Oxigenoterapia hiperbárica
O que é oxigenoterapia hiperbárica1?
Oxigenoterapia hiperbárica1 é uma modalidade terapêutica2 na qual o paciente é levado a respirar oxigênio puro (100%), no interior de uma câmara hiperbárica1, a uma pressão aumentada em relação à pressão atmosférica ambiente normal.
Qual é o substrato fisiológico3 da oxigenoterapia hiperbárica1?
Os tecidos do corpo precisam de um suprimento adequado de oxigênio para funcionar. Quando o tecido4 é danificado, é necessário ainda mais oxigênio para sobreviver, o que pode ser conseguido com a oxigenoterapia hiperbárica1.
Em uma câmara de oxigenoterapia hiperbárica1, a pressão do ar é aumentada para duas a três vezes maior que a pressão normal do ar e os pulmões5 podem absorver mais oxigênio do que seria possível à pressão normal do ar ambiente. Isso faz com que a oxigenoterapia ocasione um aumento de cerca de 20 vezes na taxa de oxigênio transportado pelo sangue6 de uma pessoa respirando normalmente, numa pressão ao nível do mar.
Nestas condições, o oxigênio produz uma série de benefícios terapêuticos. O sangue6 hiperoxigenado, além de combater bactérias, estimula a liberação de substâncias chamadas fatores de crescimento e células-tronco7, que promovem a cura.
Leia sobre "Oxigenoterapia", "Úlceras8 de perna" e "Cicatrização".
Em que consiste a oxigenoterapia hiperbárica1?
O paciente é colocado em uma câmara, onde recebe oxigênio numa pressão 2 a 3 vezes maior que o normal, por cerca de duas horas. A câmara hiperbárica1 consiste em um ambiente médico fechado, resistente à pressão, em formato cilíndrico, construído de aço ou acrílico e que pode ser pressurizado com ar comprimido ou oxigênio puro. Podem ser de pequeno porte, acomodando somente um indivíduo de cada vez, ou de maior tamanho, comportando vários pacientes simultaneamente.
Para melhor entender em que consiste, pode-se compará-la a um avião em voo, que também é uma câmara hiperbárica1 em relação ao ar circundante, pressurizada a um nível idêntico ao que há ao nível do mar.
O oxigênio é administrado através de máscaras apropriadas para esta finalidade. Em câmaras para apenas um paciente, ele respira o oxigênio diretamente da atmosfera da câmara, pressurizada com este gás.
Durante a oxigenoterapia hiperbárica1, o paciente pode sentir uma sensação temporária de plenitude em seus ouvidos, semelhante ao que se sente em um avião ou subindo a uma altitude muito elevada. Esse sentimento pode ser aliviado fazendo o movimento de bocejar ou engolir.
O procedimento de oxigenoterapia hiperbárica1 normalmente é realizado ambulatorialmente. Se o paciente já estiver hospitalizado, permanecerá no hospital para a terapia ou será transportado para uma instalação separada do hospital.
Para que serve a oxigenoterapia hiperbárica1?
A oxigenoterapia hiperbárica1 é um tratamento bem estabelecido para a doença descompressiva que pode ocorrer em retorno à superfície após um mergulho. Outras condições tratadas com êxito incluem infecções9 graves, bolhas de ar nos vasos sanguíneos10 e feridas que não cicatrizam como resultado de diabetes11 ou lesão12 por radiação.
Ela também serve como combate a infecções9; compensa a deficiência de oxigênio decorrente de entupimentos de vasos sanguíneos10 ou destruição dos mesmos, como acontece em casos de esmagamentos e amputações de braços e pernas, normalizando a cicatrização de feridas crônicas e agudas; neutraliza substâncias tóxicas e toxinas13; potencializa a ação de alguns antibióticos, tornando-os mais eficientes no combate às infecções9 e ativa células14 relacionadas com a cicatrização de feridas complexas.
Assim, a oxigenoterapia hiperbárica1 pode ser usada para tratar várias condições médicas, tais como anemia15 grave, abscesso16 cerebral, embolia17 gasosa arterial (bolhas de ar nos vasos sanguíneos10), queimaduras, doença descompressiva, envenenamento por monóxido de carbono18, lesão12 por esmagamento, surdez súbita, gangrena19, infecção20 da pele21 ou osso, feridas que não cicatrizam, lesão12 por radiação, enxerto22 cutâneo23 com risco de morte e perda de visão24 repentina e indolor.
É discutível se a oxigenoterapia hiperbárica1 serve para tratar AIDS, alergias, doença de Alzheimer25, artrite26, asma27, autismo, paralisia28 de Bell, lesão12 cerebral, câncer29, paralisia28 cerebral, síndrome30 da fadiga31 crônica, cirrose32, depressão, fibromialgia33, úlceras8 gastrointestinais, doença cardíaca e várias outras condições.
Um uso especial são as lesões34 causadas tardiamente por radioterapia35 e em procedimentos de cirurgia plástica reparadora, quando se recobre uma ferida com pele21 ou músculos36 retirados de outra parte do corpo do próprio paciente.
Quais são as complicações possíveis com a oxigenoterapia hiperbárica1?
A oxigenoterapia hiperbárica1 é um procedimento seguro, complicações são muito raras. No entanto, os riscos potenciais incluem miopia37 temporária, causada por mudanças temporárias nas lentes oculares; lesões34 no ouvido médio38, devido ao aumento da pressão do ar; colapso39 pulmonar causado por mudanças na pressão do ar; convulsões como resultado de muito oxigênio no sistema nervoso central40.
Cuidado!
O oxigênio puro é facilmente inflamável e pode ocasionar um incêndio a partir de uma faísca ou chama. Isqueiros ou outros dispositivos que produzam chamas ou faíscas devem ser proibidos no interior da câmara de oxigenoterapia hiperbárica1. Além disso, pode ser necessário remover produtos para o cuidado dos cabelos e da pele21 que são à base de petróleo e que, potencialmente, contêm risco de incêndio.
Veja também sobre "Gangrena19" e "Varizes41".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic, da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica e da Food and Drug Administration – United States.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.