Gostou do artigo? Compartilhe!

Esofagite erosiva - o que sente uma pessoa com esofagite? O que ela deve fazer?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é esofagite1 erosiva?

A esofagite1 erosiva é uma inflamação2 aguda ou crônica da mucosa3 do esôfago4, órgão do aparelho digestivo5 responsável pelo transporte dos alimentos entre a faringe6 e o estômago7. Existem diferentes tipos de esofagite1 erosiva: (1) esofagite1 infecciosa, (2) esofagite1 de refluxo, (3) esofagite1 medicamentosa, (4) esofagite1 eosinofílica e (5) esofagite1 estenótica.

Saiba mais sobre "Esofagite1" e "Refluxo gastroesofágico8".

Quais são as causas da esofagite1 erosiva?

Há várias causas de esofagite1 erosiva: infecção9 por bactérias, vírus10 ou fungos; refluxo ácido do estômago7 para o esôfago4, quando a válvula localizada entre os dois órgãos não funciona adequadamente; certos remédios que são consumidos por via oral, os quais podem acabar ocasionando problemas na parede do esôfago4 se tiverem um contato mais demorado com ela; acúmulo de agentes eosinófilos11 no esôfago4 e ingestão de substâncias cáusticas ou ácidas, que podem provocar redução do diâmetro interno do esôfago4.

Os principais fatores de risco associados ao surgimento da esofagite1 erosiva são obesidade12, gravidez13, ingestão acidental ou voluntária de produtos cáusticos, vômitos14 excessivos, consumo de álcool e cigarro, cirurgia ou radiação na área do peito15 e pescoço16 e uso prolongado de medicamentos, como os corticoides e anti-inflamatórios.

Leia sobre "Obesidade12", "Parar de fumar", "Alcoolismo" e "Corticoides".

Qual é o mecanismo fisiológico17 da esofagite1 erosiva?

A inflamação2 da (1) esofagite1 infecciosa, causada por bactérias, vírus10, fungos ou parasitas, é mais frequente se o sistema imunológico18 estiver enfraquecido devido a doenças ou medicamentos.

Na (2) esofagite1 de refluxo, o tipo mais comum das esofagites, a inflamação2 acontece porque o conteúdo ácido do estômago7 invade o esôfago4, cuja mucosa3 não está preparada para receber esse conteúdo.

A (3) esofagite1 por medicamentos ocorre quando determinados remédios irritantes são tomados com uma quantidade muito pequena de água e ficam parados no esôfago4 por muito tempo.

Na (4) esofagite1 eosinofílica há um acúmulo de glóbulos brancos no esôfago4 devido a uma reação exagerada do organismo a um alérgeno19.

A (5) esofagite1 estenosante deve-se a um estreitamento do esôfago4 causada por tecido20 cicatricial secundário, por exemplo, pelo uso prolongado de sondas nasogástricas, ingestão de substâncias corrosivas ou ácidas, lesões21 causadas por endoscópios, tratamento de varizes22 esofágicas, radioterapia23 do tórax24 ou pescoço16, etc.

Quais são as principais características clínicas da esofagite1 erosiva?

Os sintomas25 da esofagite1 erosiva variam conforme o tipo e a intensidade da condição. Os mais comuns são azia26 ou queimação ao longo do esôfago4, dor de garganta27, regurgitação28, problemas para engolir, gosto amargo na boca29, mau hálito, tosse seca, rouquidão e dor de garganta27.

Como o médico diagnostica a esofagite1 erosiva?

O diagnóstico30 de esofagite1 erosiva é feito através da história médica e exame físico do paciente, da endoscopia31 digestiva e da pHmetria esofágica (medida do nível de acidez do esôfago4). Além disso, podem ser realizados outros testes de laboratório, testes alérgicos e radiografia contrastada com bário.

Veja mais sobre "pHmetria esofágica", "Endoscopia31 digestiva alta", "Varizes22 esofágicas" e "Azia26".

Como o médico trata a esofagite1 erosiva?

O tratamento e as perspectivas de evolução dependem da causa exata da doença. De um modo geral, o tratamento da esofagite1 erosiva consta da administração de medicamentos (antivirais, antifúngicos, analgésicos32, esteroides, inibidores da bomba de prótons) e da mudança de hábitos, que ajudam a aliviar os sintomas25. Em algumas raras situações pode ser necessário uma cirurgia.

Como evolui em geral a esofagite1 erosiva?

A maioria das pessoas saudáveis apresenta melhora em poucos dias. Em pessoas com comprometimento do sistema imunológico18 ou infecção9, a recuperação pode levar mais tempo. Se não for tratada adequadamente, a esofagite1 pode provocar o desenvolvimento de úlceras33 ou até mesmo um estreitamento grave do esôfago4.

Como prevenir a esofagite1 erosiva?

A esofagite1 erosiva pode ser prevenida com uma simples mudança de hábitos, como reduzir o consumo de refrigerantes, bebidas alcóolicas e bebidas gaseificadas, não deitar logo após uma refeição, não comer demais, entre outros cuidados.

Quais são as complicações possíveis da esofagite1 erosiva?

Se não for tratada, a esofagite1 erosiva pode causar complicações graves como estenose34, orifícios ou úlceras33 no esôfago4 e até mesmo câncer35.

Leia também sobre "Hérnia36 de hiato", "Câncer35 de esôfago4", "Gastrite37" e "Esôfago4 de Barret".

 

ABCMED, 2017. Esofagite erosiva - o que sente uma pessoa com esofagite? O que ela deve fazer?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1304178/esofagite-erosiva-o-que-sente-uma-pessoa-com-esofagite-o-que-ela-deve-fazer.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Esofagite: Inflamação da mucosa esofágica. Pode ser produzida pelo refluxo do conteúdo ácido estomacal (esofagite de refluxo), por ingestão acidental ou intencional de uma substância tóxica (esofagite cáustica), etc.
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
4 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
5 Aparelho digestivo: O aparelho digestivo ou digestório realiza a digestão, processo que transforma os alimentos em substâncias passíveis de serem absorvidas pelo organismo. Os materiais não absorvidos são eliminados por este sistema. Ele é composto pelo tubo digestivo e por glândulas anexas.
6 Faringe: Canal músculo-membranoso comum aos sistemas digestivo e respiratório. Comunica-se com a boca e com as fossas nasais. É dividida em três partes: faringe superior (nasofaringe ou rinofaringe), faringe bucal (orofaringe) e faringe inferior (hipofaringe, laringofaringe ou faringe esofagiana), sendo um órgão indispensável para a circulação do ar e dos alimentos.
7 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
8 Refluxo gastroesofágico: Presença de conteúdo ácido proveniente do estômago na luz esofágica. Como o dito órgão não está adaptado fisiologicamente para suportar a acidez do suco gástrico, pode ser produzida inflamação de sua mucosa (esofagite).
9 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
10 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
11 Eosinófilos: Eosinófilos ou granulócitos eosinófilos são células sanguíneas responsáveis pela defesa do organismo contra parasitas e agentes infecciosos. Também participam de processos inflamatórios em doenças alérgicas e asma.
12 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
13 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
14 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
15 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
16 Pescoço:
17 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
18 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
19 Alérgeno: Substância capaz de provocar reação alérgica em certos indivíduos.
20 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
21 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
22 Varizes: Dilatação anormal de uma veia. Podem ser dolorosas ou causar problemas estéticos quando são superficiais como nas pernas. Podem também ser sede de trombose, devido à estase sangüínea.
23 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
24 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
25 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
26 Azia: Pirose. Sensação de dor epigástrica semelhante a uma queimadura, geralmente acompanhada de regurgitação de suco gástrico para dentro do esôfago.
27 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
28 Regurgitação: Presença de conteúdo gástrico na cavidade oral, na ausência do reflexo de vômito. É muito freqüente em lactentes.
29 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
30 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
31 Endoscopia: Método no qual se visualiza o interior de órgãos e cavidades corporais por meio de um instrumento óptico iluminado.
32 Analgésicos: Grupo de medicamentos usados para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem os antiinflamatórios não-esteróides (AINE), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
33 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
34 Estenose: Estreitamento patológico de um conduto, canal ou orifício.
35 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
36 Hérnia: É uma massa circunscrita formada por um órgão (ou parte de um órgão) que sai por um orifício, natural ou acidental, da cavidade que o contém. Por extensão de sentido, excrescência, saliência.
37 Gastrite: Inflamação aguda ou crônica da mucosa do estômago. Manifesta-se por dor na região superior do abdome, acidez, ardor, náuseas, vômitos, etc. Pode ser produzida por infecções, consumo de medicamentos (aspirina), estresse, etc.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.