Encefalopatia de Hashimoto
O que é a encefalopatia1 de Hashimoto?
Encefalopatia1 de Hashimoto é um termo usado para descrever uma encefalopatia1 rara, de origem presumidamente autoimune2, associada à tireoidite de Hashimoto. Embora haja algum debate sobre a adequação deste termo, ele continua sendo o mais usado para descrever esta síndrome3. Alguns autores chegaram a sugerir que a doença deveria ser renomeada como "encefalopatia1 responsiva a esteroides associada à tireoidite autoimune2" ou “meningoencefalite autoimune2 não vasculítica” ou “encefalopatia associada à doença autoimune2 da tireoide”, para melhor refletir a compreensão atual desta condição. No entanto, por enquanto, a denominação antiga, fixada pela tradição, continua prevalecendo. Essa condição foi originalmente descrita em 1966, mas permanece ainda uma desordem um tanto controversa.
Saiba mais sobre "Tireoidite de Hashimoto", "Hipotireoidismo4" e "Hipertireoidismo5".
Quais são as causas da encefalopatia1 de Hashimoto?
Apesar da ligação à doença autoimune2 da tireoide6, a etiologia7 da encefalopatia1 de Hashimoto ainda é discutida. É provável que os anticorpos8 antitireoidianos não sejam os agentes patogênicos exclusivos. Acredita-se que a encefalopatia1 de Hashimoto seja um transtorno imunomediado, em vez de representar o efeito direto de um estado alterado da tireoide6, no sistema nervoso central9.
Qual é o mecanismo fisiopatológico da encefalopatia1 de Hashimoto?
O mecanismo fisiopatológico da encefalopatia1 de Hashimoto ainda é desconhecido. A doença não parece estar diretamente relacionada ao hipo ou hipertireoidismo5, já que a maioria dos pacientes é eutireoidiana. No entanto, um efeito tóxico do aumento do hormônio10 liberador de hormônio10 tireoideano parece ter alguma efetividade causal, já que alguns pacientes parecem melhorar com a suplementação11 tireoidiana, que diminui aquele hormônio10, apesar dos pacientes serem eutireoidianos.
Os achados patológicos podem sugerir que a encefalopatia1 de Hashimoto seja um processo inflamatório, mas as características de uma vasculite12 grave frequentemente estão ausentes. As ligações entre os quadros clínicos da encefalopatia1, doenças da tireoide6, padrão de autoanticorpos e patologia13 cerebral aguardam esclarecimentos adicionais através de pesquisas. Pode ser que a encefalopatia1 de Hashimoto seja incluída em um grupo de meningoencefalopatias inflamatórias autoimunes14 não vasculíticas.
Quais são as principais características clínicas da encefalopatia1 de Hashimoto?
De maneira semelhante à doença autoimune2 da tireoide6, a encefalopatia1 de Hashimoto é mais comum em mulheres do que em homens. Tem sido relatada em populações pediátricas, adultas e idosas em todo o mundo. A encefalopatia1 de Hashimoto é mais frequentemente caracterizada por um início subagudo15 de confusão com alteração do nível de consciência, convulsões e mioclonias.
A apresentação clínica pode envolver um curso recidivante16 e remitente e incluir convulsões, episódios de acidente vascular cerebral17, declínio cognitivo18, sintomas19 neuropsiquiátricos e mioclonia20.
Entre os sintomas19 mais comuns estão mudanças de personalidade, agressão, comportamento delirante, problemas de concentração e memória, desorientação, dores de cabeça21, mioclonias, falta de coordenação motora (ataxia22), paralisias, psicose23, convulsões, anormalidades do sono, problemas de fala, estado epiléptico e tremores.
Leia sobre "Convulsões", "Acidente vascular cerebral17", "Perda de memória", "Ataxia22" e "Psicoses".
Como o médico diagnostica a encefalopatia1 de Hashimoto?
O diagnóstico24 da encefalopatia1 de Hashimoto implica, em primeira instância, em excluir outras causas de encefalopatia1 por meio de neuroimagem e exame do líquido céfalo-raquidiano. Os achados de neuroimagem em nada ajudam para firmar o diagnóstico24 de encefalopatia1 de Hashimoto, mas colaboram para a exclusão de algumas outras formas de encefalopatias25. Os diagnósticos diferenciais comuns devem ser feitos com a doença de Creutzfeldt-Jakob, as demências rapidamente progressivas e a encefalite26 límbica.
Os títulos elevados de anticorpos8 antitireoidianos são indicadores diagnósticos importantes da encefalopatia1 de Hashimoto. No entanto, títulos elevados destes anticorpos8 podem ser detectados também na população geral saudável. É provável que os títulos de anticorpos8 antitireoidianos sejam um bom marcador de resposta ao tratamento.
Como o médico trata a encefalopatia1 de Hashimoto?
O tratamento para a tireoidite de Hashimoto consiste em seguir uma dieta autoimune2, eliminar o estresse e melhorar o sono. A encefalopatia1 de Hashimoto responde bem ao tratamento com corticosteroides, embora a recaída possa ocorrer se esse tratamento for interrompido abruptamente. A imunoglobulina27 intravenosa e a troca de plasma28 podem ser eficazes.
Como evolui a encefalopatia1 de Hashimoto?
Acreditava-se que cerca de 90% dos casos permaneciam em remissão após a descontinuação do tratamento. No entanto, isso está em desacordo com estudos mais recentes que sugerem que a recidiva29 ocorre após o tratamento inicial com altas doses de esteroides. Se não for tratada, esta condição pode resultar em coma30 e morte.
Veja também sobre "Punção lombar", "Demências", "Corticoides", "Meningites31", "Tumores cerebrais" e "Encefalites32".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.