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Curetagem uterina: o que é? Para que serve? Quando uma mulher deve fazer?

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O que é curetagem1 uterina?

A curetagem1 uterina é um procedimento para remover resíduos de dentro do útero2. Geralmente é usada pelos médicos para diagnosticar e tratar certas condições uterinas mórbidas, como sangramento intenso, ou para “limpar” o revestimento do útero2 após um aborto espontâneo ou induzido.

Como é feita a curetagem1 uterina?

Algumas vezes a curetagem1 uterina pode ser feita em caráter ambulatorial, no consultório do ginecologista, mas pode também necessitar de internação em hospital, geralmente com a paciente tendo alta no mesmo dia, algumas horas após o procedimento. Para a curetagem1, a paciente receberá anestesia3 geral, regional ou apenas sedação4. A escolha do tipo da anestesia3 depende da razão para a curetagem1 e do histórico médico da paciente. Antes do procedimento, o médico deve orientá-la sobre sua alimentação, que não precisa ser modificada. A paciente deve providenciar alguém para acompanhá-la depois do exame, porque ela poderá estar sonolenta em virtude da sedação4 ou anestesia3 a que será submetida.

Durante o procedimento, a paciente deve deitar de costas5 em uma mesa de exame com as pernas descansando nos suportes chamados estribos (posição ginecológica6). Então o médico insere um instrumento chamado espéculo7 na sua vagina8, a fim de dilatá-la e ter acesso ao colo do útero9. Com um instrumento cirúrgico chamado cureta, o médico remove o tecido10 ou o conteúdo uterino não desejado. Este instrumento tem forma de colher com uma borda afiada. Também pode ser utilizado um dispositivo de sucção para remoção do conteúdo uterino. Como a paciente está inconsciente ou sedada durante a curetagem1, não deverá sentir qualquer desconforto. O procedimento leva cerca de quinze a trinta minutos. Dentro de um dia ou dois a paciente pode retomar suas atividades rotineiras.

Por que fazer uma curetagem1 uterina?

Normalmente, a curetagem1 uterina é feita para diagnosticar ou tratar uma condição uterina. Para diagnóstico11, ela costuma ser feita se a mulher apresentar um sangramento anormal ou se forem encontradas células12 endometriais suspeitas ou anormais durante um exame de rotina. O médico então recolhe uma amostra de tecido10 retirado e envia a amostra para exame a um laboratório especializado. Os diagnósticos especialmente visados são o câncer13 de útero2, pólipos14 uterinos e hiperplasia15 do endométrio16 (uma condição pré-cancerosa em que o revestimento do útero2 se torna muito espesso).

Para tratamento, a curetagem1 uterina é usada para remover inteiramente o conteúdo interno do útero2, como numa gravidez17 molar (condição na qual se forma um tumor18, em vez de uma gravidez17 normal). Trata ainda o sangramento excessivo, remove pólipos14 cervicais, pólipos14 uterinos e miomas ou qualquer tecido10 que permaneça no útero2 após um aborto espontâneo ou induzido.

Como evolui a curetagem1 uterina?

Após o procedimento, a paciente deve passar algumas horas em uma sala de recuperação para ser monitorada quanto às possíveis complicações e para se recuperar dos efeitos da sedação4 ou da anestesia3. Os efeitos colaterais19 da curetagem1 podem durar alguns dias e incluem cólicas20 e hemorragias21 leves. Um período de tempo deve ser aguardado para que algo possa ser novamente introduzido na vagina8, até que o colo do útero9 volte ao normal. Após uma curetagem1, o útero2 deve recomeçar a construir um novo revestimento interno para que a menstruação22 volte ao normal. Se a paciente teve um aborto e quer engravidar novamente, deve consultar seu médico sobre o tempo que deve esperar para começar a tentar engravidar outra vez.

Quais são as complicações possíveis da curetagem1 uterina?

A curetagem1 uterina é um procedimento muito seguro e as complicações são muito raras, no entanto, existem riscos. O mais importante deles é a possibilidade de perfuração do útero2, que ocorre se um dos instrumentos cirúrgicos usados atravessar a parede uterina. Outras possibilidades são os danos ao colo do útero9, o desenvolvimento de tecido10 cicatricial no útero2 que pode levar a ciclos menstruais anormais, abortos, infecções23 e infertilidade24 futura. Na maioria das vezes as perfurações do útero2 curam-se por conta própria. No entanto, se um vaso sanguíneo ou outro órgão for danificado, um segundo procedimento pode ser necessário para repará-lo. Se houver algum dano ou laceração do colo do útero9, o médico pode aplicar pressão local ou usar medicamentos para interromper o sangramento ou pode fechar a ferida com suturas25.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e da International Federationof Gynecology and Obstetrics.

ABCMED, 2015. Curetagem uterina: o que é? Para que serve? Quando uma mulher deve fazer?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/804884/curetagem-uterina-o-que-e-para-que-serve-quando-uma-mulher-deve-fazer.htm>. Acesso em: 16 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Curetagem: Operação ou cirurgia que consiste em esvaziar o interior de uma cavidade natural ou patológica com o auxílio de uma cureta; raspagem.
2 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
3 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
4 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
5 Costas:
6 Posição ginecológica: O paciente permanece em decúbito dorsal, com as pernas flexionadas, afastadas e apoiadas em perneiras acolchoadas, e os braços estendidos e apoiados. Também chamada de posição de litotômia ou litotomia.
7 Espéculo: Instrumento destinado a dilatar a entrada de certas cavidades do corpo, para facilitar a visualização e exame de seu interior. Mais usado para exames ginecológicos, para visualizar-se a vagina e o colo do útero.
8 Vagina: Canal genital, na mulher, que se estende do ÚTERO à VULVA. (Tradução livre do original
9 Colo do útero: Porção compreendendo o pescoço do ÚTERO (entre o ístmo inferior e a VAGINA), que forma o canal cervical.
10 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
11 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
12 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
13 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
14 Pólipos: 1. Em patologia, é o crescimento de tecido pediculado que se desenvolve em uma membrana mucosa (por exemplo, no nariz, bexiga, reto, etc.) em resultado da hipertrofia desta membrana ou como um tumor verdadeiro. 2. Em celenterologia, forma individual, séssil, típica dos cnidários, que se caracteriza pelo corpo formado por um tubo ou cilindro, cuja extremidade oral, dotada de boca e tentáculos, é dirigida para cima, e a extremidade oposta, ou aboral, é fixa.
15 Hiperplasia: Aumento do número de células de um tecido. Pode ser conseqüência de um estímulo hormonal fisiológico ou não, anomalias genéticas no tecido de origem, etc.
16 Endométrio: Membrana mucosa que reveste a cavidade uterina (responsável hormonalmente) durante o CICLO MENSTRUAL e GRAVIDEZ. O endométrio sofre transformações cíclicas que caracterizam a MENSTRUAÇÃO. Após FERTILIZAÇÃO bem sucedida, serve para sustentar o desenvolvimento do embrião.
17 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
18 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
19 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
20 Cólicas: Dor aguda, produzida pela dilatação ou contração de uma víscera oca (intestino, vesícula biliar, ureter, etc.). Pode ser de início súbito, com exacerbações e períodos de melhora parcial ou total, nos quais o paciente pode estar sentindo-se bem ou apresentar dor leve.
21 Hemorragias: Saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, para o interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo.
22 Menstruação: Sangramento cíclico através da vagina, que é produzido após um ciclo ovulatório normal e que corresponde à perda da camada mais superficial do endométrio uterino.
23 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
24 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
25 Suturas: 1. Ato ou efeito de suturar. 2. Costura que une ou junta partes de um objeto. 3. Na anatomia geral, é um tipo de articulação fibrosa, em que os ossos são mantidos juntos por várias camadas de tecido conjuntivo denso; comissura (ocorre apenas entre os ossos do crânio). 4. Na anatomia botânica, é uma linha de espessura variável que se forma na região de fusão dos bordos de um carpelo (ou de dois ou mais carpelos concrescentes). 5. Em cirurgia, ato ou efeito de unir os bordos de um corte, uma ferida, uma incisão, com agulha e linha especial, para promover a cicatrização. 6. Na morfologia zoológica, nos insetos, qualquer sulco externo semelhante a uma linha.
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