Poliomielite: o que é? Ela pode ser evitada?
O que é poliomielite1?
A poliomielite1 (ou paralisia2 infantil) é uma doença infecciosa viral aguda, muito contagiosa3, que acomete principalmente crianças pequenas (até 5 ou 6 anos de idade), embora também possa infectar crianças maiores e mesmo adultos. A origem grega do nome descreve precisamente em que consiste a enfermidade: poliós = cinza, myelós = medula espinhal4 e -ite é o sufixo usado para inflamações5 (inflamação6 da substância cinzenta da medula espinhal4). Em geral a enfermidade deixa como sequela7 irreversível uma paralisia2 flácida da área atingida, na maioria das vezes um dos membros inferiores. Como consequência, resta uma atrofia8 dos músculos9 envolvidos, o que acaba por complicar ainda mais a situação.
Graças à vacinação, a doença encontra-se erradicada em quase todas as partes do mundo, sendo ainda endêmica atualmente (ano de 2012) apenas no Paquistão, Afeganistão, Nigéria e certas regiões da Índia.
Quais são as causas da poliomielite1?
O vírus10 transmissor da poliomielite1 (poliovírus) é um enterovírus11 extremamente resistente às condições externas, contraído através de alimentos ou água contaminados ou de forma direta, de pessoa para pessoa (através de muco, catarro ou fezes). Esses vírus10 multiplicam-se na garganta12 e mais frequentemente no intestino, onde frequentemente ficam restritos. Daí eles podem passar às correntes sanguínea e linfática e invadir o sistema nervoso13, causando destruição dos neurônios14 motores. O modo de transmissão geralmente é fecal-oral e só raramente, oral-oral.
Existem três sorotipos distintos do vírus10, sendo que o tipo mais grave é o da poliomielite1 paralítica (1% ou mais dos casos). Os seres humanos são os únicos reservatórios e os únicos atingidos pelos vírus10.
Quais são os sinais15 e sintomas16 da poliomielite1?
Em muitas oportunidades as pessoas infectadas pelo poliovírus não têm sintomas16, mas mesmo assim podem contaminar outras pessoas. O período que medeia entre a contaminação pelo vírus10 e o aparecimento dos primeiros sintomas16 (incubação17) varia entre 3 e 35 dias. A poliomielite1 maior, a forma paralítica da enfermidade, corresponde a uma minoria dos casos das pessoas infectadas. Uma alta percentagem das pessoas infectadas não apresenta sintomas16. Em algumas pessoas pode surgir, após a infecção18, um quadro de meningite asséptica19, com fortes dores de cabeça20 e espasmos21 musculares, mas sem danos neuronais significativos, que se cura espontaneamente sem que ocorra paralisia2. Na maior parte das vezes, o sistema imunológico22 destrói o vírus10 antes da fase de paralisia2.
As manifestações iniciais da infecção18 são muito parecidas com as de outras viroses: febre23, dor de garganta12, gripe24, náuseas25, vômitos26, dores abdominais, diarreias ou prisão de ventre, etc. Posteriormente, os órgãos mais atingidos são o cérebro27, o coração28 e o fígado29. A destruição de neurônios14 motores da medula espinhal4 resulta em paralisia2 flácida dos músculos9 por eles inervados, mas na maioria das vezes a infecção18 fica limitada à faringe30 e ao intestino. Na "doença maior" ou poliomielite1 paralítica, os sintomas16 iniciais da doença menor desaparecem depois de cerca de 10 dias e surge uma paralisia2 flácida (geralmente irreversível) que pode afetar um grupo discreto de músculos9 ou mesmo todos os músculos9 do corpo. Na maior parte das vezes, a paralisia2 afeta assimetricamente um dos membros inferiores. Se afetar os músculos9 do sistema respiratório31 ou o centro nervoso que controla a respiração, a morte pode ocorrer por asfixia32.
Como o médico diagnostica a poliomielite1?
A poliomielite1 deve ser suspeitada clinicamente em todo indivíduo com paralisia2 flácida aguda em que haja reflexos tendinosos diminuídos ou ausentes e conservação da sensibilidade e da atividade cognitiva33. O diagnóstico34 definitivo é feito por detecção do DNA viral ou isolamento e observação ao microscópio electrônico do vírus10 em fluidos corporais. Podem ainda ser realizados exames de cultura do líquido cerebroespinal (líquor35), teste dos níveis de anticorpos36 contra o vírus10 e culturas virais de fluidos da garganta12 e fezes.
Como o médico trata a poliomielite1?
A poliomielite1 não tem tratamento específico. Pacientes com paralisia2 de músculos respiratórios37 podem ter de ser assistidos por pulmões38 mecânicos. A eventual paralisia2 resultante e suas consequências devem ser assistidas sintomaticamente.
Como prevenir a poliomielite1?
A melhor forma de prevenir a poliomielite1 é a vacinação de todas as crianças com a vacina39 contra poliomielite1 conhecida como “gotinha”.
É também importante observar todas as medidas higiênicas aconselhadas para a prevenção de doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos.
Programas de saneamento básico são medidas sociais essenciais para a prevenção da doença.
Como evolui a poliomielite1?
Uma pessoa infectada pelo vírus10 da poliomielite1 tanto pode não desenvolver a doença (o que é frequente) como pode evoluir para o óbito40 (o que é raro).
A poliomielite1 pode ocasionar atrofia8 por desuso dos músculos9 afetados.
Com o déficit da atividade muscular da velhice, a atrofia8 normal para a idade passa a se dar mais aceleradamente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.