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Intoxicação alimentar: o que fazer para evitar? Como ela acontece?

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O que é intoxicação alimentar?

A intoxicação alimentar ocorre por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados, o que embora possa se dar também no ambiente doméstico, ocorre com mais frequência quando a pessoa come em piqueniques, refeitórios, grandes eventos sociais ou restaurantes, onde a higienização dos alimentos costuma ser mais precária. A intoxicação alimentar quase sempre ocasiona uma gastroenterite1 (inflamação2 do estômago3 e intestino) e sintomas4 na área digestiva.

Qual a causa da intoxicação alimentar?

A causa da intoxicação alimentar é a ingestão de alimentos ou água contaminados com certos tipos de bactérias, parasitas, vírus5 ou fungos. A maioria dos casos de intoxicação alimentar é provocada por bactérias comuns como Staphylococcus aureus ou Escherichia coli, mas outros agentes podem estar presentes: Clostridium botulinum, cólera6, intoxicação por peixe contaminado, salmonela e shigella, entre outros.

Quais são os principais sinais7 e sintomas4 da intoxicação alimentar?

Os sinais7 e sintomas4 da intoxicação alimentar surgem de forma aguda, pouco tempo depois de ser ingerida água ou algum alimento contaminado (2 a 6 horas após). Independentemente do agente causal, os principais sinais7 e sintomas4 da intoxicação alimentar são basicamente os mesmos: dores no estômago3, cólicas8 abdominais, dores de cabeça9, febre10, calafrios11, diarreia12, vômitos13 e fraqueza. As intoxicações pelo Clostridium botulinum, que causam uma condição chamada de botulismo14, são graves e além dos distúrbios gastrointestinais podem ocasionar sintomas4 neurológicos, como visão15 dupla e dificuldade para focalizar objetos, para falar e engolir. Nos quadros mais graves, podem ocorrer desidratação16, perda de peso, queda da pressão arterial17 e presença de sangue18 nas fezes.

Como o médico diagnostica a intoxicação alimentar?

O diagnóstico19 de suspeita é feito pelo próprio paciente que prontamente relaciona os sintomas4 com aquilo que tenha comido, principalmente se foi algo fora da sua rotina. O médico que suspeitar de intoxicação dessa natureza deve procurar obter uma cuidadosa história dos últimos episódios alimentares do paciente. É comum que mais de uma pessoa que tenha participado de uma mesma refeição contaminada, adoeça igualmente com os mesmos sintomas4. Quase sempre o diagnóstico19 definitivo pode ser feito a partir desses dados clínicos, mas se existirem dúvidas podem ser feitos exames químicos de sangue18, de fezes ou inspeção20 do vômito21 e da comida ingerida. Os exames laboratoriais também servem para avaliar o estado geral do paciente e para descartar outras patologias. Em raros casos graves o médico pode lançar mão22 de uma sigmoidoscopia (endoscopia23 intestinal realizada por meio de um tubo introduzido através do ânus24) para verificar a origem do sangramento, se houver.

Como o médico trata a intoxicação alimentar?

Algumas intoxicações alimentares são autorresolutivas com cuidados simples como alimentação leve e ingestão de bastante líquido, mas outras exigem intervenção médica e internação, podendo inclusive levar à morte. Ocorrências como cólicas8 abdominais, dores de cabeça9, febre10, etc., devem ser tratadas sintomaticamente. As intoxicações alimentares em crianças pequenas ou em adultos debilitados exigem cuidados especiais. Nos casos mais simples o paciente deve fazer repouso e ingerir pelo menos 2 litros de líquidos por dia, para evitar ou corrigir a desidratação16. Nos casos mais severos devem ser administrados medicamentos que visem controlar os vômitos13 e pode ser necessário fazer reposição venosa de líquidos e sais minerais. Nos casos de infecções25 bacterianas o médico deverá prescrever antibióticos específicos.

Como evitar a intoxicação alimentar?

  • Lavar bem os alimentos a serem consumidos, bem como os utensílios em que eles serão preparados.
  • Evitar ingerir laticínios ou alimentos contendo maionese, que tenham sido mantidos fora da geladeira por muito tempo.
  • Evitar comer peixes crus ou ostras.
  • Lavar bem as frutas ou vegetais que serão consumidos crus.
  • Evitar carnes ou ovos mal cozidos.
  • Não beber água de poço, rio ou de regiões sem tratamento. Somente consumir água potável, filtrada ou fervida.
  • Todas as pessoas que preparam alimentos devem lavar bem as mãos26 antes de começar a manuseá-los.
  • Todas as pessoas devem lavar as mãos26 com água e sabão antes das refeições e após o uso do banheiro.
ABCMED, 2013. Intoxicação alimentar: o que fazer para evitar? Como ela acontece?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/506874/intoxicacao-alimentar-o-que-fazer-para-evitar-como-ela-acontece.htm>. Acesso em: 23 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Gastroenterite: Inflamação do estômago e intestino delgado caracterizada por náuseas, vômitos, diarréia e dores abdominais. É produzida pela ingestão de vírus, bactérias ou suas toxinas, ou agressão da mucosa intestinal por diversos mecanismos.
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
6 Cólera: Doença aguda ocasionada por infecção bacteriana pelo vibrião colérico, caracterizada por diarréia aquosa muito freqüente e abundante, que pode levar o paciente ao choque por desidratação. É transmitida por ingestão da bactéria através de água e alimentos contaminados.
7 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
8 Cólicas: Dor aguda, produzida pela dilatação ou contração de uma víscera oca (intestino, vesícula biliar, ureter, etc.). Pode ser de início súbito, com exacerbações e períodos de melhora parcial ou total, nos quais o paciente pode estar sentindo-se bem ou apresentar dor leve.
9 Cabeça:
10 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
11 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
12 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
13 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
14 Botulismo: Intoxicação alimentar causada pela ingestão da toxina de uma bactéria chamada Clostridium botulinum, que produz um quadro grave de paralisia de alguns nervos motores.
15 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
16 Desidratação: Perda de líquidos do organismo pelo aumento importante da freqüência urinária, sudorese excessiva, diarréia ou vômito.
17 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
18 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
19 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
20 Inspeção: 1. Ato ou efeito de inspecionar; exame, vistoria, inspecionamento. 2. Ato ou efeito de fiscalizar; fiscalização, supervisão, observação. 3. Exame feito por inspetor (es).
21 Vômito: É a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Pode ser classificado como: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
22 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
23 Endoscopia: Método no qual se visualiza o interior de órgãos e cavidades corporais por meio de um instrumento óptico iluminado.
24 Ânus: Segmento terminal do INTESTINO GROSSO, começando na ampola do RETO e terminando no ânus.
25 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
26 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.

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