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Pálpebras inchadas? Pode ser dermatocalaze!

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O que é dermatocalaze?

Dermatocalaze, ou blefarocalaze, é o excesso de crescimento das pregas palpebrais, tanto superiores quanto inferiores, muitas vezes preenchidas com gordura1, formando bolsas de tecido gorduroso2. Está frequentemente relacionada ao processo de envelhecimento, apesar de poder acometer também indivíduos relativamente jovens.

Há quem faça diferença entre dermatocalaze e blefarocalaze, e considere que a dermatocalaze é o simples excesso de pele3 nas pálpebras4, sem demais sintomas5, e a blefarocalaze é caracterizada por edema6 crônico7 das pálpebras4.

Quais são as causas da dermatocalaze?

Com o envelhecimento e a exposição a fatores externos como o sol, principalmente, a pele3 palpebral perde sua elasticidade8, tornando-se flácida e com possíveis preenchimentos de gordura1. Além da idade, há o fator genético, em razão do qual mesmo as pessoas ainda jovens podem apresentar dermatocalaze significante. Mas é certo que havendo ou não um fator genético, a dermatocalaze sempre piora com o passar do tempo.

Leia sobre "Ptose9 palpebral", "Calázio", "Terçol ou hordéolo" e "Blefarite10".

Quais são as características clínicas da dermatocalaze?

Nas pessoas geneticamente predispostas é possível que a dermatocalaze ocorra já a partir dos 35 anos, ou ainda mais cedo. A exposição excessiva ao sol também pode ser uma das causas precipitantes, daí a importância de se controlar o tempo sob a luz solar.

Na dermatocalaze, as pálpebras4 podem apresentar inchaço11, principalmente pela manhã, sensação de peso ao ler, acúmulo de lágrima no canto externo do olho12 e diminuição do campo de visão13 periférico. Outros sintomas5 mais podem ser pálpebras4 “pesadas”, com dificuldade de movimentação e desconforto na região palpebral. Na dermatocalaze, a expressividade do olhar, que normalmente comunica muitos sentimentos e é uma das características mais marcantes do semblante, é perdida em grande medida. A enfermidade também provoca sintomas5 estéticos, ao transparecer um aspecto cansado e envelhecido.

Como o médico diagnostica a dermatocalaze?

O diagnóstico14 é feito pela observação direta das pálpebras4. O aspecto que elas assumem é inconfundível. O paciente pode ter também algumas queixas relativas aos sintomas5, as quais, no entanto, são muito leves.

Como o médico trata a dermatocalaze?

A blefaroplastia15, uma cirurgia plástica das pálpebras4, é indicada para remover a flacidez das pálpebras4 superiores e inferiores, removendo também o excesso de pele3 e as bolsas de gordura1, para que possa ser resgatado o aspecto original das pálpebras4. O especialista com formação em plástica ocular terá a preocupação tanto estética como funcional, já que alterações na abertura palpebral ou no tônus das pálpebras4 podem influenciar no resultado de uma blefaroplastia15 tanto quanto a consideração estética. Nos casos onde há proeminência da bolsa de gordura1 sem o excesso de pele3 palpebral inferior, pode-se ter abordagem transconjuntival, ou seja, por dentro das pálpebras4, sem cicatriz16 na pele3.

Como evolui a cirurgia para corrigir a dermatocalaze?

A cirurgia para corrigir a dermatocalaze é realizada com anestesia17 local e sedação18 e tem duração de aproximadamente 45 minutos. O especialista em plástica ocular procura deixar cicatrizes19 muito pouco visíveis. Normalmente, a cicatriz16 fica escondida no sulco palpebral, uma linha natural já existente, tornando-se assim quase imperceptível.

Quais são as complicações possíveis com a cirurgia para corrigir a dermatocalaze?

Após a cirurgia pode haver um inchaço11 e um hematoma20 locais, principalmente na primeira semana. O inchaço11 diminui progressivamente e o hematoma20 tende a se espalhar, ficar amarelado e ser reabsorvido pelo próprio corpo. Algumas medidas aliviadoras orientadas são: o uso de compressas geladas, evitar exposição solar e usar as medicações prescritas. Geralmente após 7 dias o paciente submetido à blefaroplastia15 pode retornar às suas atividades de rotina, embora o resultado estético definitivo demore mais algumas semanas.

Veja também sobre "Rugas - por que aparecem e como evitar", "Bronzeamento natural ou solar da pele3", "Protetor solar ou filtro solar" e "Cuidados com a pele3".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites do Hospital de Olhos Beira Rio, do Hospital de Olhos de Governador Valadares e da Revista Brasileira de Cirurgia Plástica.

ABCMED, 2020. Pálpebras inchadas? Pode ser dermatocalaze!. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/1378193/palpebras-inchadas-pode-ser-dermatocalaze.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
2 Tecido Gorduroso: Tecido conjuntivo especializado composto por células gordurosas (ADIPÓCITOS). É o local de armazenamento de GORDURAS, geralmente na forma de TRIGLICERÍDEOS. Em mamíferos, existem dois tipos de tecido adiposo, a GORDURA BRANCA e a GORDURA MARROM. Suas distribuições relativas variam em diferentes espécies sendo que a maioria do tecido adiposo compreende o do tipo branco.
3 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
4 Pálpebras:
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
7 Crônico: Descreve algo que existe por longo período de tempo. O oposto de agudo.
8 Elasticidade: 1. Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e retornar parcial ou totalmente à forma original. 2. Flexibilidade, agilidade física. 3. Ausência de senso moral.
9 Ptose: Literalmente significa “queda” e aplica-se em distintas situações para significar uma localização inferior de um órgão ou parte dele (ptose renal, ptose palpebral, etc.).
10 Blefarite: Inflamação do bordo externo das pálpebras ou pestanas. Também conhecida como palpebrite, sapiranga, sapiroca ou tarsite.
11 Inchaço: Inchação, edema.
12 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
13 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
14 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
15 Blefaroplastia: Cirurgia plástica ou estética para corrigir as deformidades causadas pelo excesso de pele e de bolsas de gordura nas pálpebras superiores e/ou inferiores.
16 Cicatriz: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
17 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
18 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
19 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
20 Hematoma: Acúmulo de sangue em um órgão ou tecido após uma hemorragia.
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