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Fadiga ocular – ela está relacionada ao uso de telas?

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O que é fadiga1 ocular?

A fadiga1 ocular ou vista cansada e, em termos médicos, astenopia, é atualmente considerada como um dos grandes males da humanidade. Por mais que não seja considerada como doença — embora possa também ser originada por algumas doenças dos olhos2 — ela pode acarretar diversos problemas no organismo, prejudicando, assim, a qualidade de vida da pessoa.

Às vezes, a fadiga1 ocular é um sinal3 de uma doença ocular subjacente que pode necessitar de tratamento médico. A expressão “vista cansada” também é, por vezes, utilizada para designar presbiopia4, que é a alteração visual provocada pelo envelhecimento.

Qual é a causa da fadiga1 ocular?

A fadiga1 ocular pode ser ocasionada pelo uso excessivo dos olhos2, pelo estresse, e atinge cerca de 50% a 90% da população que trabalha com o computador. O uso de telas digitais representa hoje uma das causas mais importantes de fadiga1 ocular. Cerca de 70% dos adultos nos Estados Unidos refere ter sintomas5 de fadiga1 visual digital, principalmente nas pessoas entre 20 e 30 anos. Não se tem estudos similares no Brasil, mas os índices não parecem ser muito diferentes.

Qual é o substrato fisiológico6 da fadiga1 ocular?

A fadiga1 ocular ocorre quando uma atividade exige muito da visão7, como dirigir, ler ou se expor durante horas seguidas diante de dispositivos digitais. Como os olhos2 não são feitos para fixar um único ponto durante longos períodos, eles se cansam e, através de ajustes imperceptíveis, nomeados de microflutuações, um músculo interno do olho8 se adapta para obter o foco e, a partir disso, ele sofre fadiga1 (se “cansa”).

Leia sobre "Presbiopia4 ou vista cansada", "SBP - manual de orientação #MENOS TELAS #MAIS SAÚDE9" e "Dor de cabeça10 - quando se preocupar".

A visão7 e o computador

Os computadores e os demais dispositivos digitais trouxeram novas exigências sobre a visão7. Embora ainda não seja possível conhecer os efeitos disso sobre os olhos2 no longo prazo, alguns estudos têm mostrado o que já é possível saber.

Estima-se que cerca de 30% dos adultos usam o computador ou algum outro dispositivo digital mais de nove horas por dia. Em crianças, um número igualmente grande usa dispositivos digitais por três ou mais horas por dia. Alguns pais nem sequer limitam o tempo que os seus filhos passam em frente a uma tela.

A fadiga1 ocular ocasionada pelo computador é conhecida como “síndrome da visão7 do computador” e afeta entre 50% a 90% dos trabalhadores que utilizam o computador. O problema tem tendência a aumentar à medida que cada vez mais pessoas usam o computador, o telefone celular e outros dispositivos digitais portáteis como atividades de lazer também.

A investigação mostra que as pessoas utilizam os dispositivos digitais mais perto dos seus olhos2 do que os livros e jornais e isso provoca um maior cansaço nos olhos2. Por outro lado, a utilização do computador e dos outros dispositivos digitais também pode estar ligada à vista cansada, por causa da tendência de pestanejar com menor frequência quando se olha para uma tela de computador ou de outro dispositivo digital.

Pestanejar é muito importante, porque o pestanejar umedece os olhos2 e evita a secura e irritação dos olhos2. Normalmente, as pessoas costumam pestanejar cerca de 18 vezes por minuto para “espalhar” as lágrimas pelos olhos2, umedecendo-os. Mas os estudos de investigação sugerem que as pessoas só pestanejam cerca de metade das vezes ao usar um computador ou outro dispositivo digital, resultando numa menor lubrificação e, consequentemente, em olhos2 secos, cansados, avermelhados e com ardor11.

Além de piscar com menor frequência, muitas das piscadelas efetuadas durante o trabalho de computador são apenas encerramentos parciais. Assim, as lágrimas que revestem o olho8 evaporam mais rapidamente e causa olhos2 secos. Além disso, em muitos ambientes o ar é ressecado pelo uso de ar condicionado, o que pode aumentar a rapidez com que as lágrimas evaporam.

Quais são as características clínicas da fadiga1 ocular?

A fadiga1 ocular é uma condição bastante comum, que diminui substancialmente a qualidade de vida da pessoa. É caracterizada principalmente por cansaço constante, dores de cabeça10visão7 turva, olhos2 vermelhos e inchados, visão7 dupla, mudanças da acuidade visual12 e desconforto. Sintomas5 como tonturas13 e outros distúrbios são menos frequentes, mas também possíveis.

Como aliviar a fadiga1 ocular?

Algumas providências simples que podem aliviar a fadiga1 ocular são:

  1. Fazer um exame oftalmológico abrangente. Diga ao seu oftalmologista14 com que frequência você usa o computador e outros dispositivos digitais e a que distância seus olhos2 ficam da tela.
  2. Usar iluminação adequada. A fadiga1 ocular geralmente é causada por luz excessivamente brilhante. Quando se usa um computador, a iluminação ambiente deve ser cerca de metade do brilho encontrado na maioria dos ambientes.
  3. Minimizar o brilho da luz refletida nas paredes e superfícies acabadas, bem como os reflexos na tela do computador.
  4. Atualizar seu monitor tipo tubo trocando-o por uma tela plana com uma superfície antirreflexo.
  5. Ajustar as configurações de exibição do computador, visando principalmente o brilho, o tamanho e contraste do texto e temperatura da cor.
  6. Piscar os olhos2 com mais frequência para conservá-los úmidos.
  7. Exercitar os olhos2, evitando manter fixo um mesmo foco durante muitp tempo.
  8. Fazer pausas frequentes, pelo menos uma pausa de 10 minutos a cada hora.
  9. Modificar a forma de trabalhar: ilumine corretamente a página a ser copiada, adote uma postura mais correta, posicione a tela do computador de maneira que fique entre 50 e 60 centímetros dos seus olhos2 e que o centro da tela fique entre 10 e 15 graus abaixo dos olhos2 para um posicionamento confortável da cabeça10 e do pescoço15.
  10. Considerar o uso de óculos adequados para computador.
Veja também sobre "Criança com dor de cabeça10: o que pode desencadear a dor", "Mitos e verdades sobre dor de cabeça10" e "Enxaqueca16".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic e da American Academy of Ophthalmology.

ABCMED, 2020. Fadiga ocular – ela está relacionada ao uso de telas?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/1368938/fadiga-ocular-ela-esta-relacionada-ao-uso-de-telas.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Fadiga: 1. Sensação de enfraquecimento resultante de esforço físico. 2. Trabalho cansativo. 3. Redução gradual da resistência de um material ou da sensibilidade de um equipamento devido ao uso continuado.
2 Olhos:
3 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
4 Presbiopia: Alteração da visão associada ao envelhecimento. Neste distúrbio existe uma maior rigidez do cristalino (órgão do olho que é responsável pela acomodação visual, ou seja, a propriedade que nos permite enxergar objetos próximos e distantes), que produz dificuldade para ver objetos próximos.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
7 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
8 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
9 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
10 Cabeça:
11 Ardor: 1. Calor forte, intenso. 2. Mesmo que ardência. 3. Qualidade daquilo que fulge, que brilha. 4. Amor intenso, desejo concupiscente, paixão.
12 Acuidade visual: Grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.
13 Tonturas: O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
14 Oftalmologista: Médico especializado em diagnosticar e tratar as doenças que acometem os olhos. Podem prescrever óculos de grau e lentes de contato.
15 Pescoço:
16 Enxaqueca: Sinônimo de migrânea. É a cefaléia cuja prevalência varia de 10 a 20% da população. Ocorre principalmente em mulheres com uma proporção homem:mulher de 1:2-3. As razões para esta preponderância feminina ainda não estão bem entendidas, mas suspeita-se de alguma relação com o hormônio feminino. Resulta da pressão exercida por vasos sangüíneos dilatados no tecido nervoso cerebral subjacente. O tratamento da enxaqueca envolve normalmente drogas vaso-constritoras para aliviar esta pressão. No entanto, esta medicamentação pode causar efeitos secundários no sistema circulatório e é desaconselhada a pessoas com problemas cardiológicos.
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