Enxerto de pele
O que é enxerto1 de pele2?
Enxerto1 de pele2 é o procedimento em que se transferem tecidos cutâneos sadios para áreas de pele2 da mesma pessoa que perderam a pele2. Chama-se retalho ao segmento da pele2 e subcutâneo3 com suprimento vascular4 próprio, que será movido de uma área doadora para outra receptora, no mesmo indivíduo, com a finalidade de preencher uma ferida caracterizada pela perda de extensa área de pele2.
Os enxertos são, na verdade, transplantes em que doador e receptor são o mesmo indivíduo e não enfrentam, por isso, da mesma forma, o temível fenômeno da rejeição, quando o transplante é realizado entre indivíduos diferentes.
Por que fazemos os enxertos de pele2?
Este procedimento é indicado para fechamento de defeitos cutâneos impossibilitados de se fecharem primariamente. Em geral, essa cirurgia pode ser feita se uma parte do corpo tiver perdido a cobertura protetora da pele2 devido a queimaduras, ferimentos extensos, doenças como infecções5 na pele2 e úlceras6 de decúbito7 (escaras8). Os retalhos são bastante utilizados também no fechamento de cirurgias de câncer9 de pele2. A indicação para se cobrir a ferida cirúrgica com a pele2 de outra localização (enxerto1) acontece quando a ferida cirúrgica não pode ser fechada diretamente por pontos cirúrgicos, com aproximação das suas bordas lado a lado.
Saiba mais sobre "Câncer9 de pele2 não-melanoma10", "Melanoma10", "Queimaduras" e "Úlceras6 de decúbito7".
Como é feito o procedimento de enxerto1 de pele2?
O paciente candidato a um enxerto1 de pele2 deve observar um preparo prévio: informar ao médico sobre qualquer medicação que esteja tomando, parar de fumar alguns dias antes da cirurgia, não comer ou beber nada pelo menos 8 horas antes da cirurgia e providenciar um familiar ou amigo que possa levá-lo para casa após a cirurgia.
Alguns enxertos de pele2 pequenos podem ser feitos em clínicas externas, mas a maioria deles é feita em hospital, com anestesia11 geral, o que significa que o paciente estará dormindo durante todo o procedimento e não sentirá nenhuma dor. O cirurgião então começará a operação por remover a pele2 doadora, de uma área do corpo que normalmente fica escondida por roupas, como o quadril ou a parte externa da coxa12. Dependendo do tipo de pele2 a ser enxertada, as áreas doadoras preferidas são abdome13, virilha, antebraço14 ou área acima da clavícula15.
Uma vez removida a pele2 do local doador, o cirurgião irá colocá-la cuidadosamente sobre a área receptora e prendê-la com um curativo cirúrgico, grampos ou pontos. O médico pode perfurar vários orifícios no enxerto1 para esticar o pedaço de pele2 e conseguir que ele seja o menor possível. Isso tem ainda o valor adicional de permitir que o fluido seja drenado sob o enxerto1. A seguir, o médico cobrirá as áreas doadora e receptora com um curativo.
Após a cirurgia, a anestesia11 geral pode deixar o paciente ainda sonolento e então ele não deve dirigir até que os efeitos tenham se esgotado completamente. Se houver dor, podem ser usados analgésicos16 comuns, mas ao sair do hospital, o médico provavelmente receitará algum tipo especial de analgésico17. Nos primeiros dias após a cirurgia o paciente pode precisar de ajuda para realizar determinadas tarefas e se locomover pela casa.
Em cirurgias mais complexas o médico pode querer que o paciente permaneça no hospital por alguns dias para garantir que o enxerto1 e o local doador estejam evoluindo bem. O enxerto1 deve começar a desenvolver vasos sanguíneos18 e conectar-se à pele2 dentro de 36 horas. Em geral, o local doador se curará dentro de uma a duas semanas, mas o local do enxerto1 demorará um pouco mais. Por três a quatro semanas o paciente deve evitar esticar ou ferir o local do enxerto1.
Como evolui em geral o enxerto1 de pele2?
Caso os vasos sanguíneos18 não comecem a se desenvolver dentro de 36 horas, diz-se que o enxerto1 “não pegou”, isto é, não foi bem-sucedido. Vários fatores podem ocasionar falha do enxerto1 de pele2. A complicação mais comum é o hematoma19. Outras complicações incluem infecção20, forças mecânicas de cisalhamento21, vascularização inadequada do leito receptor, seroma (acúmulo de líquido debaixo da pele2), seleção inadequada da localização do enxerto1 de pele2 e erro técnico. Isso também pode acontecer se o paciente não parar de fumar ou tiver um fluxo sanguíneo ruim para a área enxertada. Nesses casos, o paciente pode precisar de outra cirurgia e de um novo enxerto1.
Outros fatores que podem afetar a retirada do enxerto1 de pele2 devem ser apurados em uma história clínica completa. De particular importância são a história de sangramento e o uso de anticoagulantes22, antiagregantes plaquetários e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides. Esses fatores podem levar à formação de coágulos sob o enxerto1. Muitos medicamentos sistêmicos23, como corticoides, quimioterápicos e imunossupressores podem interferir na cicatrização de feridas. Ainda outros fatores mais que podem contribuir para o mal sucesso do enxerto1 são o diabetes mellitus24, a desnutrição25 ou o uso de medicamentos que resultam em deficiências de oligoelementos ou proteínas26.
Dor no local doador, infecção20 ou atraso na cicatrização podem ser uma tarefa difícil e se constituir num problema prolongado. No local receptor, o paciente pode experimentar hiperestesia (aumento da sensibilidade), hipoestesia27 (diminuição da sensibilidade), parestesia28 (sensações anormais), alterações na cor da pele2, bolhas e crescimento indesejado de pelos.
Leia sobre "Cicatrização e cicatrizes29", "Diferenças entre inflamação30 e nfecção" e "Seroma".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da SBCD – Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e da SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.