Micoses da pele e de seus anexos
O que são micoses da pele1 e de seus anexos2?
As micoses superficiais da pele1 e de seus anexos2 são infecções3 que podem atingir a pele1, as unhas4 e os cabelos. Os tipos principais de micoses superficiais da pele1 e seus anexos2 são:
- Pitiríase Versicolor, também conhecida como micose5 de praia ou pano branco;
- Tineas, popularmente conhecidas como impinge ou impingem;
- Candidíase6, que pode afetar mucosas7 internas como vagina8, boca9, esôfago10, etc.;
- Onicomicoses ou micoses que afetam as unhas4.
Quais são as causas das principais micoses da pele1 e de seus anexos2?
A Pitiríase Versicolor é causada por fungos do gênero Malassezia; a Tinea geralmente é causada pelo fungo11 Trichophyton ou Microsporum; a Candidíase6 é a infecção12 causada pelo fungo11 Candida albicans e as Onicomicoses são causadas por fungos contraídos do solo ou de instrumentos contaminados, que se alimentam da queratina, proteína que forma a maior parte das unhas4.
Quais são as características clínicas das micoses da pele1 e de seus anexos2?
As micoses superficiais da pele1 e seus anexos2 são particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias para o desenvolvimento dos fungos.
1. Pitiríase Versicolor
A Pitiríase Versicolor é doença muito comum, especialmente entre jovens, de evolução crônica e recorrente. Indivíduos de pele1 oleosa são mais susceptíveis de desenvolverem esse tipo de micose5, que se apresenta clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas.
Normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço13 e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome versicolor.
2. Tineas
As Tineas são doenças causadas por um grupo de fungos que se nutre da queratina da pele1, pelos e unhas4. Esses fungos podem ser encontrados em animais, no solo e nos homens. Manifestam-se como manchas vermelhas de superfície escamosa14, de bordas bem delimitadas, que crescem de dentro para fora, apresentando pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma15 é a coceira.
Existem dois tipos clínicos de tineas:
- 2a. Tinea capitis16, que acomete o couro cabeludo e os cabelos, provocando descamação17 e alopecia18 em placa19. Geralmente afeta crianças entre 2 e 10 anos. O quadro clínico inicial é caracterizado por quebra de cabelos e alopecia18 parcial, em placas20. No caso de inflamação21, pode haver a presença de pústulas22 e supurações.
- 2b. Tinea corporis, uma infecção12 superficial da pele1, com acometimento preferencial da face23, do tronco e dos membros de pessoas adultas. Mais rara em crianças.
3. Candidíase6
A Candidíase6 pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele1, as mucosas7 e as unhas4. O Candida albicans é um fungo11 oportunista, que aproveita de situações como baixa da imunidade24 do hospedeiro, uso prolongado de antibióticos, diabetes25 e situação de umidade e calor para se desenvolver.
Pode se manifestar de diversas formas, como placas20 esbranquiçadas na mucosa26 oral, comum em recém-nascidos, os chamados “sapinhos”; lesões27 fissuradas no canto da boca9, mais comum nos idosos; placas20 vermelhas e fissuras28 localizadas nas dobras naturais de pele1 (inframamária, axilar e inguinal), ou envolver a região genital feminina (vaginite29) ou masculina (balanite), provocando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada.
4. Onicomicoses
As Onicomicoses são as principais causas de alterações ungueais30 vistas no consultório de dermatologia. Acomete tanto as unhas4 dos pés quanto as das mãos31. São raras na infância, com predomínio no adulto maior de 55 anos. Seu aparecimento é bem típico, com descolamento da unha do leito ungueal32 e espessamento, podendo também haver mudança na coloração e na forma das unhas4 acometidas.
Leia sobre "Micetoma", "Blastomicose", "Esporotricose" e "Histoplasmose".
Como o médico diagnostica as micoses da pele1 e de seus anexos2?
O diagnóstico33 laboratorial das micoses da pele1 e seus anexos2 consiste no exame micológico direto, na cultura em meio próprio e exame do material em microscópio, depois de preparação adequada. Na prática rotineira, o exame micológico direto é suficiente para a confirmação diagnóstica. Os resultados das culturas podem levar dias a semanas para ficarem prontos. Grande parte dos dermatologistas está preparada para realizar esses procedimentos diagnósticos em seus consultórios.
Alguns diagnósticos diferenciais devem ser avaliados: o diferencial da Tinea capitis16 precisa ser feito com a dermatite seborreica34, tricotilomania, alopecia areata35, foliculite e impetigo36. A Tinea cruris deve ser diferenciada dos intertrigos, dermatites de contato e lesões27 causadas por certas espécies de Candida.
Como o médico trata as micoses da pele1 e de seus anexos2?
O tratamento da Pitiríase versicolor pode ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos ou orais. Nas Tineas podem ser utilizados tanto antifúngicos locais como orais. No tratamento da Candidíase6 pode-se usar antifúngicos tópicos e sistêmicos37, mas sempre devem ser levados em conta também os fatores predisponentes, que precisam ser corrigidos. O tratamento das Onicomicoses pode feito com medicamentos locais ou orais, mas é sempre difícil e muito prolongado.
Como prevenir as micoses superficiais da pele1 e de seus anexos2?
Há várias maneiras de tentar prevenir as micoses superficiais da pele1 e seus anexos2:
- usar o próprio material ao ir à manicure;
- secar-se bem após o banho, principalmente nas dobras da pele1, como axilas, virilhas e dedos dos pés;
- evitar andar descalço em locais úmidos, principalmente locais públicos;
- não compartilhar toalhas, roupas, escovas de cabelo38, etc.;
- não usar calçados muito fechados por longos períodos;
- evitar roupas feitas com tecidos sintéticos que não absorvem o suor, prejudicando a transpiração39 da pele1.
Veja também sobre "Frieira ou Pé de atleta", "Mancha e coceira na virilha - pode ser Tinea cruris" e "Dermatite40 atópica".
Referências:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.