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Fisioterapia respiratória

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O que é fisioterapia1 respiratória?

A fisioterapia1 geral está principalmente relacionada ao desenvolvimento, manutenção e restauração do máximo movimento e capacidade de uma função de um indivíduo e inclui avaliação, intervenção, tratamento, prognóstico2 e re-exame. Em pacientes com certas doenças pulmonares, a fisioterapia1 respiratória inclui exercícios respiratórios que auxiliam na mobilização e remoção de secreções e também na plenificação da capacidade respiratória.

Leia mais sobre "Fisioterapia1 geral", "Pneumonia3 em crianças" e "Pneumonia3 em adultos".

Quando a fisioterapia1 respiratória é necessária?

Cada vez mais, certos aspectos da Fisioterapia1 estão se associando à Medicina e à Cirurgia na prevenção e tratamento de determinados quadros clínicos. Assim, pode-se ter, por exemplo, entre outras:

Fisioterapia1 respiratória pré-cirúrgica

Procedimentos cirúrgicos torácicos podem alterar a mecânica respiratória, repercutindo na função pulmonar. A presença de profissionais fisioterapeutas é fundamental no preparo e na reabilitação dos indivíduos que são submetidos a essas cirurgias, visto que dispõem de um grande arsenal de técnicas. Os exercícios respiratórios e o treinamento muscular respiratório pré-cirurgia cardíaca, por exemplo, são muito importantes na redução das complicações pulmonares pós-operatórias. Estudos demonstram a eficácia da fisioterapia1 respiratória pré-cirúrgica na prevenção e na redução de complicações pulmonares pós-operatórias.

Fisioterapia1 respiratória na cirurgia bariátrica4

São muitas as complicações respiratórias na fase pós-operatória de cirurgias bariátricas, devido à obesidade5 e aos demais agentes de risco. A obesidade5 sempre está relacionada a modificações da função pulmonar, que sofre danos à proporção que o Índice de Massa Corporal6 aumenta. Os problemas mais comuns são: insuficiência respiratória7, atelectasia8, pneumonia3, hipoventilação e embolia9 pulmonar. O desempenho do fisioterapeuta no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica4 revela-se eficaz na terapêutica10 e na profilaxia de complicações pulmonares no paciente obeso.

Fisioterapia1 na colecistectomia

Quase todas as cirurgias abdominais altas causam alterações na função pulmonar, caracterizadas por redução da capacidade vital11, relacionada à presença de hipoxemia12 e atelectasia8 e pela redução do volume expiratório forçado. Essas alterações podem ser minimizadas ou corrigidas pela fisioterapia1.

Fisioterapia1 no pré ou pós-operatório de revascularização cardíaca

Pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio13 desenvolvem, em sua maioria, disfunção pulmonar pós-operatória com redução importante dos volumes pulmonares, prejuízos na mecânica respiratória, diminuição na complacência pulmonar e aumento do trabalho respiratório, contribuindo para alterações nas trocas gasosas que resultam em hipoxemia12 e diminuição na capacidade de difusão. A Fisioterapia1 respiratória é parte integrante na gestão dos cuidados do paciente cardiopata, tanto no pré quanto no pós-operatório, pois contribui significativamente para um melhor prognóstico2 desses pacientes por meio de técnicas específicas e tem sido cada vez mais requisitada, com ênfase na prevenção de complicações. Ela atua por meio de manobras fisioterapêuticas e dispositivos respiratórios não invasivos, visando melhorar a mecânica respiratória, a re-expansão pulmonar e a higiene brônquica.

Quais são os instrumentos usados na fisioterapia1 respiratória?

Nos últimos anos, a fisioterapia1 respiratória vem usando vários dispositivos em pacientes com doenças respiratórias, que ajudam na remoção do muco das vias aéreas e na melhoria da função pulmonar. Esses dispositivos são apresentados como um método de terapia alternativa ou uma terapia suplementar e podem motivar os pacientes a aplicar a terapia por si mesmos. Eles parecem aumentar a adesão do paciente ao tratamento, pois apresentam muitos benefícios, como aplicação independente, controle total da terapia e facilidade de uso. Dentre esses dispositivos contam-se a Pressão Expiratória Positiva, a Oscilação da Parede Torácica14 de Alta Frequência, a Oscilação Oral de Alta Frequência, a Ventilação15 Percussiva Intrapulmonar, a Espirometria16 de Incentivo, o Flutter, a Acapella e o Corneta. Os dispositivos atuais parecem ser eficazes em termos de expectoração17 do muco e melhora da função pulmonar. A escolha do dispositivo adequado para cada paciente é um desafio para o fisioterapeuta, a fim de obter uma melhor adesão ao tratamento.

Veja também "Síndrome18 da dificuldade respiratória dos recém-nascidos", "Cirurgia bariátrica4" e "Colecistectomia".
ABCMED, 2018. Fisioterapia respiratória. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1327673/fisioterapia-respiratoria.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
2 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
3 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
4 Cirurgia Bariátrica:
5 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
6 Índice de massa corporal: Medida usada para avaliar se uma pessoa está abaixo do peso, com peso normal, com sobrepeso ou obesa. É a medida mais usada na prática para saber se você é considerado obeso ou não. Também conhecido como IMC. É calculado dividindo-se o peso corporal em quilogramas pelo quadrado da altura em metros. Existe uma tabela da Organização Mundial de Saúde que classifica as medidas de acordo com o resultado encontrado.
7 Insuficiência respiratória: Condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter os valores da pressão arterial de oxigênio (PaO2) e/ou da pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) dentro dos limites da normalidade, para determinada demanda metabólica. Como a definição está relacionada à incapacidade do sistema respiratório em manter níveis adequados de oxigenação e gás carbônico, foram estabelecidos, para sua caracterização, pontos de corte na gasometria arterial: PaO2 50 mmHg.
8 Atelectasia: Colapso total ou parcial de um órgão do corpo, geralmente do pulmão. Ocorre uma falta de expansão dos alvéolos de uma parte do pulmão ou do pulmão inteiro devido a uma ausência de ventilação consecutiva à obstrução total ou parcial de um brônquio.
9 Embolia: Impactação de uma substância sólida (trombo, colesterol, vegetação, inóculo bacteriano), líquida ou gasosa (embolia gasosa) em uma região do circuito arterial com a conseqüente obstrução do fluxo e isquemia.
10 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
11 Capacidade vital: Representa o maior volume de ar mobilizado, podendo ser medido tanto na inspiração quanto na expiração.
12 Hipoxemia: É a insuficiência de oxigênio no sangue.
13 Miocárdio: Tecido muscular do CORAÇÃO. Composto de células musculares estriadas e involuntárias (MIÓCITOS CARDÍACOS) conectadas, que formam a bomba contrátil geradora do fluxo sangüíneo. Sinônimos: Músculo Cardíaco; Músculo do Coração
14 Parede torácica: A parede torácica abrange a caixa torácica óssea, os músculos da caixa torácica e o diafragma. Ela abriga órgãos como o coração, pulmões e á atravessada pelo esôfago no seu trajeto em direção ao abdome.
15 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
16 Espirometria: Exame que permite aferir o fluxo de ar nas vias aéreas ou brônquios, comparando os resultados com os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade e altura. Serve para a investigação de sintomas respiratórios; diagnóstico e avaliação de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou bronquite causada pelo cigarro; incapacidade funcional; avaliação pós-operatória e avaliação e diagnóstico de doenças respiratórias relacionadas ao trabalho. O exame têm duração média de 30 minutos.
17 Expectoração: Ato ou efeito de expectorar. Em patologia, é a expulsão, por meio da tosse, de secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões; escarro.
18 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
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