Gostou do artigo? Compartilhe!

Antígeno Prostático Específico ou PSA: o que devo saber sobre ele?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é o antígeno1 prostático específico (PSA)?

O antígeno1 prostático específico, geralmente referido como PSA (Prostate-specific antigen), é um marcador tumoral utilizado em conjunto a outros recursos para o diagnóstico2 e o acompanhamento da evolução do câncer3 da próstata4. O nível de PSA é medido no sangue5.

Quando o antígeno1 prostático específico (PSA) se altera?

Níveis baixos de PSA no sangue5 são normais, mas eles podem aumentar em casos de câncer3 da próstata4 ou mesmo em condições benignas (não cancerosas), como as prostatites (inflamações6 da próstata4) e a hiperplasia7 benigna da próstata4 (aumento benigno da próstata4). Com a idade, há um aumento da chance de ocorrerem tanto as condições benignas quanto as alterações malignas. A prostatite8 ou a hiperplasia7 benigna da próstata4 parecem não evoluir para o câncer3, mas pode ocorrer que o homem tenha concomitantemente as duas situações e também um câncer3 da próstata4. Isoladamente, os níveis de PSA não permitem distinguir entre essas condições, contudo, o médico os toma em conta juntamente com outros sinais9 e/ou sintomas10.

Por que fazer a dosagem do teste do antígeno1 prostático específico (PSA)?

O teste de PSA deve ser feito periodicamente em homens a partir de 50 anos, em conjunto com o exame de toque retal, como medida preventiva para detectar o câncer3 da próstata4. Os homens que pertecem aos grupos de risco (herança, raça, dieta etc) devem fazer esses exames a partir de 40-45 anos.

Durante o exame de toque retal, o médico pode palpar a glândula11 prostática através da parede retal para procurar elevações ou áreas anormais. O teste do PSA e o exame de toque retal geralmente são usados como testes de rastreio para detectar precocemente o câncer3 da próstata4 ainda sem sintomas10. O teste de PSA também pode ser usado para acompanhar pacientes com câncer3 da próstata4 e avaliar sua evolução. Diante de um nível aumentado de PSA, o paciente deve repetir o teste ou realizar outros exames complementares que ajudem a esclarecer a ocorrência.

O antígeno1 prostático específico (PSA) e o câncer3 de próstata4

Na maioria das vezes, a dosagem do PSA é pedida pelo médico para reconhecer ou excluir o câncer3 de próstata4 ou para analisar a evolução do câncer3 já instalado. O médico realiza, junto a este exame, o toque retal e a ultrassonografia12 transretal. O PSA sanguíneo é quase todo ele liberado a partir da próstata4, embora essa enzima13 também exista em células14 das glândulas parótidas15, mamárias e do pâncreas16.

Quais são os cuidados a serem tomados antes de medir-se o antígeno1 prostático específico (PSA)?

Alguns pacientes podem apresentar níveis aumentados do PSA sem terem câncer3, em condições de infecções17 (prostatites) ou depois de manipulações da próstata4 (como em biópsias18, cirurgias, prática de hipismo, uso de bicicleta etc), por exemplo. Nesses casos deve ser respeitado um intervalo de duas semanas entre estas atividades e o exame de sangue5.

O paciente também pode apresentar baixo nível de PSA caso tenha realizado terapia hormonal para o câncer3 da próstata4. Neste caso é aconselhável esperar alguns meses após o tratamento hormonal antes de realizar um teste de PSA.

Quais são os valores do nível sanguíneo do antígeno1 prostático específico (PSA)?

Os níveis do PSA são referidos em nanograma por mililitro (ng/ml) no sangue5. O PSA circula no sangue5 em duas formas que podem ser medidas separadamente: livre e ligado a uma proteína. Os valores de referência são os seguintes:

PSA total:

Baixo 0 a 2,5 ng/ml
Leve a moderado 2,6 a 9,9 ng/ml
Moderadamente elevado 10 a 19,9 ng/ml
Elevado Acima de 20 nb/ml

Quanto maior o nível de PSA, maior é a probabilidade de câncer3, embora vários fatores possam alterar os níveis de PSA. Têm-se, então, as seguintes possibilidades:

Verdadeiro negativo PSA normal e não há câncer3
Verdadeiro positivo PSA elevado e há câncer3
Falso positivo PSA elevado e não há câncer3
Falso negativo PSA normal e há câncer3

Uma subida progressiva ao longo do tempo é mais importante que um nível alto e isolado. Quando os níveis de PSA sobem com o tempo, outros exames (ultrassonografia12, radiografia, citoscopia, exame de urina19) ou mesmo uma biópsia20 poderão ser necessários. A biópsia20 geralmente é feita por via retal e consiste em retirar amostras de tecido21 da próstata4 com a ajuda de uma agulha, as quais serão observadas pelo patologista22 em um microscópio.

Quais são as repercussões e as possíveis consequências de fazer-se o teste do antígeno1 prostático específico (PSA) e os exames para o câncer3 de próstata4?

Os benefícios do rastreio do PSA em relação aos riscos do tratamento do câncer3 de próstata4 não são absolutamente claros.

A biópsia20 para diagnosticar o câncer3 da próstata4, decorrente de um exame suspeito de PSA, pode causar efeitos colaterais23, incluindo hemorragias24 e infecções17.

O tratamento para o câncer3 da próstata4 pode causar incontinência urinária25 e impotência26 sexual.

Todas essas condições devem ser conversadas com um médico de sua confiança.

ABCMED, 2013. Antígeno Prostático Específico ou PSA: o que devo saber sobre ele?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-do-homem/366219/antigeno-prostatico-especifico-ou-psa-o-que-devo-saber-sobre-ele.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Antígeno: 1. Partícula ou molécula capaz de deflagrar a produção de anticorpo específico. 2. Substância que, introduzida no organismo, provoca a formação de anticorpo.
2 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
3 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
4 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
5 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
6 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
7 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
8 Prostatite: Quadro de inflamação da próstata.
9 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
10 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
11 Glândula: Estrutura do organismo especializada na produção de substâncias que podem ser lançadas na corrente sangüínea (glândulas endócrinas) ou em uma superfície mucosa ou cutânea (glândulas exócrinas). A saliva, o suor, o muco, são exemplos de produtos de glândulas exócrinas. Os hormônios da tireóide, a insulina e os estrógenos são de secreção endócrina.
12 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
13 Enzima: Proteína produzida pelo organismo que gera uma reação química. Por exemplo, as enzimas produzidas pelo intestino que ajudam no processo digestivo.
14 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
15 Glândulas parótidas: A maior das três glândulas salivares pares, situada atrás do arco ascendente do maxilar inferior, sob a orelha.
16 Pâncreas: Órgão nodular (no ABDOME) que abriga GLÂNDULAS ENDÓCRINAS e GLÂNDULAS EXÓCRINAS. A pequena porção endócrina é composta pelas ILHOTAS DE LANGERHANS, que secretam vários hormônios na corrente sangüínea. A grande porção exócrina (PÂNCREAS EXÓCRINO) é uma glândula acinar composta, que secreta várias enzimas digestivas no sistema de ductos pancreáticos (que desemboca no DUODENO).
17 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
18 Biópsias: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
19 Exame de urina: Também chamado de urinálise, o teste de urina é feito através de uma amostra de urina e pode diagnosticar doenças do sistema urinário e outros sistemas do organismo. Alguns testes são feitos em uma amostra simples e outros pela coleta da urina durante 24 horas. Pode ser feita uma cultura da urina para verificar o crescimento de bactérias na urina.
20 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
21 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
22 Patologista: Estudioso ou especialista em patologia, que é a especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo.
23 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
24 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
25 Incontinência urinária: Perda do controle da bexiga que provoca a passagem involuntária de urina através da uretra. Existem diversas causas e tipos de incontinência e muitas opções terapêuticas. Estas vão desde simples exercícios de fisioterapia até complicadas cirurgias. As mulheres são mais freqüentemente acometidas por este problema.
26 Impotência: Incapacidade para ter ou manter a ereção para atividades sexuais. Também chamada de disfunção erétil.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.

Comentários

30/03/2016 - Comentário feito por Nelson
Muito obrigado,fiquei esclarecido sobre o q pro...
Muito obrigado,fiquei esclarecido sobre o q procurava.......guardado nos favoritos,quem sabe amanha posso voltar a precisar......

13/12/2014 - Comentário feito por Sueli
Muito esclarecedor,encontrei todas as resposta...
Muito esclarecedor,encontrei todas as respostas,sobre minhas duvídas.

08/09/2013 - Comentário feito por Sebastian
Re: Antígeno Prostático Específico ou PSA: o que devo saber sobre ele?
Ótimo site! Informações precisas e muito esclarecedoras!

  • Entrar
  • Receber conteúdos