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Obstrução das trompas de Eustáquio

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O que são as trompas de Eustáquio?

As trompas de Eustáquio são dois estreitos canais (um de cada lado), de cerca de um centímetro e meio de comprimento, que estabelecem uma ligação entre o ouvido médio1 e a região superior da garganta2, acima do palato3. Essa estrutura é responsável pela manutenção da pressão do ar no interior do ouvido médio1 e ajuda a drenar o fluido ali produzido. Em casos normais, as trompas de Eustáquio são fechadas e se abrem periodicamente para executar suas funções. No entanto, qualquer obstrução dessas trompas interfere com essas funções e causa vários sintomas4.

Quais são as causas da obstrução das trompas de Eustáquio?

A obstrução das trompas de Eustáquio pode ser causada por diversas razões e resulta em variações de pressão e acúmulo de líquido no ouvido médio1. As causas mais comuns desse bloqueio são infecções5, resfriado comum, alergias, sinusite6 e inflamações7 da garganta2.

Em caso de infecção8, o revestimento interno das trompas de Eustáquio incha, causando obstrução. Outra razão para o entupimento das trompas de Eustáquio é o muco espesso que se acumula durante o frio. As trompas de Eustáquio podem também ser bloqueadas durante atividades como mergulho, natação, voo e caminhadas.

Quais são as principais características clínicas da obstrução das trompas de Eustáquio?

O entupimento das trompas de Eustáquio é geralmente acompanhado de dor de ouvido, inchaço9 e congestão nos ouvidos, dificuldades de ouvir corretamente, febre10 (no caso de infecções5), tonturas11 e zumbido. A condição afeta principalmente crianças pequenas, porque elas têm tubos mais curtos e, por isso, mais sujeitos a entupimentos.

Leia sobre "Otites12", "Dor de garganta2", "Labirintites13" e "Coriza14".

Como o médico trata a obstrução das trompas de Eustáquio?

Na maioria dos casos, não é necessário tratamento porque os sintomas4 desaparecem por si mesmos dentro de alguns dias. No entanto, os casos mais graves requerem atenção médica para evitar complicações. Normalmente, usa-se um descongestionante nasal em spray ou gotas, comprimidos anti-histamínicos e corticoides. Se houver infecção8, os antibióticos também podem ser administrados. Os descongestionantes nasais não devem ser usados por mais de uma semana para não causar uma dependência nasal. Em alguns poucos casos, a cirurgia pode ser necessária para resolver o problema.

Algumas medidas pessoais simples podem resolver o problema. O paciente deve mover sua mandíbula15 para frente e para trás, para um lado e para outro; soprar suavemente com a boca16 e o nariz17 fechados; engolir um líquido enquanto fecha o nariz17; usar compressas quentes sobre o ouvido para aliviar a dor, se houver; fazer aplicação nos ouvidos de óleo aquecido com alho (ação anti-inflamatória, analgésica e antibacteriana).

Dicas a propósito da obstrução das trompas de Eustáquio

  • Se houver fluido, o paciente não deve usar produtos de remoção de cera dos ouvidos, que podem, com mais facilidade, causar infecções5.
  • Com dor de ouvido, o paciente não deve deitar de bruços, que geralmente piora a dor.
  • Em caso de sede, em vez de usar água fria, o paciente deve beber algo quente, como chá, por exemplo, que ajuda a relaxar as trompas e liquefazer o muco contido nelas.
  • A papaína, ingrediente principal do mamão papaia verde, é excelente para dissolver o muco presente no ouvido.
  • Ao dormir, o paciente deve procurar usar um travesseiro extra para elevar a cabeça18, porque isso ajudará a drenar os fluidos e aliviará o desconforto presente ao dormir.
  • Para dores decorrentes da obstrução auditiva, o paciente pode usar analgésicos19, preferentemente por indicação médica.
  • No clima frio, o paciente deve usar um gorro ou chapéu que cubra as orelhas20, a fim de manter os ouvidos e a cabeça18 quentes, porque isso ajuda na drenagem21 do fluido.
  • O paciente não deve usar spray nasal de descongestionantes por mais 5 a 7 dias, ou ele poderá causar mais congestão do que aliviar.
  • O paciente não deve praticar mergulho enquanto houver desnivelamento de pressão nas trompas de Eustáquio, para não agravar o problema.
Veja também sobre "Sinusite6 odontogênica", "Tipos de sinusite6" e "Nariz17 entupido - o que fazer".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic, do MedlinePlus e do National Institutes of Health.

 

 

ABCMED, 2020. Obstrução das trompas de Eustáquio. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1382183/obstrucao-das-trompas-de-eustaquio.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Ouvido médio: Atualmente denominado orelha média, é constituído pela membrana timpânica, cavidade timpânica, células mastoides, antro mastoide e tuba auditiva. Separa-se da orelha externa através da membrana timpânica e se comunica com a orelha interna através das janelas oval e redonda.
2 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
3 Palato: Estrutura que forma o teto da boca. Consiste em palato duro anterior (PALATO DURO) e de palato mole posterior (PALATO MOLE).
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
6 Sinusite: Infecção aguda ou crônica dos seios paranasais. Podem complicar o curso normal de um resfriado comum, acompanhando-se de febre e dor retro-ocular.
7 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
8 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
9 Inchaço: Inchação, edema.
10 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
11 Tonturas: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
12 Otites: Toda infecção do ouvido é chamada de otite.
13 Labirintites: Doença que pode acometer tanto o equilíbrio, quanto a parte auditiva. Os órgãos responsáveis pelo equilíbrio e pela audição estão situados no ouvido interno e se comunicam com o sistema nervoso central através dos nervos da audição e do nervo vestibular. Doenças infecciosas, inflamatórias, tumorais e alterações genéticas podem ocasionar alterações nessas estruturas anatômicas. Além da vertigem, a labirintite pode apresentar manifestações neurovegetativas - náuseas, vômitos, sudorese e alterações gastrintestinais como também estar associada a manifestações auditivas - perda de audição, sensação de ouvido cheio ou tapado e zumbido.
14 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
15 Mandíbula: O maior (e o mais forte) osso da FACE; constitui o maxilar inferior, que sustenta os dentes inferiores. Sinônimos: Forame Mandibular; Forame Mentoniano; Sulco Miloióideo; Maxilar Inferior
16 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
17 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
18 Cabeça:
19 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
20 Orelhas: Sistema auditivo e de equilíbrio do corpo. Consiste em três partes
21 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
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