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Cirurgia refrativa - conheça mais sobre esse tipo de cirurgia ocular

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O que é cirurgia refrativa?

Cirurgias refrativas são todas as cirurgias oculares feitas com o objetivo de melhorar o estado refracional do olho1 e a focalização das imagens. Tipicamente, essas cirurgias são realizadas para reduzir ou eliminar a necessidade de correção visual pelo uso de óculos ou lentes de contato.

Existem vários procedimentos cirúrgicos para corrigir ou ajustar a capacidade de foco do olho1, remodelando a córnea2, uma cúpula redonda e transparente na frente do olho1. Em geral, essas cirurgias visam corrigir a miopia3, a hipermetropia4, o astigmatismo5 e a presbiopia6. Em seu emprego como terapêutica7, ela é usada para tratar doenças da córnea2, como, por exemplo, o ceratocone.

Qual é o substrato fisiológico8 dos distúrbios refrativos?

A visão9 nítida é resultado da focalização das imagens sobre a retina10, tão logo passem através dos meios transparentes do olho1, ou seja, a córnea2, o humor aquoso11, o cristalino12 e o humor vítreo13, transformando-se em impulso nervoso ao chegar à retina10, que é, então, transmitido ao cérebro14. A focalização é feita por essas estruturas. Se a imagem não for focalizada sobre a retina10 por uma alteração mecânica de alguma dessas estruturas, a visão9 não será nítida, estabelecendo-se diferentes erros de refração.

Leia também sobre "Transplante de córnea2", "Alergia15 ocular", "Catarata16" e "Glaucoma17".

Por que fazer uma cirurgia refrativa?

A pessoa portadora de algum distúrbio de refração tem a visão9 diminuída, desconforto ocular e dores de cabeça18, além de lacrimejamento e ardor19 nos olhos20. Não existe um método único aceito de modo geral como sendo o melhor para corrigir erros de refração. A melhor opção para cada pessoa deve ser decidida após um exame minucioso e discussão com o oftalmologista21. O uso de óculos ou lentes de contato normalmente é suficiente para fazer desaparecer os sintomas22, mas a cirurgia refrativa pode ser uma boa opção para quem está livre de doenças oculares, tem um erro refrativo apropriado para esse procedimento e deseja diminuir sua dependência de óculos ou lentes de contato, e aceita os riscos inerentes e possíveis efeitos do procedimento.

Quais são as características das cirurgias refrativas?

As modernas cirurgias refrativas por laser correspondem às mais importantes contribuições da oftalmologia nos últimos tempos, inclusive para remodelar a curvatura da córnea2. O laser pode também ser usado em várias partes do olho1 e tem ajudado a tratar diversas doenças oculares.

A cirurgia é indicada para pessoas a partir dos 18 anos, quando é esperada a estabilização do grau de visão9. Mesmo assim, após os 40 anos de idade deve-se considerar a possibilidade do uso de óculos para leitura, mesmo nas pessoas operadas. A cirurgia em báscula (um olho1 para longe e outro para perto), possibilita menor dependência de qualquer correção por lentes.

Na avaliação pré-operatória, além da consulta oftalmológica normal, devem ser realizados alguns exames complementares mais específicos para afastar a possibilidade de haver alterações ou degenerações oculares que contraindiquem a cirurgia.

Para pessoas com miopia3, em que as imagens ficam focadas na frente da retina10, a cirurgia as “empurra” para mais perto ou as localiza precisamente diretamente sobre a retina10. Nas pessoas com hipermetropia4, em que as imagens são focadas além da retina10, elas serão “puxadas” para mais perto ou focalizadas diretamente sobre a retina10. O astigmatismo5 pode ser corrigido com técnicas de cirurgia refrativa para que as imagens sejam focalizadas claramente na retina10 e não com as distorções devidas à dispersão da luz através de uma córnea2 de formato imperfeito.

Pesquisas da Universidade Médica da Carolina do Sul mostraram que a taxa geral de satisfação dos pacientes depois da cirurgia primária para miopia3 e hipermetropia4 é superior a 95%.

Quais são as contraindicações das cirurgias refrativas?

A cirurgia refrativa não é recomendada para todas as pessoas. Aquelas com certos tipos de doenças oculares envolvendo a córnea2 ou a retina10, em especial as doenças infecciosas em atividade (conjuntivite23, blefarite24, ceratite, úlcera25 de córnea2, etc.), mulheres grávidas e pacientes com glaucoma17, diabetes26 e doenças vasculares27 não controladas ou doenças autoimunes28 não são bons candidatos a essa cirurgia.

A existência do ceratocone também é uma contraindicação à cirurgia refrativa. Quando o ceratocone ocorre depois de uma cirurgia refrativa, é chamado de ectasia corneana (distensão da córnea2). Acredita-se que o afinamento adicional da córnea2 causado pela cirurgia refrativa possa contribuir para o surgimento ou avanço da doença e possa levar à necessidade de um transplante de córnea2.

Ademais, a forma dos olhos20 de algumas pessoas pode não permitir cirurgias refrativas efetivas sem que se removam as quantidades excessivas de tecido29 da córnea2.

Quais são os riscos das cirurgias refrativas?

Apesar do risco de complicações estar diminuindo se comparado às primeiras cirurgias refrativas, ainda há uma pequena chance de ocorrerem sérios problemas, como imagens fantasmas (percepção de imagens que não existem); halos ou efeito auréola (ver auréolas de luz em torno dos objetos); visão9 de pontos luminosos, como se fossem estrelas; visão9 dupla ou múltipla e síndrome30 do olho1 seco.

Veja mais sobre "Síndrome30 de Sjogren", "Lentes de contato" e "Vista embaçada".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites do Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro e da American Academy of Ophtalmology.

ABCMED, 2020. Cirurgia refrativa - conheça mais sobre esse tipo de cirurgia ocular. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/1383708/cirurgia-refrativa-conheca-mais-sobre-esse-tipo-de-cirurgia-ocular.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
2 Córnea: Membrana fibrosa e transparente presa à esclera, constituindo a parte anterior do olho.
3 Miopia: Incapacidade para ver de forma clara objetos que se encontram distantes do olho.Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais, e mais recentemente com o uso de cirurgia a laser.
4 Hipermetropia: Transtorno ocular em que existe uma dificuldade para ver objetos de perto. Origina-se de uma alteração dos meios de refração do olho, alteração esta que pode ser corrigida com o uso de lentes especiais e, mais recentemente, com o uso de cirurgia a laser.
5 Astigmatismo: Defeito de curvatura nas superfícies de refração do olho que produz transtornos de acuidade visual.
6 Presbiopia: Alteração da visão associada ao envelhecimento. Neste distúrbio existe uma maior rigidez do cristalino (órgão do olho que é responsável pela acomodação visual, ou seja, a propriedade que nos permite enxergar objetos próximos e distantes), que produz dificuldade para ver objetos próximos.
7 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
8 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
9 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
10 Retina: Parte do olho responsável pela formação de imagens. É como uma tela onde se projetam as imagens: retém as imagens e as traduz para o cérebro através de impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico. Possui duas partes: a retina periférica e a mácula.
11 Humor aquoso: Fluido aquosa e claro que preenche as câmaras anterior e posterior do olho. Apresenta um índice de refração menor que o cristalino, o qual está envolvido pelo humor aquoso, e está relacionado com o metabolismo da córnea e do cristalino.
12 Cristalino: 1. Lente gelatinosa, elástica e convergente que focaliza a luz que entra no olho, formando imagens na retina. A distância focal do cristalino é modificada pelo movimento dos músculos ciliares, permitindo ajustar a visão para objetos próximos ou distantes. Isso se chama de acomodação do olho à distância do objeto. 2. Diz-se do grupo de cristais cujos eixos cristalográficos são iguais nas suas relações angulares gerais constantes 3. Diz-se de rocha constituída quase que totalmente por cristais ou fragmentos de cristais 4. Diz-se do que permite que passem os raios de luz e em consequência que se veja através dele; transparente. 5. Límpido, claro como o cristal.
13 Humor vítreo: É uma substância gelatinosa e viscosa, formada por substância amorfa semilíquida, fibras e células. Faz parte do corpo vítreo do olho. Está situado entre o cristalino e a retina.
14 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
15 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
16 Catarata: Opacificação das lentes dos olhos (opacificação do cristalino).
17 Glaucoma: É quando há aumento da pressão intra-ocular e danos ao nervo óptico decorrentes desse aumento de pressão. Esses danos se expressam no exame de fundo de olho e por alterações no campo de visão.
18 Cabeça:
19 Ardor: 1. Calor forte, intenso. 2. Mesmo que ardência. 3. Qualidade daquilo que fulge, que brilha. 4. Amor intenso, desejo concupiscente, paixão.
20 Olhos:
21 Oftalmologista: Médico especializado em diagnosticar e tratar as doenças que acometem os olhos. Podem prescrever óculos de grau e lentes de contato.
22 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
23 Conjuntivite: Inflamação da conjuntiva ocular. Pode ser produzida por alergias, infecções virais, bacterianas, etc. Produz vermelhidão ocular, aumento da secreção e ardor.
24 Blefarite: Inflamação do bordo externo das pálpebras ou pestanas. Também conhecida como palpebrite, sapiranga, sapiroca ou tarsite.
25 Úlcera: Ferida superficial em tecido cutâneo ou mucoso que pode ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
26 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
27 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
28 Autoimunes: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
29 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
30 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
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