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Rinite alérgica - como ela é?

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O que é rinite1 alérgica?

A rinite1 alérgica, também chamada febre do feno2 e muitas vezes descrita popularmente como gripe3 alérgica, é uma doença alérgica crônica provocada pelo contato com alérgenos4 e que se caracteriza por uma inflamação5 da mucosa6 do nariz7, da qual resulta a maior parte dos sintomas8 da condição.

Quais são as causas da rinite1 alérgica?

A rinite1 alérgica, como o próprio nome já prenuncia, é uma reação alérgica9. Ela resulta de uma resposta exagerada do corpo ao contato com determinadas substâncias que o organismo identifica como estranhas, ditas alérgenos4. A rinite1 alérgica tem características hereditárias, mas mesmo que nenhum dos pais apresente o distúrbio, ele pode se manifestar na geração subsequente e o filho de um casal alérgico tem 50% a 70% de chance de também sofrer de alergia10.

Os fatores desencadeadores das crises são mais bem conhecidos que as causas delas. Entre eles estão:

  • ácaros existentes na poeira doméstica;
  • pelos de animais;
  • fungos;
  • descamação11 de pele12;
  • mofo;
  • pólen;
  • perfume;
  • alguns alimentos;
  • medicamentos;
  • bactérias;
  • vírus13;
  • mudanças bruscas de temperatura;
  • etc.

Em suma, a rinite1 alérgica é desencadeada pela combinação da genética herdada e de exposições a fatores ambientais, alguns deles de natureza sazonal.

Veja também sobre "Rinite1 vasomotora", "Atopia" e "Coriza14".

Qual é o substrato fisiopatológico da rinite1 alérgica?

Entre outras funções, o nariz7 é responsável pela proteção inicial contra substâncias tóxicas e irritantes que inalamos. Ele é, na verdade, a primeira barreira enfrentada pelos alérgenos4 respiratórios no sentido de impedir que essas substâncias alcancem os pulmões15.

A obstrução nasal faz parte dessa defesa, o que também provoca o bloqueio do agente agressor, mas também do ar que respiramos. Essa reação é normal e todas as pessoas, ao entrarem em contato com algumas substâncias tóxicas, apresentam tais sintomas8, mas se for exagerada e duradoura, caracteriza a rinite1 alérgica.

A rinite1 alérgica é, pois, um mecanismo de defesa que tenta impedir que os agentes prejudiciais para a saúde16 cheguem até o pulmão17.

Quais são as características clínicas da rinite1 alérgica?

Apesar de seu viés hereditário, não é obrigatório que a rinite1 esteja presente desde o nascimento. Pode ser que uma pessoa conviva por muitos anos em contato com determinada substância e apenas tardiamente venha a desenvolver sintomas8. Embora possa ocorrer em qualquer fase do ano, a rinite1 alérgica ocorre mais comumente de modo sazonal, na primavera.

Seus sintomas8 principais são;

  • obstrução nasal (“nariz entupido”);
  • prurido18 e/ou espirros;
  • olhos19 lacrimejantes;
  • irritação no nariz7, na boca20, nos olhos19, na garganta21, na pele12 ou em qualquer outra região;
  • má percepção dos odores;
  • coriza14;
  • tosse;
  • diminuição da audição e do olfato;
  • dor de garganta21;
  • olhos19 inchados;
  • fadiga22.

Muitas pessoas que têm rinite1 alérgica também têm asma23, conjuntivite24 alérgica ou dermatite25 atópica.

Como o médico diagnostica a rinite1 alérgica?

O diagnóstico26 de rinite1 alérgica envolve análise do histórico do paciente, exame físico das passagens nasais e, às vezes, teste cutâneo27 para alergia10.

Um diferencial deve ser feito com o resfriado, a gripe3 e a rinite1 aguda. Todas essas condições são causadas por vírus13. A rinite1 alérgica, por sua vez, é induzida pela exposição a fatores alérgenos4.

Como o médico trata a rinite1 alérgica?

A rinite1 alérgica não tem uma cura definitiva, mas há tratamentos capazes de amenizar bastante os sintomas8. Os medicamentos que podem reduzir os sintomas8 são anti-histamínicos, descongestionantes nasais e corticoides.

As vacinas podem ser úteis em pacientes com rinite1 alérgica, mas o paciente deve ter o teste alérgico positivo para os antígenos28 usados nas vacinas. A aplicação das vacinas deve seguir critérios médicos e serão usadas por longo tempo. É provável que a necessidade do uso de medicamentos diminua, porém os cuidados ambientais deverão ser mantidos.

É comum que depois de repetidas crises os próprios pacientes se auto diagnostiquem e se auto mediquem, no entanto, devem estar advertidos de que certos remédios utilizados para controlar a enfermidade podem ter efeitos colaterais29 prejudiciais e, por isso, devem receber orientação médica.

Como prevenir a rinite1 alérgica?

Uma vez que a rinite1 alérgica tem um viés hereditário combinado com fatores ambientais, a pessoa afetada deve preocupar-se com esses últimos, que podem ser manejados com mais facilidade. Ela deve manter o ambiente limpo, evitando poeiras. Quando tiver de limpá-lo, deve fazê-lo com pano molhado para que a poeira não seja levantada. Deve também evitar objetos ou apetrechos que possam abrigar ácaros, como tapetes, cortinas, almofadas, bichos de pelúcia, etc., bem como eliminar ao máximo cheiros fortes e umidade excessiva. Isso não evita a doença, mas reduz significativamente as crises.

Outras coisas que ajudam muito são:

  • lavar o nariz7 com soro30 fisiológico31 pelo menos três vezes por dia;
  • parar de fumar;
  • usar produtos para higiene pessoal sem odores fortes, corantes ou substâncias artificiais;
  • manter o ambiente arejado.
Leia sobre "Rinite1", "Alergias", "Sinusite32 ou Rinossinusite", "Asma23" e "Alergia10 ocular".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do National Health Service – UK e da Cleveland Clinic – USA.

ABCMED, 2022. Rinite alérgica - como ela é?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1414520/rinite-alergica-como-ela-e.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Rinite: Inflamação da mucosa nasal, produzida por uma infecção viral ou reação alérgica. Manifesta-se por secreção aquosa e obstrução das fossas nasais.
2 Febre do Feno: Doença polínica, polinose, rinite alérgica estacional ou febre do feno. Deve-se à sensibilização aos componentes de polens, sendo que os alérgenos de pólen provocam sintomas clínicos quando em contato com a mucosa do aparelho respiratório e a conjuntiva de indivíduos previamente sensibilizados.
3 Gripe: Doença viral adquirida através do contágio interpessoal que se caracteriza por faringite, febre, dores musculares generalizadas, náuseas, etc. Sua duração é de aproximadamente cinco a sete dias e tem uma maior incidência nos meses frios. Em geral desaparece naturalmente sem tratamento, apenas com medidas de controle geral (repouso relativo, ingestão de líquidos, etc.). Os antibióticos não funcionam na gripe e não devem ser utilizados de rotina.
4 Alérgenos: Substância capaz de provocar reação alérgica em certos indivíduos.
5 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
6 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
7 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
8 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
9 Reação alérgica: Sensibilidade a uma substância específica, chamada de alérgeno, com a qual se entra em contato por meio da pele, pulmões, deglutição ou injeções.
10 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
11 Descamação: 1. Ato ou efeito de descamar(-se); escamação. 2. Na dermatologia, fala-se da eliminação normal ou patológica da camada córnea da pele ou das mucosas. 3. Formação de cascas ou escamas, devido ao intemperismo, sobre uma rocha; esfoliação térmica.
12 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
13 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
14 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
15 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
16 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
17 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
18 Prurido: 1.    Na dermatologia, o prurido significa uma sensação incômoda na pele ou nas mucosas que leva a coçar, devido à liberação pelo organismo de substâncias químicas, como a histamina, que irritam algum nervo periférico. 2.    Comichão, coceira. 3.    No sentido figurado, prurido é um estado de hesitação ou dor na consciência; escrúpulo, preocupação, pudor. Também pode significar um forte desejo, impaciência, inquietação.
19 Olhos:
20 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
21 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
22 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
23 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
24 Conjuntivite: Inflamação da conjuntiva ocular. Pode ser produzida por alergias, infecções virais, bacterianas, etc. Produz vermelhidão ocular, aumento da secreção e ardor.
25 Dermatite: Inflamação das camadas superficiais da pele, que pode apresentar-se de formas variadas (dermatite seborreica, dermatite de contato...) e é produzida pela agressão direta de microorganismos, substância tóxica ou por uma resposta imunológica inadequada (alergias, doenças auto-imunes).
26 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
27 Cutâneo: Que diz respeito à pele, à cútis.
28 Antígenos: 1. Partículas ou moléculas capazes de deflagrar a produção de anticorpo específico. 2. Substâncias que, introduzidas no organismo, provocam a formação de anticorpo.
29 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
30 Soro: Chama-se assim qualquer líquido de características cristalinas e incolor.
31 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
32 Sinusite: Infecção aguda ou crônica dos seios paranasais. Podem complicar o curso normal de um resfriado comum, acompanhando-se de febre e dor retro-ocular.
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