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Pneumonite - informações básicas sobre esta condição

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O que é pneumonite1?

Pneumonite1 é um termo geral que se refere à inflamação2 do tecido3 pulmonar. Tecnicamente, a pneumonia4 é um tipo de pneumonite1 porque a infecção5 causa inflamação2. No entanto, o termo pneumonite1 é usado por médicos para se referir a causas não infecciosas de inflamação2 pulmonar.

A pneumonite1, portanto, não contém germes, a não ser que haja infecção5 secundária. Nesse sentido, a pneumonite1 se distingue da pneumonia4 com base na sua causa e também na sua manifestação clínica.

Quais são as causas e os tipos de pneumonite1?

As causas gerais da pneumonite1 incluem radioterapia6 do tórax7, inalação de detritos (por exemplo, pelos de animais), aspiração, exposição a medicamentos usados durante a quimioterapia8, herbicidas ou fluorocarbonados e algumas doenças sistêmicas.

Quanto aos tipos, elas se distribuem em:

  1. Pneumonite1 química, devida à inalação de poeira, substâncias tóxicas ou contaminadas e certos agentes químicos utilizados na produção de borracha sintética e materiais de embalagem, por exemplo.
  2. Pneumonite1 infecciosa (pneumonia4), que é causada por microrganismos, como fungos, devido à inalação de mofo, ou de bactérias e protozoários9.
  3. Pneumonite1 lúpica, que acontece devido a doenças autoimunes10, sendo esse tipo mais raro.
  4. Pneumonite1 intersticial11, que é uma doença rara de causa desconhecida, que pode levar à falência respiratória.

Além disso, a pneumonite1 pode ser causada pela inalação do ar contaminado com partículas de feno mofado, ar-condicionado sujo, resíduos da cana-de-açúcar12, cortiça mofada, cevada ou malte mofado, mofo de queijo, farelo de trigo infectado e grãos de café contaminados, por exemplo.

Veja sobre "Tosse", "Tosse seca persistente", "Falta de ar", "Oximetria" e "Tipos de oxímetros".

Qual é o substrato fisiopatológico da pneumonite1?

A pneumonite1 ocorre quando uma substância irritante causa a inflamação2 dos minúsculos alvéolos pulmonares13. Essa inflamação2 dificulta a passagem do oxigênio dos alvéolos14 para a corrente sanguínea. São muitos os irritantes associados à pneumonite1, mas, para a maioria das pessoas, a substância específica que causa a inflamação2 nunca é identificada.

A irritação dos alvéolos14 pode decorrer de uma variedade de medicamentos, vários tipos de drogas quimioterápicas, exposição repetida a alguns fungos e bactérias, exposição ao mofo, exposição a penas ou excrementos de pássaros, radioterapia6 no tórax7, etc.

Quais são as características clínicas da pneumonite1?

O sintoma15 mais comum de pneumonite1 aguda é falta de ar, que pode ser acompanhada por tosse seca. Os sinais16 e sintomas17 de pneumonite1 crônica incluem, além da falta de ar, tosse, fadiga18 fácil e perda de apetite e de peso corporal.

Como o médico diagnostica a pneumonite1?

Para estabelecer o diagnóstico19, o médico começará tomando a história clínica da pessoa. Durante o exame físico, usará o estetoscópio para ouvir os pulmões20 e captar possíveis sons anormais.

Para distinguir a pneumonite1 de outras doenças pulmonares, é provável que peça exames de sangue21, radiografias de tórax7, tomografia computadorizada22 e o exame de função pulmonar, chamado espirometria23, e também um teste de saturação de oxigênio. Pode ainda fazer uma broncoscopia24 para visualizar as vias aéreas, coletar amostras dos pulmões20 para exame de laboratório e pode finalmente fazer uma biópsia25 pulmonar cirúrgica.

Como o médico trata a pneumonite1?

O primeiro passo em casos de hipersensibilidade (alergia26) ou pneumonite1 química é eliminar a exposição ao alérgeno27 ou ao produto químico que irrita os pulmões20. Esta etapa ajuda em muito a diminuir os sintomas17.

Em casos de pneumonite1 grave, o tratamento também pode incluir corticoides, que agem atenuando ou suprimindo o sistema imunológico28, e a oxigenoterapia, por meio de uma máscara ou tubo de plástico com pinos que se encaixam nas narinas.

Como evolui a pneumonite1?

Se a pneumonite1 não for detectada ou não for adequadamente tratada, a pessoa pode desenvolver gradualmente pneumonite1 crônica, que pode resultar em cicatrizes29 (fibrose30) nos pulmões20.

Quais são as complicações possíveis com a pneumonite1?

Se a pneumonite1 passar despercebida ou não for adequadamente tratada pode causar danos pulmonares irreversíveis. Nos pulmões20 normais, os alvéolos14 se dilatam e encolhem a cada respiração. A inflamação2 crônica do tecido3 fino que reveste cada um desses sacos de ar causa fibrose30 pulmonar e os torna menos flexíveis, e eles ficam rígidos como uma esponja seca. Em casos graves, a fibrose30 pulmonar pode causar insuficiência cardíaca31 direita, insuficiência respiratória32 e morte.

Leia também sobre "Pneumonia4 em adultos - Parte I", "Pneumonia4 em adultos - Parte II" e "Pneumonia4 na infância".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da News Medical.

ABCMED, 2021. Pneumonite - informações básicas sobre esta condição. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1392550/pneumonite-informacoes-basicas-sobre-esta-condicao.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pneumonite: Inflamação dos pulmões que compromete principalmente o espaço que separa um alvéolo de outro (interstício pulmonar). Pode ser produzida por uma infecção viral ou lesão causada por radiação ou exposição a diferentes agentes químicos.
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
4 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
5 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
6 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
7 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
8 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
9 Protozoários: Filo do reino animal, de classificação suplantada, que reunia uma grande parcela dos seres unicelulares que possuem organelas celulares envolvidas por membrana. Atualmente, este grupo consiste em muitos e diferentes filos unicelulares incorporados pelo reino protista.
10 Autoimunes: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
11 Intersticial: Relativo a ou situado em interstícios, que são pequenos espaços entre as partes de um todo ou entre duas coisas contíguas (por exemplo, entre moléculas, células, etc.). Na anatomia geral, diz-se de tecido de sustentação localizado nos interstícios de um órgão, especialmente de vasos sanguíneos e tecido conjuntivo.
12 Açúcar: 1. Classe de carboidratos com sabor adocicado, incluindo glicose, frutose e sacarose. 2. Termo usado para se referir à glicemia sangüínea.
13 Alvéolos Pulmonares: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
14 Alvéolos: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
15 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
16 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
17 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
18 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
19 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
20 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
21 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
22 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
23 Espirometria: Exame que permite aferir o fluxo de ar nas vias aéreas ou brônquios, comparando os resultados com os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade e altura. Serve para a investigação de sintomas respiratórios; diagnóstico e avaliação de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou bronquite causada pelo cigarro; incapacidade funcional; avaliação pós-operatória e avaliação e diagnóstico de doenças respiratórias relacionadas ao trabalho. O exame têm duração média de 30 minutos.
24 Broncoscopia: Método de diagnóstico que permite observar através dos brônquios utilizando um dispositivo óptico (fibroendoscópio), obter biópsias e realizar culturas de secreções.
25 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
26 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
27 Alérgeno: Substância capaz de provocar reação alérgica em certos indivíduos.
28 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
29 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
30 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
31 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
32 Insuficiência respiratória: Condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) dentro dos limites da normalidade, para determinada demanda metabólica. Como a definição está relacionada à incapacidade do sistema respiratório em manter níveis adequados de oxigenação e gás carbônico, foram estabelecidos, para sua caracterização, pontos de corte na gasometria arterial: PaO2 50 mmHg.
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