Gostou do artigo? Compartilhe!

Por que é importante conhecer a exoftalmia e suas possíveis consequências?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é exoftalmia?

A exoftalmia, também chamada de exoftalmo, proptose ou exorbitismo (do grego: ex=fora + ophthalmos=olho1) é uma condição médica em que o paciente apresenta uma protrusão de um ou dos dois olhos2 para fora da órbita. A exoftalmia exibe uma proporção maior do que normal da parte branca dos olhos2, fazendo os olhos2 parecerem “arregalados”.

A exoftalmia pode ser uni ou bilateral e cada uma dessas condições têm implicações clínicas diferentes. É bilateral, por exemplo, em casos de doença de Graves e unilateral nos casos de um tumor3 orbital, por exemplo. A exoftalmia não é uma doença em si, mas sim um sinal4 de uma doença.

Quais são as causas da exoftalmia?

Em geral, a exoftalmia ocorre quando alguma massa tumoral empurra os olhos2 para frente. A causa mais comum é a doença de Graves, uma doença autoimune5 que leva ao hipertireoidismo6 (hiperatividade da glândula7 tireoide8), mas pode ser devida a outros motivos, como outras causas de hipertireoidismo6, celulite9 orbitária, tumores, infecções10, sangramento nos olhos2, leucemia11, hemangioma e desordens vasculares12. O glaucoma13 congênito14 pode causar a sensação de que os olhos2 são maiores e, com isso, causar a sensação de que são protuberantes e de que há exoftalmia.

Qual é a fisiopatologia15 da exoftalmia?

Como a órbita é fechada posterior, medial e lateralmente, qualquer aumento das estruturas localizadas no seu interior fará com que o olho1 se desloque para frente. Assim, por exemplo, o inchaço16 ou agrandamento das glândulas17 lacrimais provoca deslocamento anterior do olho1. Nos casos de exoftalmia devida à doença de Graves, o deslocamento do olho1 é pela deposição de tecido conjuntivo18 anormal na órbita e músculos19 extraoculares.

Quais são as principais características clínicas da exoftalmia?

A exoftalmia torna-se mais preocupante quando vem acompanhada de sinais20 ou sintomas21 como perda parcial ou total de visão22, visão22 dupla, dor e/ou vermelhidão nos olhos2 e dores de cabeça23. A exoftalmia da doença de Graves provoca uma extrusão24 bilateral dos olhos2. A celulite9 orbital, por seu turno, normalmente provoca uma proptose unilateral, vermelhidão severa e dor de intensidade moderada a grave, sinusite25 e uma contagem elevada de glóbulos brancos.

Um tumor3 intraorbital apresenta uma exoftalmia unilateral com dor severa. A insuficiência26 aórtica pode ocasionar uma exoftalmia pulsátil. A hemorragia27 retrobulbar quase sempre é consequente a um trauma da órbita e pode levar à cegueira, se não for tratada rapidamente. De um modo geral, a exoftalmia causa dor, olhos2 secos, irritação nos olhos2, sensibilidade à luz, secreções oculares e derramamento de lágrimas, visão22 dupla, cegueira progressiva e dificuldade para mover os olhos2.

Como o médico diagnostica a exoftalmia?

A existência da exoftalmia pode ser reconhecida pela simples inspeção28, mas o mais importante é diagnosticar o aparecimento de outros sintomas21 além das protrusões dos olhos2 e entender como eles se relacionam com a exoftalmia. Depois do exame físico dos olhos2, o médico poderá pedir exames de laboratório para entender melhor a causa da exoftalmia, tais como exame na lâmpada de fenda, testes sanguíneos, dosagem dos hormônios da tireoide8 e exames de imagens, como tomografia computadorizada29 e ressonância magnética30.

Como o médico trata a exoftalmia?

O tratamento da exoftalmia varia segundo as suas causas. Além disso, corticoesteroides podem ser receitados para ajudar no controle da inflamação31, se houver. As exoftalmias provocadas por infecções10 devem ser tratadas com antibióticos. Casos de exoftalmia pela presença de tumores podem necessitar de tratamentos mais invasivos, como por meio de cirurgia ou radioterapia32, por exemplo.

Como evolui a exoftalmia?

Quando a exoftalmia é precocemente detectada, o prognóstico33 é positivo. No entanto, casos graves e/ou prolongados podem motivar vários danos decorrentes.

Quais são as complicações possíveis da exoftalmia?

Se não for tratada, a exoftalmia pode fazer com que as pálpebras34 deixem de fechar completamente, o que leva à secura do globo ocular35 e a danos da córnea36. Outra possível complicação é uma vermelhidão ou irritação na área acima da córnea36 que pode tornar-se inflamada, como resultado do aumento do atrito quando a pessoa pisca. Alguns pacientes com exoftalmia podem sofrer compressão do nervo óptico ou da artéria37 oftálmica, o que pode, eventualmente, afetar a acuidade visual38 do paciente, conduzindo à cegueira. Pessoas com exoftalmia ou proptose são mais suscetíveis a desenvolver conjuntivite39.

 

ABCMED, 2016. Por que é importante conhecer a exoftalmia e suas possíveis consequências?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-dos-olhos/822884/por-que-e-importante-conhecer-a-exoftalmia-e-suas-possiveis-consequencias.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
2 Olhos:
3 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
4 Sinal: 1. É uma alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida. 2. Som ou gesto que indica algo, indício. 3. Dinheiro que se dá para garantir um contrato.
5 Autoimune: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
6 Hipertireoidismo: Doença caracterizada por um aumento anormal da atividade dos hormônios tireoidianos. Pode ser produzido pela administração externa de hormônios tireoidianos (hipertireoidismo iatrogênico) ou pelo aumento de uma produção destes nas glândulas tireóideas. Seus sintomas, entre outros, são taquicardia, tremores finos, perda de peso, hiperatividade, exoftalmia.
7 Glândula: Estrutura do organismo especializada na produção de substâncias que podem ser lançadas na corrente sangüínea (glândulas endócrinas) ou em uma superfície mucosa ou cutânea (glândulas exócrinas). A saliva, o suor, o muco, são exemplos de produtos de glândulas exócrinas. Os hormônios da tireóide, a insulina e os estrógenos são de secreção endócrina.
8 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
9 Celulite: Inflamação aguda das estruturas cutâneas, incluindo o tecido adiposo subjacente, geralmente produzida por um agente infeccioso e manifestada por dor, rubor, aumento da temperatura local, febre e mal estar geral.
10 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
11 Leucemia: Doença maligna caracterizada pela proliferação anormal de elementos celulares que originam os glóbulos brancos (leucócitos). Como resultado, produz-se a substituição do tecido normal por células cancerosas, com conseqüente diminuição da capacidade imunológica, anemia, distúrbios da função plaquetária, etc.
12 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
13 Glaucoma: É quando há aumento da pressão intra-ocular e danos ao nervo óptico decorrentes desse aumento de pressão. Esses danos se expressam no exame de fundo de olho e por alterações no campo de visão.
14 Congênito: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
15 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
16 Inchaço: Inchação, edema.
17 Glândulas: Grupo de células que secreta substâncias. As glândulas endócrinas secretam hormônios e as glândulas exócrinas secretam saliva, enzimas e água.
18 Tecido conjuntivo: Tecido que sustenta e conecta outros tecidos. Consiste de CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO inseridas em uma grande quantidade de MATRIZ EXTRACELULAR.
19 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
20 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
21 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
22 Visão: 1. Ato ou efeito de ver. 2. Percepção do mundo exterior pelos órgãos da vista; sentido da vista. 3. Algo visto, percebido. 4. Imagem ou representação que aparece aos olhos ou ao espírito, causada por delírio, ilusão, sonho; fantasma, visagem. 5. No sentido figurado, concepção ou representação, em espírito, de situações, questões etc.; interpretação, ponto de vista. 6. Percepção de fatos futuros ou distantes, como profecia ou advertência divina.
23 Cabeça:
24 Extrusão: 1. Saída forçada; expulsão. 2. Em tecnologia, é a passada forçada, através de um orifício, de uma porção de metal ou de plástico, para que adquira forma alongada ou filamentosa.
25 Sinusite: Infecção aguda ou crônica dos seios paranasais. Podem complicar o curso normal de um resfriado comum, acompanhando-se de febre e dor retro-ocular.
26 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
27 Hemorragia: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
28 Inspeção: 1. Ato ou efeito de inspecionar; exame, vistoria, inspecionamento. 2. Ato ou efeito de fiscalizar; fiscalização, supervisão, observação. 3. Exame feito por inspetor (es).
29 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
30 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
31 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
32 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
33 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
34 Pálpebras:
35 Globo ocular: O globo ocular recebe este nome por ter a forma de um globo, que por sua vez fica acondicionado dentro de uma cavidade óssea e protegido pelas pálpebras. Ele possui em seu exterior seis músculos, que são responsáveis pelos movimentos oculares, e por três camadas concêntricas aderidas entre si com a função de visão, nutrição e proteção. A camada externa (protetora) é constituída pela córnea e a esclera. A camada média (vascular) é formada pela íris, a coroide e o corpo ciliar. A camada interna (nervosa) é constituída pela retina.
36 Córnea: Membrana fibrosa e transparente presa à esclera, constituindo a parte anterior do olho.
37 Artéria: Vaso sangüíneo de grande calibre que leva sangue oxigenado do coração a todas as partes do corpo.
38 Acuidade visual: Grau de aptidão do olho para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos.
39 Conjuntivite: Inflamação da conjuntiva ocular. Pode ser produzida por alergias, infecções virais, bacterianas, etc. Produz vermelhidão ocular, aumento da secreção e ardor.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.