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Rabdomiossarcoma: causas, características, diagnóstico, tratamento e evolução

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O que é rabdomiossarcoma1?

Os sarcomas são cânceres que se desenvolvem a partir de tecidos conectivos do corpo, tais como músculos2, ossos, gordura3, revestimento das articulações4 e vasos sanguíneos5. O corpo tem 3 tipos principais de músculos2:

  1. Músculos2 esqueléticos, que controlam os movimentos voluntários do corpo.
  2. Músculos2 lisos, que são o principal tipo de músculo em órgãos internos (exceto para o coração6) e que se contraem involuntariamente.
  3. Músculo cardíaco7 que é o principal tipo de músculo no coração6.

Existem muitos tipos de sarcomas, mas o rabdomiossarcoma1 é um câncer8 de células9 que normalmente deveriam se desenvolver em músculos2 esqueléticos. Há 2 tipos principais de rabdomiossarcomas10:

  • Rabdomiossarcoma1 embrionário - geralmente afeta crianças em seus primeiros anos anos de vida e é o tipo mais comum desse tumor11. Tende a ocorrer na região da cabeça12 e pescoço13, bexiga14, vagina15 ou em torno da próstata16 e dos testículos17.
  • Rabdomiossarcoma1 alveolar - normalmente afeta crianças mais velhas e adolescentes, mas pode acontecer em todos os grupos etários. São mais frequentes no tórax18, braços e pernas.

Quais são as causas do rabdomiossarcoma1?

A causa dos rabdomiossarcomas10 é desconhecida, mas os pesquisadores estão tentando entender como células9 normais tornam-se cancerosas em virtude de certas mudanças no seu DNA. Acredita-se que mudanças em vários genes sejam necessárias para que células9 normais se tornem cancerosas. Atualmente, conhece-se muitas modificações nos genes que causam o rabdomiossarcoma1, mas não estão claras as causas dessas modificações. Sabe-se, contudo, que muitas delas podem ser hereditárias.

Qual é, resumidamente, o mecanismo fisiopatológico do rabdomiossarcoma1?

Por volta da 7ª semana de desenvolvimento de um embrião aparecem células9 chamadas rabdomioblastos, as quais acabarão por formar músculos2 esqueléticos. Estas são as células9 que podem se transformar em rabdomiossarcomas10. Em razão de que este é um câncer8 de células9 embrionárias, é muito mais comum em crianças, embora às vezes ocorra em adultos.

Quais são as principais características clínicas do rabdomiossarcoma1?

Os músculos2 esqueléticos estão principalmente em nossos braços e pernas, mas o rabdomiossarcoma1 pode começar em quase qualquer lugar do corpo, mesmo em algumas partes do corpo que normalmente não têm músculo esquelético19. Outros locais comuns incluem: cabeça12 e pescoço13, órgãos urinários e tronco (peito20 e abdômen).

Pequenos tumores que se desenvolvem nos músculos2 atrás dos olhos21 fazem com que estes "saltem" e tumores da cavidade nasal22 provocam congestão nasal ou sangramentos. Pequenos caroços que se formam sob a pele23 também são facilmente percebidos pelos pais, porque são visíveis. Os tumores paratesticulares (em torno dos testículos17) geralmente aparecem em bebês24 e também são detectados pela mãe. Rabdomiossarcomas10 da bexiga14 ou de outras partes do trato urogenital25 podem causar dificuldades para esvaziar a bexiga14 ou provocar sangramento na urina26. Nas meninas com rabdomiossarcoma1 na vagina15, o tumor11 muitas vezes provoca sangramento.

Pode ser um pouco mais difícil reconhecer os tumores nos braços, pernas e tórax18 de crianças maiores porque eles se parecem com a dor e o inchaço27 característicos das contusões.

Como o médico diagnostica o rabdomiossarcoma1?

Alguns casos de rabdomiossarcoma1 podem ser diagnosticados precocemente, já que muitos tumores têm início em áreas que permitem a sua fácil detecção. Mesmo assim, ao serem diagnosticados, em cerca de 80% dos casos já houve disseminação de células9 tumorais para outras partes do corpo.

Há vários tipos de exames de imagem que podem ser utilizados para detectar os tumores mais ocultos: radiografias, tomografia computadorizada28, ressonância magnética29, cintilografia30 óssea e tomografia por emissão de pósitrons (PET). Por fim, uma biópsia31, que pode ser realizada por diferentes técnicas, pode ser feita para saber se as células9 das lesões32 são ou não cancerosas.

Saiba mais sobre "Radiografia", "Tomografia", "Ressonância", "Cintilografia30 óssea", "PET Scan" e "Biópsia31".

Como o médico trata o rabdomiossarcoma1?

O tratamento básico do rabdomiossarcoma1 é a cirurgia para remoção do tumor11, seguida quase sempre por radioterapia33 e quimioterapia34. Durante a cirurgia, também os nódulos linfáticos são retirados e examinados quanto à presença ou não de células9 cancerosas.

Leia sobre "Radioterapia33" e "Quimioterapia34".

Qual é a evolução do rabdomiossarcoma1?

O prognóstico35 depende de vários fatores tais como tipo histológico36, localização do tumor11, tamanho, resposta ao tratamento cirúrgico e se há ou não disseminação para outras áreas do corpo. Mas, quando acontece em crianças de um a nove anos, ele tende a ter um melhor prognóstico35 do que quando ocorre em bebês24 ou crianças mais velhas e em adultos.

Leia também "Sarcoma37 de tecidos moles" e "Tumores ósseos".

 

ABCMED, 2017. Rabdomiossarcoma: causas, características, diagnóstico, tratamento e evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/1297868/rabdomiossarcoma-causas-caracteristicas-diagnostico-tratamento-e-evolucao.htm>. Acesso em: 16 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Rabdomiossarcoma: Rabdomiossarcoma é um câncer de origem embrionária que atinge as células que se tornam os músculos do corpo.
2 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
3 Gordura: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são: manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
4 Articulações:
5 Vasos Sanguíneos: Qualquer vaso tubular que transporta o sangue (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias).
6 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
7 Músculo Cardíaco: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo.
8 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
9 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
10 Rabdomiossarcomas: Rabdomiossarcoma é um câncer de origem embrionária que atinge as células que se tornam os músculos do corpo.
11 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
12 Cabeça:
13 Pescoço:
14 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
15 Vagina: Canal genital, na mulher, que se estende do ÚTERO à VULVA. (Tradução livre do original
16 Próstata: Glândula que (nos machos) circunda o colo da BEXIGA e da URETRA. Secreta uma substância que liquefaz o sêmem coagulado. Está situada na cavidade pélvica (atrás da parte inferior da SÍNFISE PÚBICA, acima da camada profunda do ligamento triangular) e está assentada sobre o RETO.
17 Testículos: Os testículos são as gônadas sexuais masculinas que produzem as células de fecundação ou espermatozóides. Nos mamíferos ocorrem aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Têm função de glândula produzindo hormônios masculinos.
18 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
19 Músculo Esquelético: Subtipo de músculo estriado fixado por TENDÕES ao ESQUELETO. Os músculos esqueléticos são inervados e seu movimento pode ser conscientemente controlado. Também são chamados de músculos voluntários.
20 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
21 Olhos:
22 Cavidade Nasal: Porção proximal da passagem respiratória em cada lado do septo nasal, revestida por uma mucosa ciliada extendendo-se das narinas até a faringe.
23 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
24 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
25 Urogenital: Na anatomia geral, é a região relativa aos órgãos genitais e urinários; geniturinário.
26 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
27 Inchaço: Inchação, edema.
28 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
29 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
30 Cintilografia: Procedimento que permite assinalar num tecido ou órgão interno a presença de um radiofármaco e acompanhar seu percurso graças à emissão de radiações gama que fazem aparecer na tela uma série de pontos brilhantes (cintilação); também chamada de cintigrafia ou gamagrafia.
31 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
32 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
33 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
34 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
35 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
36 Histológico: Relativo à histologia, ou seja, relativo à disciplina biomédica que estuda a estrutura microscópica, composição e função dos tecidos vivos.
37 Sarcoma: Neoplasia maligna originada de células do tecido conjuntivo. Podem aparecer no tecido adiposo (lipossarcoma), muscular (miossarcoma), ósseo (osteosarcoma), etc.
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