Síndrome de Legg-Perthes
O que é a síndrome1 de Legg-Perthes?
A síndrome1 de Legg-Perthes, também chamada síndrome1 de Legg-Calvé-Perthes ou doença de Perthes, é uma doença infantil degenerativa2 da articulação do quadril3 em que ocorre destruição da cabeça4 do fêmur5 por necrose6, devido à falta de vascularização.
É mais frequente em crianças dos 3 aos 12 anos, embora em casos bastante raros possa também afetar adultos. Esta síndrome1 pode acontecer em outras espécies animais, como em cães de pequeno porte, especialmente da raça Poodle.
Quais são as causas da síndrome1 de Legg-Perthes?
As causas da síndrome1 de Legg-Perthes ainda são mal conhecidas. Tem-se como teoria principal a ideia de que haja uma interrupção do fornecimento de sangue7 para a extremidade proximal8 do fêmur5. Além disso, infecções9 ou lesões10 traumáticas desta articulação11 também podem estar implicadas. Com a interrupção do fornecimento de sangue7 (temporária ou permanentemente), a cabeça4 femoral começa a morrer e, assim, quebra mais facilmente.
Saiba mais sobre "Necrose6" e "Diferença entre inflamação12 e infecção13".
Qual é o mecanismo fisiológico14 da síndrome1 de Legg Perthes?
A interrupção da ciculação para a extremidade proximal8 do fêmur5 seria devido ao desaparecimento precoce da artéria15 do ligamento16 da cabeça4 desse osso, a qual é responsável por irrigar a cabeça4 do fêmur5 nas crianças, antes que a artéria15 femoral circunflexa medial assuma essa função.
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 de Legg Perthes?
A síndrome1 de Legg-Perthes evolui caracteristicamente em quatro fases:
- (1) durante a primeira, há o surgimento da inflamação12 que se instala com a diminuição do aporte sanguíneo;
- (2) na fase seguinte, de necrose6, ocorre destruição mais ou menos acentuada da cabeça4 do fêmur5;
- (3) na terceira fase, de fragmentação, há a formação de um tecido de granulação17 entre as zonas necróticas;
- (4) este processo leva à formação de novos vasos sanguíneos18, dando início à fase de remodelação, em que ocorre uma reorganização dos núcleos de ossificação.
Os sintomas19 da síndrome1 de Legg-Perthes consistem principalmente em dor no quadril ou virilha, que aumenta com a movimentação da perna, sobretudo a rotação. Pode ocorrer também dor referida no joelho e diminuição da mobilidade da perna afetada, que aliada a um mecanismo de defesa pode levar à atrofia20 muscular. Raramente é bilateral.
Como o médico diagnostica a síndrome1 de Legg Perthes?
O diagnóstico21 da síndrome1 de Legg-Perthes é feito em parte com base nos sintomas19. Na fase inicial não há alterações visíveis à radiografia, tornando muito difícil a sua distinção de uma sinovite22 transitória, mas uma ressonância magnética23 pode revelar edema24 na epífise.
Em fases subsequentes, a radiografia pode captar aumento de densidade, fragmentação e, eventualmente, subluxação da epífise, que podem constituir um sinal25 de risco.
Leia sobre "Sinovite22", "Radiografia", "Ressonância magnética23" e "Edema24".
Como o médico trata a síndrome1 de Legg Perthes?
No momento não há nenhum tratamento efetivo para a síndrome1 de Legg-Perthes, apenas tratamentos paliativos26. O paciente acometido pode ser tratado com calmantes ou anti-inflamatórios. O uso de analgésicos27 deve ser feito com cuidado porque a supressão da dor pode levar o paciente a situações de risco.
O objetivo do tratamento é manter a cabeça4 do fêmur5 tão redonda quanto possível. Crianças abaixo de 6-7 anos podem apenas ficar em observação, fazendo tratamento sintomático28 com alongamento, corrida e saltos limitados, com assistência de um fisioterapeuta. Em alguns casos, a criança pode precisar usar muletas para proteger a articulação11. Se houver dor intensa, um período de repouso na cama e de tração pode ajudar.
Para manter a cabeça4 do fêmur5 em sua posição normal, o médico pode recomendar um tipo especial de molde para manter as pernas amplamente afastadas. A cirurgia pode melhorar a articulação do quadril3 e prevenir uma futura artrite29. Para crianças com mais de 6 a 8 anos, o realinhamento cirúrgico da articulação11 permite restaurar uma forma mais normal de articulação do quadril3 ou fazer a remoção de excesso de ossos ou corpos soltos.
Veja mais sobre "Benefícios do alongamento", "Fisioterapia30" e "Artrite29".
Como evolui a síndrome1 de Legg Perthers?
A maior parte das crianças abaixo dos 6 anos de idade evolui bem com tratamentos conservadores. Às vezes, mais tarde é necessário fazer a substituição cirúrgica da articulação do quadril3. Contudo, estas cirurgias podem ser complicadas devido a um maior risco de fratura31 óssea e de lesões10 nervosas.
Como prevenir a síndrome1 de Legg Perthes?
Não há como prevenir a síndrome1 de Legg-Perthes, mas há como minimizar os seus efeitos. O paciente deve ser orientado a evitar impactos sobre a articulação11 comprometida.
Leia também sobre "Fratura31 Óssea" e "Reeducação postural global (RPG)".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.