Hemodinâmica - o que ela estuda? Quando deve ser feita?
O que é hemodinâmica1?
Hemodinâmica1 é o capítulo da Fisiologia2 que estuda a mecânica da circulação3 do sangue4. É o equivalente da hidrodinâmica quando o líquido é sangue4 e não água. A hemodinâmica1 é estudada de maneira mais aprofundada na especialidade de cardiologia, para avaliar o estado circulatório das artérias5 coronarianas. Como exame, ela identifica possíveis obstruções das artérias coronárias6 ou avalia o funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco7.
Para que serve a hemodinâmica1?
O exame de hemodinâmica1 geralmente é solicitado com a finalidade de diagnosticar o estado da circulação3 das artérias5 coronarianas, identificar a possibilidade de um infarto8 agudo9 do miocárdio10 ou determinar a exata localização da obstrução que está causando um infarto8 já estabelecido. As técnicas utilizadas são minimamente invasivas e oferecem dados funcionais e anatômicos que permitem diagnosticar eventuais alterações cardíacas.
Os métodos hemodinâmicos representam um grande aliado para a cardiologia. Ao diagnosticar e localizar uma obstrução arterial por meio de cateterismo11, por exemplo, é possível realizar rapidamente o procedimento mais adequado. A rapidez entre o diagnóstico12 e o início do tratamento muitas vezes é um fator fundamental para a sobrevivência13 do paciente.
O tratamento com recursos da hemodinâmica1 evita submeter o paciente ao risco de uma cirurgia invasiva e permite uma recuperação mais rápida, com redução de sequelas14. Ao mesmo tempo, cria a possibilidade de tratamento de pacientes idosos e/ou com doenças crônicas graves. Com esses métodos, não é necessário submeter o paciente a intervenções mais arriscadas.
Leia sobre "Doença arterial coronariana", "Infarto do miocárdio15", "Hipertensão arterial16" e "Aterosclerose17".
Como se realiza o procedimento?
O principal uso da hemodinâmica1 é o cateterismo11 cardíaco. O cateterismo11 normalmente é realizado no serviço de hemodinâmica1 de um hospital, com a pessoa acordada e deitada numa cama ou maca, sob um aparelho de radiografia. Para realizá-lo são inseridos cateteres em vasos sanguíneos18 das pernas ou dos braços, a serem guiados até o coração19 com o auxílio de exames de imagens e, em seguida, são aplicadas injeções de contraste iodado pelo cateter, o que permite visualizar as artérias coronárias6, as câmaras e válvulas cardíacas.
Após o procedimento, são geradas imagens que permitem diagnosticar alterações cardíacas, num procedimento que dura, ao todo, cerca de dez minutos. Na preparação para o exame, o paciente deve fazer um jejum de quatro horas, pelo menos. Em geral, não é necessário suspender os medicamentos que estejam em uso, embora devam ser suspensos os anticoagulantes20 (quatro dias antes do procedimento) e certos antidiabéticos (dois dias antes). Pacientes alérgicos ao contraste ou com disfunção renal21 devem fazer um preparo especial, orientado pelo médico.
A realização do procedimento começa pela aplicação de anestesia22 no local a ser incisado. Em seguida deve ser realizada uma pequena abertura para entrada do catéter, na pele23 da virilha ou do antebraço24 na altura do punho ou cotovelo. A inserção do catéter, geralmente na artéria25 radial, femoral ou braquial, será conduzida pelo médico especialista, até as artérias5 do coração19 e localização dele alternativamente nas entradas das artérias coronárias6 direita e esquerda. Então, é feita injeção26 de um contraste radiopaco à base de iodo, que permite a visualização por raios X das artérias5 e de seus pontos de obstrução. A injeção26 desse contraste também é feita dentro do ventrículo esquerdo, permitindo assim a visualização do estado do bombeamento cardíaco.
O exame causa, no máximo, pequenos incômodos. Não há dores. A duração do exame varia de acordo com o objetivo, mas normalmente não demora mais que 30 minutos. Terminado o exame o paciente deve permanecer em repouso por algumas horas, podendo, em seguida, seguir seu dia a dia normal, evitando por um curto período de tempo os grandes esforços.
Quais são os riscos do cateterismo11?
Habitualmente, o cateterismo11 cardíaco é feito sem complicações. No entanto, em raros casos, pode implicar em complicações sérias e inclusive fatais. As complicações mais frequentes são dor, sangramento ou infecção27 no local onde o cateter é introduzido, danificação acidental dos vasos sanguíneos18 utilizados, reação alérgica28 aos contrastes, arritmia29 cardíaca (batimentos irregulares do coração19), desprendimento de coágulos sanguíneos, diminuição da pressão sanguínea e acúmulo de sangue4 ou fluido na bolsa membranosa que envolve o coração19.
Veja também sobre "Cateterismo11 cardíaco", "Doenças cardiovasculares30", "Fibrilação ventricular" e "Atorvastatina: prós e contras".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e do Hospital São Camilo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.