianal. O orifício extra-anal pode abrir-se também em outro órgão interno como a vagina9, por exemplo. Algumas fístulas5 são consequentes à obstrução dos canais de drenagem10 de glândulas11 do canal anal4, junto aos esfíncteres12 anais. Esta obstrução inicialmente provoca um processo inflamatório e, com o tempo, um abscesso6. Outras alterações menos frequentes que também causam fístula1 anal são a tuberculose13, a retocolite ulcerativa, os traumas anorretais, as neoplasias14 do reto15 ou do canal anal4, as cirurgias no reto15, as cirurgias ginecológicas ou obstétricas, o linfogranuloma venéreo, etc. Em crianças, as fístulas5 anais são raras e em geral são congênitas16.

Fístula anal

Quais são os principais sinais17 e sintomas18 da fístula1 anal?

O principal sinal19 da fístula1 anal é a presença constante de uma secreção purulenta20 na região perianal. As fístulas5 anais podem permanecer assintomáticas por meses, mas recorrentemente voltam a apresentar secreção e dor. Eventualmente, o orifício externo pode cicatrizar, dando a impressão que o problema está sanado, porém como o orifício interno e o trajeto da fístula1 não cicatrizam, a secreção purulenta20 se acumula e faz uma pressão que abre novamente o orifício externo ou um novo orifício externo. Muitas vezes as fístulas5 anais são percebidas como cordões endurecidos e dolorosos que se dirigem para o orifício anal. A dor é causada pela pressão exercida pela massa tumoral e, por isso, tão logo o abscesso6 se rompa ou seja drenado, a dor é amenizada ou desaparece.

Em geral, as fístulas5 anais não comprometem o estado geral do paciente, a não ser aquelas que são secundárias a doenças sistêmicas, em que a afetação do estado geral se deve à doença de base e não à fístula1 em si.

Como o médico diagnostica a fístula1 anal?

O diagnóstico21 de fístula1 anal é essencialmente clínico e deve ser baseado na história clínica e no exame físico. A inspeção22 revelará um abaulamento23 avermelhado e com aumento da temperatura da pele2. Como o abscesso6 e a fístula1 anal fazem parte de uma mesma doença, deve-se fazer um diagnóstico21 da fase em que a afecção24 se encontra. Exames complementares como ultrassonografia25, tomografia computadorizada26 e ressonância magnética27 pélvicas28 podem fornecer informações sobre o trajeto de fístulas5 e sobre as doenças associadas a ela. Como a fístula1 anal decorre de outras doenças proctológicas, é necessário que se faça também o diagnóstico21 delas. O diagnóstico21 diferencial deve ser feito com outras infecções29 locais como dermatites, foliculites, furúnculos, etc.

Como o médico trata a fístula1 anal?

O tratamento de uma fístula1 anal é eminentemente30 cirúrgico. Há técnicas cirúrgicas diferentes, seletivamente aplicáveis a cada tipo de fístula1. É muito raro que elas se cicatrizem espontaneamente. Só haverá necessidade de antibióticos se o médico que realizou a cirurgia julgar necessário. Como a fístula1 anal decorre de outras doenças proctológicas, é necessário que se faça também o tratamento delas.

Quais são as complicações possíveis da fístula1 anal?

O tratamento cirúrgico inadequado das fístulas5 anais pode levar à incontinência31 anal, mas muitas vezes isso se deve à inabilidade do cirurgião.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic e da American Society of Colon and Rectal Surgeons.

ABCMED, 2014. Fístula anal: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, complicações. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/528139/fistula-anal-definicao-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-complicacoes.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Fístula: Comunicação anormal entre dois órgãos ou duas seções de um mesmo órgão entre si ou com a superfície. Possui um conduto de paredes próprias.
2 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
3 Períneo: Região que constitui a base do púbis, onde estão situados os órgãos genitais e o ânus.
4 Canal Anal: Segmento terminal do INTESTINO GROSSO, começando na ampola do RETO e terminando no ânus.
5 Fístulas: Comunicação anormal entre dois órgãos ou duas seções de um mesmo órgão entre si ou com a superfície. Possui um conduto de paredes próprias.
6 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
7 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
8 Ânus: Segmento terminal do INTESTINO GROSSO, começando na ampola do RETO e terminando no ânus.
9 Vagina: Canal genital, na mulher, que se estende do ÚTERO à VULVA. (Tradução livre do original
10 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
11 Glândulas: Grupo de células que secreta substâncias. As glândulas endócrinas secretam hormônios e as glândulas exócrinas secretam saliva, enzimas e água.
12 Esfíncteres: Estruturas musculares que contornam um orifício ou canal natural, permitindo sua abertura ou fechamento, podendo ser constituídos de fibras musculares lisas e/ou estriadas.
13 Tuberculose: Doença infecciosa crônica produzida pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Produz doença pulmonar, podendo disseminar-se para qualquer outro órgão. Os sintomas de tuberculose pulmonar consistem em febre, tosse, expectoração, hemoptise, acompanhada de perda de peso e queda do estado geral. Em países em desenvolvimento (como o Brasil) aconselha-se a vacinação com uma cepa atenuada desta bactéria (vacina BCG).
14 Neoplasias: Termo que denomina um conjunto de doenças caracterizadas pelo crescimento anormal e em certas situações pela invasão de órgãos à distância (metástases). As neoplasias mais frequentes são as de mama, cólon, pele e pulmões.
15 Reto: Segmento distal do INTESTINO GROSSO, entre o COLO SIGMÓIDE e o CANAL ANAL.
16 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
19 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
20 Purulenta: Em que há pus ou cheio de pus; infeccionada. Que segrega pus. No sentido figurado, cuja conduta inspira nojo; repugnante, asqueroso, sórdido.
21 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
22 Inspeção: 1. Ato ou efeito de inspecionar; exame, vistoria, inspecionamento. 2. Ato ou efeito de fiscalizar; fiscalização, supervisão, observação. 3. Exame feito por inspetor (es).
23 Abaulamento: 1. Ato, processo ou efeito de abaular. 2. Convexidade que se dá a diversas superfícies (ruas, estradas, coberturas etc.) para facilitar o escoamento de águas pluviais. 3. Em forma de curva, arqueada ou convexa.
24 Afecção: Qualquer alteração patológica do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
25 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
26 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
27 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
28 Pélvicas: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
29 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
30 Eminentemente: De modo eminente; em alto grau; acima de tudo.
31 Incontinência: Perda do controle da bexiga ou do intestino, perda acidental de urina ou fezes.
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Comentários

24/11/2015 - Comentário feito por leandra
estou fazendo um tratamento porém tive u...
estou fazendo um tratamento porém tive um abcesso e após saiu a fistula perianal.
É muito constrangedor mas infelizmente tem que fazer o tratamanto e amanhã já irei fazer a 3 etapa do tratamento.
Mas graças a Deus que estou bem melhor.

24/09/2015 - Comentário feito por saulo
Olha é um problema terrível, ent...
Olha é um problema terrível, entretanto com alguns cuidados da para se levar na boa, é claro que o acompanhamento médico é imprescindível, o meu já é muito antigo mais de quarenta anos que isto me acompanha mais graças a Deus encontrei na folha de algodão uma alternativa que me permitiu controlar e administrar bem o problema. bato as folhas uma boa quantidade no liquidificador e guardo em um recipiente na geladeira tomo de três a quatro copos por dia as vezes mais e se está atacado inchado doendo e vazando com três a quatro dias de uso seca fica parecendo até que sarou mais se parar com o uso volta depois de algum tempo ou dias então faço uso constante e levo uma vida normal sem dores ou sofrimento. folhas de algodão são muito usadas de quando as mulheres dão a luz e justamente para a profilaxia e cicatrização

20/05/2015 - Comentário feito por elisa
Eu estava achando que minha vida tinha acabado,...
Eu estava achando que minha vida tinha acabado,porque nao sabia oque eu tinha e a medica que eu estou tratando parece nao ligar muito,agora eu sei oque eu tenho,ufa.

15/05/2015 - Comentário feito por sergio
gostei muito, eu não sabia o que eu tinh...
gostei muito, eu não sabia o que eu tinha e agora sei, eu pensava que era um furúnculo, mais depois que eu li o que é uma fístula tenho quase certeza que é isso mesmo, obrigado.

15/04/2015 - Comentário feito por aires
eu estou sofrendo sem saber o que fazer passand...
eu estou sofrendo sem saber o que fazer passando por constrangimentos enormes por esse problema fui no ambesp areia branca ea proctologista disse que ela nao sabia o que era e mandou para o cirurgiao que disse ser uma fissura e fui fazer curativo com uma jovem enfermeira morri de vergonha por ficar esposto eagora com esse artigo sei o que tenho eque nao adianta passar pomada ou fazer simpatia oque eu preciso e de um medico que saiba trabalhar eseja comprometido enao me veja como um numero pois desde outubro de 2013 que estou assim muito obrigado pelo esclarecimento.

12/08/2014 - Comentário feito por javascript:void(0);Douglas
Muito bom, entendi melhor o meu problema.
...
Muito bom, entendi melhor o meu problema.
Mas tem sido muito difícil conviver com as dores diárias, às vezes fica difícil andar por causa das dores.
Gostei do artigo, muito bom...

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