Válvula da uretra posterior
O que são válvulas da uretra1 posterior?
São malformações2 congênitas3, aparentemente simples, que consistem em pequenas pregas finas, na porção posterior da uretra1, as quais acontecem apenas em meninos. É a causa mais comum de obstrução da saída de urina4 da bexiga5 em recém-nascidos do sexo masculino. Ocorre em cerca de um a cada 5 a 8 mil nascimentos.
As válvulas de uretra1 posterior foram primeiramente descritas por Hugh Hampton Young e colaboradores, em 1919. Mais tarde, Dewan sugeriu que a obstrução na uretra1 posterior seria mais apropriadamente denominada "obstruções congênitas3 da membrana uretral6 posterior".
Qual é o mecanismo fisiológico7 da válvula da uretra1 posterior?
As válvulas da uretra1 posterior causam obstáculo ao esvaziamento da bexiga5. Para vencer tal obstáculo, as paredes da bexiga5 vão se espessando para ter maior força de contração. Isto causa pressões elevadas dentro do órgão e provoca refluxo vesico-ureteral e/ou obstrução dos ureteres8, dificultando o adequado desenvolvimento dos rins9.
Se os rins9 forem lesados, pode haver uma insuficiência10 na produção de urina4, com consequente diminuição do líquido amniótico11 e, possivelmente, desenvolvimento inadequado dos pulmões12 e de outros órgãos. Essa eventualidade demanda um tratamento in utero13. No entanto, quase sempre o problema pode ser tratado após o nascimento.
Saiba mais sobre "Refluxo vesicoureteral" e "Obstrução das vias urinárias".
A urina4 resulta de filtragem pelas unidades renais, os néfrons14, que filtram os resíduos do sangue15 e excretam o excesso de água. Da pelve renal16, a urina4 formada flui pelo ureter17 e é armazenada na bexiga5 antes de ser transmitida ao exterior pela uretra1. As válvulas uretrais posteriores ocorrem somente em meninos e podem causar um bloqueio na uretra1, estrutura tubular que conduz a urina4 da bexiga5 para fora do corpo.
Como registrado antes, um tal bloqueio no fluxo de urina4 provoca um aumento da pressão na bexiga5, que pode aumentar de maneira considerável e/ou desenvolver uma parede muscular muito espessa. Isso, por sua vez, pode levar a uma pressão adicional para os ureteres8 e ao excesso de líquido nos rins9, chamado hidronefrose18.
Cada criança que se apresenta com válvulas uretrais posteriores tem uma quantidade diferente de dano ao sistema urinário19. Algumas podem ter um problema leve, enquanto em outras as válvulas podem ter causado danos graves ainda no útero13.
Quais são as principais características clínicas da válvula de uretra1 posterior?
As válvulas de uretra1 posterior causam obstrução da bexiga5 em homens e podem se manifestar ao longo de um amplo espectro de gravidade, variando desde um impacto mínimo, podendo até não se manifestar, senão mais tarde na vida, até uma doença incompatível com a vida pós-natal. Os casos mais graves podem apresentar insuficiência renal20 e respiratória devido ao subdesenvolvimento pulmonar, como resultado de baixos volumes de líquido amniótico11, requerendo cuidados intensivos e monitoramento rigoroso.
Como o médico diagnostica a válvula de uretra1 posterior?
A ultrassonografia21 abdominal não fornece imagens diretas da válvula da uretra1 posterior, mas propicia outras imagens que indiretamente sugerem seus distúrbios: hidronefrose18 bilateral, parede espessada da bexiga5 e divertículos da bexiga5.
O cistoureterograma é mais específico para o diagnóstico22. Refluxo vesicoureteral também é observado em mais de 50% dos casos. Muitas vezes, a uretra1 posterior costuma estar dilatada, tornando o estreitamento abrupto mais óbvio.
O diagnóstico22 também pode ser feito por cistoscopia23, exame no qual uma pequena câmera é inserida na uretra1 para visualização direta da válvula posicionada posteriormente. A cistoscopia23 também pode demonstrar eventuais alterações da bexiga5.
Leia sobre "Insuficiência renal20 crônica", "Hidronefrose18", "Cistoscopia23" e "Cistografia".
Como o médico trata a válvula de uretra1 posterior?
Se há suspeita ou confirmação de distúrbios da válvula da uretra1 posterior ainda no período pré-natal, o médico pode indicar e avaliar o risco das opções de tratamento nessa etapa. O tratamento é por ablação24 endoscópica da válvula, mas a cirurgia fetal é um procedimento de alto risco, reservado somente para casos graves, para tentar limitar o subdesenvolvimento pulmonar associado ou a hipoplasia25 pulmonar, que é observada ao nascimento nesses pacientes. Embora o tratamento padrão seja a ablação24 primária transuretral26 das válvulas, existem também outras técnicas, adaptáveis às peculiaridades de cada caso.
Como evolui a válvula de uretra1 posterior?
A válvula da uretra1 posterior é sempre uma ocorrência grave e mesmo adequadamente tratada pode levar à insuficiência renal20 crônica.
Quais são as complicações da válvula de uretra1 posterior?
Os distúrbios da válvula da uretra1 posterior podem gerar, como consequências, incontinência urinária27, frequentes infecções28 do trato urinário29, insuficiência renal20, refluxo vesicoureteral e doenças renais crônicas.
Os riscos da cirurgia fetal são significativos e incluem aprisionamento de membros, lesão30 abdominal e morte fetal ou materna.
Veja também sobre "Incontinência urinária27" e "Infecção31 urinária".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.