Perda súbita da visão
O que é a perda súbita da visão1?
A perda da visão1 é considerada súbita se ocorrer repentinamente, dentro de alguns minutos ou de até dois dias. Pode afetar um ou ambos os olhos2 e todo ou parte do campo visual3. A perda de visão1 monocular geralmente indica um problema ocular. A perda de visão1 binocular fala mais a favor de origem cerebral. A perda de apenas uma pequena parte do campo de visão1 pode ser referida como visão1 turva.
Quais são as causas da perda súbita da visão1?
Há inúmeras causas de perda visual súbita, mas a mais comum é a isquemia4 ocular. As pessoas que desenvolvem isquemia4 do olho5 têm outras evidências de doença aterosclerótica, como doença arterial coronariana e doença vascular periférica6. Outras etiologias de perda visual súbita incluem infecção7/inflamação8, vasculite9, traumatismo10, disfunção mecânica, hemorragia11 intraocular, lesão12 dos olhos2 e causas idiopáticas. Causas menos comuns incluem acidente vascular cerebral13 ou ataque isquêmico14 transitório, glaucoma15 agudo16, descolamento de retina17 e inflamação8 das estruturas na frente do olho5 entre os olhos2.
Os fatores de risco para a cegueira súbita incluem tabagismo, hipercolesterolemia18 e hipertensão arterial19.
Leia sobre "Descolamento de retina17", "Daltonismo20", "Vista embaçada" e "Deficiência visual".
Qual é o substrato fisiológico21 da perda súbita da visão1?
A perda da visão1 é devida a problemas em quaisquer pontos das vias visuais, desde os olhos2 até o cérebro22. A perda repentina de visão1 pode ocorrer por (1) turvação de estruturas oculares, normalmente transparentes; (2) anormalidades da retina17 e (3) anormalidades dos nervos que transmitem sinais23 visuais do olho5 para o cérebro22.
A luz tem de atravessar várias estruturas transparentes até chegar ao fundo de olho24, na retina17. Primeiro, a luz passa através da córnea25, em seguida da lente cristalina e depois do humor vítreo26. Qualquer coisa que impeça a luz de passar por essas estruturas pode causar perda de visão1.
A retina17, no fundo do olho5, transforma os impulsos luminosos em impulsos nervosos. Os sinais23 nervosos viajam até o cérebro22 ao longo dos nervos ópticos, um de cada olho5. Os dois nervos ópticos se encontram no quiasma27 óptico. A partir daí, o nervo óptico de cada olho5 se divide em duas partes e metade das fibras nervosas de cada lado cruza para o outro lado. É graças a isso que o cérebro22 recebe informações do campo visual3 esquerdo e do campo visual3 direito.
O dano ocasionado a um olho5 ou às vias visuais causa diferentes tipos de perda de visão1, dependendo de onde o dano ocorre. Qualquer coisa que bloqueie a passagem da luz do ambiente para a retina17 ou interrompa a transmissão dos impulsos nervosos para o cérebro22 interferirá na visão1.
Quais são as principais características clínicas da perda súbita da visão1?
A perda visual súbita não é uma queixa rara. Ela tem manifestações variáveis em pacientes de diferentes idades. Muitas pessoas consideradas legalmente cegas podem distinguir formas e sombras, mas não detalhes normais. A perda repentina de visão1 é sempre uma emergência28 que denuncia algum problema subjacente sério.
Alguns pacientes indicam que a perda da visão1 ocorre como um escurecimento progressivo do cinza ao preto ou como visão1 progressivamente embaçada e obscurecida. Os sintomas29 duram alguns minutos, mas podem persistir por horas. A variação na frequência varia de um único episódio a muitos episódios por dia; as recorrências30 podem continuar por anos, mas ocorrem com mais frequência de segundos a horas.
A perda da visão1 pode afetar apenas parte do campo de visão1 ou todo o campo, e pode ser uni ou bilateral. É útil cobrir um olho5 e depois o outro para determinar se um olho5 ou ambos são afetados. Normalmente, a perda repentina de visão1 é indolor, mas em alguns casos pode estar associada a dor nos olhos2, vermelhidão e dor de cabeça31.
Como o médico diagnostica a perda súbita da visão1?
O diagnóstico32 de perda súbita da visão1 é auto evidente. Mais difícil é diagnosticar a causa do acontecido. Os diagnósticos diferenciais entre as diversas causas possíveis são muito vastos. Se a cegueira for monocular, transitória ou definitiva, o problema provavelmente estará localizado no olho5. Se ocorre em ambos os olhos2, o problema provavelmente se localiza nos nervos óticos ou no próprio cérebro22.
O diagnóstico32 de obstrução por aterosclerose33 é importante porque sinaliza um aumento do risco de acidente vascular cerebral13. Uma avaliação não invasiva da artéria34 carótida e das válvulas cardíacas deve ser feita em pacientes com mais de 40 anos. A angiografia35 com fluoresceína é útil para detectar ou excluir a oclusão vascular36 retiniana embólica.
A presença ou ausência de dor aguda faz algumas indicações sobre as possíveis causas de perda súbita de visão1. Muitas vezes, as descobertas durante o exame oftalmológico fornecem informações suficientes para os médicos diagnosticarem a causa da perda da visão1. Se a visão1 retornar rapidamente por conta própria, ataque isquêmico14 transitório e enxaqueca37 ocular estão entre as causas prováveis.
Uma ultrassonografia38 deve ser realizada se a retina17 não for claramente visível durante um exame oftalmoscópico. A ressonância magnética39 com gadolínio é realizada em algumas pessoas com dor ocular e certos outros sintomas29 e quando o inchaço40 do nervo óptico é observado durante o exame ocular. A taxa de sedimentação eritrocitária (VHS41) e o nível de proteína C-reativa (PCR42) são normalmente realizados e o número de plaquetas43 no sangue44 às vezes é medido, principalmente em pessoas acima de 50 anos que têm dor de cabeça31.
Como o médico trata a perda súbita da visão1?
O tratamento da cegueira súbita visa, basicamente, o tratamento da causa. Em muitos casos, mesmo tratando a causa o mais rápido possível, pode não ser possível salvar ou restaurar a visão1. No entanto, quando o transtorno é apenas em um dos olhos2, o tratamento imediato pode diminuir o risco de o mesmo processo ocorrer também no outro olho5.
A perda súbita de visão1 devido a problemas oculares pode ser tratada com colírios, medicamentos ou cirurgia, dependendo do problema causal. Se a inflamação8 é a causa da perda da visão1, esteroides podem ser usados. Se a perda de visão1 é causada por um bloqueio repentino de um vaso sanguíneo, o tratamento é direcionado para melhorar o fluxo sanguíneo o mais rápido possível, etc.
Qualquer mudança repentina na visão1 deve ser considerada como um acontecimento sério, mesmo que envolva apenas parte do campo visual3 ou se resolva por conta própria.
Veja também sobre "Acidente Vascular Cerebral13", "Aterosclerose33", "Catarata45" e "Ceratocone".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.